RESENHAS DE BECKER E LOUREIRO

Universidade Federal do Pará

Instituto de Tecnologia

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

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Ailla Caroline de Carvalho Raiol

Arquitetura e Urbanismo

RESENHAS DE BECKER E LOUREIRO

Disciplina: TARU 1

Professor: José Júlio

Belém, 2017

Ailla Caroline de Carvalho Raiol

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RESENHAS DE BECKER E LOUREIRO

Resenhas apresentadas à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Pará como requisito parcial para obtenção de nota na disciplina de TARU I.  

Belém, 2017

RESENHA DO TEXTO: BECKER, B.K. Novas territorialidades na Amazônia: desafio às politicas públicas. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum., Belém, v. 5, n. 1, p. 17-23, jan.- abr. 2010.

BECKER, B. K. Dinâmica urbana na Amazônia. Capitulo 14. 2005.

Bertha Koiffmann Becker foi uma importante geógrafa brasileira, cursou o Bacharelado e a Licenciatura em Geografia e História na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (FNFi/UFRJ), em 1948. Doutora, em 1970, e Livre-docente pelo Instituto de Geociências da UFRJ,com pós-doutorado pelo Department of Urban Studies and Planning, MIT, nos EUA, em 2000. Foi também professora titular aposentada da UFRJ e membro da Academia Brasileira de Ciências.  

Atuou como consultora e assessora de alguns órgãos estatais: Ministério Ciência e Tecnologia (MCT), Ministério do Meio Ambiente, Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Integração Regional e das Relações Exteriores. Dirigiu e integrou grupos de pesquisas internacionais na União Geográfica Internacional (UGI), foi Presidente da Comissão Nacional do Brasil e da Associação Nacional de Pós-Graduação em Geografia (ANPEGE). Participou também da concepção do Plano Amazônia Sustentável. A sua produção científica e intelectual se dedicava a estudar a Amazônia.

No primeiro texto sobre a dinâmica urbana na Amazônia, a autora explica como o Estado brasileiro, na década de 1960, impulsiona um novo ciclo de povoamento regional no contexto de um projeto geopolítico para a modernização da sociedade. É nesse período de integração nacional que se verifica as maiores mudanças na Amazônia.

A população urbana supera a rural em 1980, há crescimentos de cidades médias (menos de 100 mil habitantes) e configuram-se as regiões metropolitanas das metrópoles amazônicas. O modelo de urbanização espontâneo é característico da parte oriental, principalmente no Estado do Pará. Soma-se a isso os grandes projetos que são enclaves minerais e madeireiros, típicos de uma economia de fronteira, o que acaba agravando os problemas no campo.

Para a autora, o planejamento para a região deve entender todos esses conflitos e articular as redes externas (economia nacional e internacional) e as redes internas (mercados urbanos, comércio e serviço local). Deve-se entender que as áreas florestais e unidades de conservação são elementos para subsidiar políticas públicas consequentes.

No segundo texto sobre novas territorialidades na Amazônia, a autora apresenta conceitos de gestão do território e estudos que aprofundam o conhecimento sobre a Amazônia contemporânea. Para isso, ela questiona como o planejamento governamental com base no conceito de macrorregião e argumenta que novas políticas territoriais que se adequem com os processos sociais.

A elaboração dessas políticas deve estar relacionada com uma reestruturação econômica e territorial, afinal, a partir da década de 1970, com a revolução técnico-cientifica e a crise/reestruturação do capitalismo, uma nova forma de produção baseada na informação e no conhecimento surgem e novas estratégias especiais se manifestam como partes de um processo desigual e combinado.

Essa revolução gerou um novo modo de produzir baseado no conhecimento e na informação, configurando uma nova geopolítica. A Amazônia, segundo a autora, inseriu-se nesse processo como uma área a ser preservada na medida em que o novo modo de produzir a valoriza como capital de realização atual ou futura. Seguindo esse raciocínio, a região tem, portanto dois vetores de transformação: o vetor tecno-industrial herdado da economia de fronteira onde há mobilização para a exploração dos recursos naturais, sendo uma resposta à crise do Estado. O outro vetor é o tecno-ecológico que envolve projetos preservacionista e conservacionista, as RESEX são pioneiras nesse vetor.

A autora acredita que esse vetor ecológico pode significar um movimento um novo desenvolvimento mais democrático e flexível. As novas territorialidades têm, assim, que ser reconhecidas como um componente a ser fortalecido para o desenvolvimento regional sustentável.

RESENHA DO TEXTO: LOUREIRO, V.R. Amazônia: uma história de perdas e danos, um futuro a (re)construir. Revista Estudos Avançados. v. 16, n. 45. 2002

Violeta Refkalefsky Loureiro é mestre em Sociologia pela Unicamp, doutora em Sociologia pelo Institut des Hautes Études de l’Amérique Latine (Paris) e professora da Universidade Federal do Pará.

Nesse artigo, a autora explica como a Amazônia é tratada como um lugar de exploração dos recursos naturais ou dos povos que a habitam. Para tanto, ela descreve a rapidamente a trajetória histórica de exploração da região, desde a época da colonização europeia até atual fase de integração nacional.

Nos primeiros séculos de colonização brasileira, a autora mostra que os europeus enxergavam a Amazônia como um paraíso terrestre ocupado por povos bárbaros, primitivos, rudes e preguiçosos, e que havia tentativas de domesticar os nativos e a natureza da região, segundo visões exógenas (da cultura europeia). A autora defende a ideia que a história dos homens na Amazônia tem sido construída por duas visões: uma paradisíaca criada pelos mitos da região e a outra pela violência e exploração que desencadeia preconceitos em relação ao homem e a natureza.