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Estudo de referências arquitetônicas de habitação social

Por:   •  29/5/2019  •  Resenha  •  2.123 Palavras (9 Páginas)  •  237 Visualizações

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS, ARQUITETURA E ENGENHARIA

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

JULIANA DE OLIVEIRA ANGOTTI

ESTUDO DE REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS DE HABITAÇÃO SOCIAL

Santos - SP

Maio de 2019

JULIANA DE OLIVEIRA ANGOTTI

ESTUDO DE REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS DE HABITAÇÃO SOCIAL

Relatório da disciplina de Projeto de Arquitetura III apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da UNISANTOS, como requisito para compensação de faltas.

Conjunto Habitacional Heliópolis - Gleba G - SP

Biselli + Katchborian Arquitetos

O projeto do Conjunto Habitacional Heliópolis entrou no escritório Biselli Katchborian Arquitetos Associados como parte do Programa de Reurbanização de Favelas da Prefeitura do Município de São Paulo, por meio da Secretaria de Habitação. Tratava-se da realocação de várias famílias identificadas a partir da realização de um censo que determinou o perfil dos moradores de Heliópolis, a maior comunidade de São Paulo. Como a favela é gigantesca, a área foi dividida em glebas, entre vários escritórios de arquitetura, e cada um ficou com um lote. Ao Biselli Katchborian Arquitetos coube a gleba G, localizada na entrada de Heliópolis.

Longe de ser uma habitação popular comum, o Conjunto Habitacional de Heliópolis levou em consideração elementos integradores ao tecido urbano, privilegiando espaços públicos de interesse do morador, como o grande pátio central, e priorizando a qualidade.

Os arquitetos enfrentaram durante a criação do projeto a limitação do orçamento e, consequentemente, a impossibilidade de instalar elevadores. Realizaram várias simulações e não encontraram uma forma de dispor 420 unidades, sem verticalizar – respeitando a legislação, que só permite edifícios sem elevadores de até cinco andares. Até que chegaram a uma solução inédita para a habitação popular.

“O terreno tem um desnível importante que atinge quase dois metros, e existe um artigo da lei que permite ao arquiteto decidir qual será o térreo, desde que este esteja contido na cota média entre a menor e a maior. Então, determinamos vários térreos, cada um com três andares acima e cinco abaixo; ou dois para baixo e cinco para cima”, explica Artur Katchborian. A nova forma de projetar, tirando partido dos desníveis naturais, resultou na construção de até oito pavimentos sem utilizar elevador, com acessos em diversos níveis e de acordo com a legislação de subida máxima.

Por isso, o projeto prioriza um conjunto de passarelas-pontes que conectam os blocos e permitem o aproveitamento máximo dos coeficientes de construção. “O primeiro passo foi vender a passarela – ou seja, convencer que elas eram essenciais para o projeto. E o segundo foi fazê-las metálicas, algo sem precedentes em habitações populares”, conta Artur Katchborian.

A implantação no terreno irregular inspirou-se no modelo de quadra europeia que privilegia os recuos e o pátio interno nas edificações. Essas características favorecem a articulação entre a cidade formal e a informal, diferentes entre si.

As tonalidades vivas também demarcam a entrada de cada conjunto. Elas estão presentes nas empenas, percorrem verticalmente a caixa d'água e pontuam os variados térreos, com o objetivo de demarcá-los nos diversos níveis. A cor auxilia o morador a identificar rapidamente o bloco em que mora, outro ponto importante é que esses elementos imprimem identidade ao lugar e a seus habitantes, suprindo o desejo singular de identificação das pessoas.

Nas fachadas, além das cores, a paginação espanta a monotonia, trazendo movimento. Para isso, foram usados dois artifícios: o primeiro é uma paginação das janelas bastante peculiar. Embora portas-balcão e janelas tenham modelos idênticos, elas diferem no modo de abrir. Enquanto uma abre para a direita, a outra abre para esquerda; elas se movimentam de tal forma que nunca ficam iguais, abertas ou fechadas, criando a cada dia ou noite uma nova fachada, e assim traz dinamismo ao projeto.

O produto utilizado também supera em qualidade. Trata-se de uma janela com veneziana que corre por fora, com trilhos na alvenaria e o recurso final de cromatização. Ao olhar para o conjunto é possível notar que existem alguns panos com uma tonalidade de branco mais clara e outras mais escuras, aumentando a ideia de movimento.

Com um projeto que exigia uma construção econômica, os arquitetos conduziram a obra a uma solução de alvenaria de blocos de concreto, que é um sistema construtivo comum, de execução simples, privilegiando a racionalidade e a repetição. Apenas a construção dos pórticos de acesso foge a esse padrão, que devido ao grande tamanho do vão foi necessário vigamento e estrutura de concreto. Já os elementos metálicos foram aplicados nas pontes, que vencem um vão de 27 metros.

No interior, o layout dos ambientes é flexível, permitindo várias configurações, isso foi necessário porque o número de moradores por família varia de 5 a 11 pessoas, de acordo com estudo feito pela equipe da SEHAB. Ao todo, são 420 apartamentos

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