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Resenha Berman

Por:   •  5/9/2016  •  Resenha  •  489 Palavras (2 Páginas)  •  266 Visualizações

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RESENHA CRÍTICA

BERMAN, Marshall. Tudo Que é Sólido Desmancha no Ar: A Aventura da Modernidade. São Paulo: Editora Schwarcz, 1986.

Vinicius França de Araújo

O livro Tudo Que é Sólido Desmancha no Ar, de Marshall Berman, discorre quanto ao período do movimento moderno questionando se ele trouxe consigo benefícios ou malefícios, visto que para alcançar a tão desejada modernidade deixava-se de lado diversas questões sociais. Surge neste momento uma intensa preocupação de demonstração de poder, como exemplo podemos destacar as grandes obras viárias implantadas por Moses que não estabeleciam relações com o existente, rasgando o tecido urbano, sem quaisquer preocupação com a população que fosse ser prejudicada, tendo a única função de fruição da máquina da elite.

Moses pode ser considerado o “Hausmann americano”, foi responsável por diversas obras públicas, ganhou notoriedade após recuperar e gerenciar parques e praças, o que lhe possibilitou participar de aberturas de vias e grandes intervenções de estruturação urbana. Seu trabalho foi marcado por não levar em consideração as pré existências, tão pouco os transtornos da população, nem da economia local (pequenos comércios de bairros) que eram retirados, cortados e demolidos sem quaisquer dificuldade e/ou preocupação.

A situação que Berman descreve de Nova Iorque vai totalmente contrário aos pensamentos e teorias desenvolvidas por autores, como por exemplo Aldo Rossi e Camillo Sitte. Janes Jacobs também faz uma crítica ao modo de planejamento urbano das cidades, para ela é imprescindível um conhecimento prévio do funcionamento e das necessidades do local a ser intervido, visto que cada local/bairro possui sua peculiaridade (ideais totalmente contrário ao “homem universal” do Movimento Moderno) Jacobs crítica o modo como o indivíduo é desconsiderado nesse crescimento em massa do funcionalismo.

Outro ponto de vista a respeito disto é de Kevin Lynch, apresentado em seu livro A Imagem da Cidade, onde o conceito principal baseia-se na legibilidade da cidade, isto é, mais uma vez o indivíduo é destaque e levado em consideração. Lynch desenvolve 5 elementos básicos para a identificação da cidade. Estabelecendo uma relação com o que ocorria em Nova Iorque podemos facilmente enquadrar as vias expressas na categoria de “limites” dividindo o tecido em dois fragmentos.

Em suma percebe-se quão importante o Movimento Moderno foi e ainda é grande divisor de opiniões, não podemos negar que os avanços tecnológicos obtidos durante esse processo foram de grande valia, entretanto a relação com a cidade foram tomas decisões genéricas, nem sempre com a melhor solução. As propostas e os estudos desenvolvidos pelos autores destacados acima mostram quão a tábula rasa do funcionalismo perde-se da essência, do usuário. Neste ponto podemos destacar as operações urbanas em São Paulo que utilizam a participação popular para debater quais são os reais interesses da população, além disso temos também o land readjustment que é um desenvolvimento urbano de execução compartilhada. Portanto fica claro que é possível desenvolver comunidades em que o usuário é ponto principal para a tomada de decisões, visto que essas decisões irão afetá-los diretamente.

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