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Centro Cultural Georges Pompidou

Por:   •  24/1/2023  •  Pesquisas Acadêmicas  •  4.333 Palavras (18 Páginas)  •  93 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

As estruturas de vetor ativo exercem papel imprescindível no desenvolvimento da arquitetura e da construção civil, oferecendo um extenso leque de possibilidades projetuais. Para que sejam utilizadas de forma apropriada e segura, entretanto, é de suma importância que os arquitetos tenham conhecimento de seu funcionamento, possibilidades e limitações.

Afinal, uma compreensão verdadeiramente aprofundada desse tipo de estrutura contribui para a formação de profissionais qualificados e completos, que têm consciência das ferramentas projetuais das quais dispõem, e são capazes de utilizá-las para resolver problemas de acordo com as necessidades de cada situação.

Tendo em vista a enorme importância do conhecimento acerca das estruturas de vetor ativo, a obra escolhida para exemplificá-los foi o Centro Georges Pompidou, dos arquitetos Richard Rogers e Renzo Piano. Essa foi selecionada por exemplificar de forma magistral as possibilidades construtivas proporcionadas por esse tipo de sistema estrutural, e como essas podem ser utilizadas de forma a fortalecer o partido arquitetônico de um edifício.

Diferentemente de muitas obras da arquitetura contemporânea, que buscam ocultar suas estruturas por meio de adventos como lajes ou paredes falsas, o Centro Georges Pompidou as utiliza de forma extremamente explícita, de tal maneira com que cumpram uma função que vai muito além do mero aspecto estrutural, relacionando-se à ideia da estética e até mesmo à filosofia por trás do desenvolvimento projetual. O vetor-ativo atua como uma ferramenta para a subversão arquitetônica.

Justamente pela multiplicidade de funções e significados que a estrutura de vetor ativo assume no projeto do Centro Georges Pompidou, o edifício consiste em um excelente exemplo da importância desse sistema. Apesar de ter recebido reações negativas do público geral na época de sua construção, veio a ganhar grande relevância e renome ao longo das décadas, de modo a ser reconhecido, na contemporaneidade, como um dos principais símbolos da inventividade no campo da arquitetura.

  1. BIOGRAFIA - Apresentação dos arquitetos

A fim de atender o objetivo de compreender melhor a obra escolhida, será inicialmente apresentado neste trabalho um pouco sobre a trajetória pessoal e profissional dos dois arquitetos europeus vencedores do concurso proposto para o projeto do complexo cultural Centro Georges Pompidou: Richard Rogers e Renzo Piano.

  1. RICHARD ROGERS

Richard George Rogers nasceu na cidade de Florença, na Itália, no dia 23 de julho de 1933. Naturalizado como britânico e conhecido por Barão Rogers de Riverside, estudou arquitetura na Architectural Association of School of Arquitecture em Londres e, em seguida, desenvolveu seu mestrado na universidade estadunidense Yale University, em Connecticut.

Em 1939, aos seis anos de idade, mudou-se com sua família para a Inglaterra em função do cenário político daquela época, na qual o governo italiano vigente era o regime ditatorial fascista de Benito Mussolini. Tal exílio contribuiu para que, futuramente, suas obras adquirissem caráter social e democrático.

Figura 01 – Richard Rogers

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Fonte: WIKIARQUITECTURA

Além disso, de acordo com seu livro de memórias intitulado Richard Rogers: a place for all people, no Festival da Bretanha de 1951 o arquiteto teve contato com monumentos que expressavam os ideais de esperança por transformações sociais advindas de uma nova era, no pós-guerra. São eles: Dome of Discovery, projetado por Ralph Tubbs, e Skylon, de Powell & Moya com Felix Samuely.

Figura 02 – Dome of Discovery        Figura 03 - Skylon

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Fonte: VINTAG        Fonte: PINTERESS

Durante sua formação acadêmica, Rogers teve dificuldades em escrita e desenho devido a um problema de dislexia. Apesar disso, se formou na universidade de Londres e iniciou seu mestrado nos Estados Unidos, lugar em que sua carreira como arquiteto despontou.

Em 1963, Rogers integrou-se ao Team 4, composto por ele, sua esposa e arquiteta Susan Jane Brumwell e outro casal, Norman e Wendy Foster. Esse grupo ficou em atividade durante cinco anos, mas se realizou através dele diversas obras influenciadas por grandes arquitetos como Frank Lloyd Wright, Mies Van der Rohe e Paul Rudolph.

Ao longo de sua carreira, Rogers estabeleceu suas marcas arquitetônicas, tais quais: transparência, adaptabilidade e cor. De acordo com ele, o foco da arquitetura não deve ser a funcionalidade ou a estética, visto que tais fatores não correspondem com as necessidades da sociedade contemporânea à sua época de atuação. A prioridade deveria ser uma arquitetura capaz de se adaptar às rápidas

transformações da sociedade, e que seja flexível de modo que possibilite mudanças em sua estrutura, em consonância com a fluidez de intenções aplicadas à ela. Além disso, a beleza das construções, para o arquiteto, consiste na estrutura e nas instalações da obra, dispensando-se assim a busca em ocultar seu funcionamento e sistema de forças.

Sua busca por tecnologias construtivas e suas pesquisas acerca de estruturas leves, desenhadas através dos esforços de tração e compressão, assim como sua inspiração nas membranas de Frei Otto, foram alguns dos fatores que o aproximou do arquiteto com quem iria projetar o Centro Georges Pompidou, Renzo Piano. Esse arquiteto havia chamado a atenção de Rogers com seu pavilhão italiano na Expo 70 de Osaka, em 1970, cujo tema foi “Progresso e Harmonia para a Humanidade”. Os dois arquitetos, assim, formaram uma parceria que posteriormente ficou conhecida como os bad boys.

Figura 04 – Richard Rogers em frente ao Centro Georges Pompidou

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Fonte: THE GUARDIAN

Vale citar, neste trabalho, os paralelos da concepção projetual do arquiteto com os ideais de Marx e Engels, presentes no manifesto comunista. Rogers, pois, prezava pela democratização da arquitetura, o que pode ser notado em sua tendência de uso de cores em seus projetos, com a intenção de tornar as obras e

seus sistemas legíveis, didáticos e acessíveis a todos. Além disso, seu próprio estilo de trabalho era norteado por princípios de equidade e responsabilidade social, focando-se na igualdade de distribuição de lucros entre os funcionários e nos investimentos em instituições de caridade.

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