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Resenha O Que é cidade Raquel Ronik

Por:   •  24/11/2020  •  Resenha  •  1.782 Palavras (8 Páginas)  •  678 Visualizações

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RESENHA:

ROLNIK, Raquel. O que é a cidade. São Paulo: Brasiliense, 1995. (Coleção Primeiros Passos; 203).

Raquel Rolnik é arquiteta, urbanista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Foi relatora especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU para o Direito à Moradia Adequada, por dois mandatos (2008-2011, 2011-2014). Foi diretora de Planejamento da Cidade de São Paulo (1989-1992), coordenadora de Urbanismo do Instituto Pólis (1997-2002) e secretária nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades (2003-2007), entre outras atividades profissionais e didáticas relacionadas à política urbana e habitacional.

O livro ''O que é cidade?'', faz parte da coleção Primeiros Passos, Editora Brasiliense. Segundo o título do livro, o tema trata sobre a cidade, a autora faz algumas analogias sobre a cidade e logo após disserta sobre as urbes capitalistas.

Na introdução a autora vai trazer um pouco do que é abordado no livro. Rolnik, traz analogias que nos fazem refletir “(...) tomando alguns exemplos de diferentes formas de fenômenos urbanos, refletir a respeito da natureza, origem e transformação.” (ROLNIK, 1995, p. 9)

Seu livro é divido em duas partes, a primeira ela trata sobre a definição da cidade, buscando mostrar referências de cidades diferentes entre si. ''A segunda parte, é dedicada à cidade capitalista - sua origem, movimentos internos, conflitos e contradições.'' (ROLNIK, 1995, p.9).

A primeira parte do Livro, que tem por título ''Definindo a Cidade'', a autora se faz uma pergunta sobre o que é cidade, logo é respondida com a imagem da cidade de São Paulo, conhecida por seu movimento incessante de gentes e máquinas. Com seus milhares habitantes. Ao parar para refletir, ela começa a pensar na urbanização como um todo, e unir as essências urbanas de outros lugares ou até mesmo em outros tempos.

Rolnik compara a cidade como um ‘’imã’’, antes de torna permanente moradia e local de trabalho. A comparação ao imã se dá, pois parece um campo magnético onde reúne, atrai e concentra homens. A autora relata os primeiros embriões da cidade, na era antiga cristã, os zigurates. ‘‘O templo era o imã que reunia o grupo.’’ (ROLNIK, 1995, p.14). Com a tentativa de levantar a Torre Babel, houve a sedentarização. A partir da sedentarização sucedeu-se a organização política, a normatização e a regulação interna.

Seguindo a específica relação da cidade com a escrita, a autora vai dizer que ambos andam lado a lado. É através da escrita que se registra a acumulação de riquezas e conhecimentos da cidade. Não é somente no documento ou algo do tipo que a escrita está presente, ela se encontra na arquitetura urbana que cumpre este papel também. A autora vai dizer ‘‘É por isso que as formas e a tipologias arquitetônicas, desde quando se definiram enquanto habitat permanente, podem ser lidas e decifradas, como se lê e se decifra um texto.’’ (ROLNIK, 1995, p. 17).

Ao associar a cidade com imã e com a escrita, faz-se ligação também com a cidade ‘‘Cívitas: a Cidade Política.’’ A autora traz a clareza que viver em uma cidade é viver na coletividade. Rolnik, sinaliza para os consequentes sistemas de controle advindos da vida coletiva, como, por exemplo, os sistemas de controle de fluxos: semáforos, faixas de pedestres, filas de ônibus. Desde sua origem, cidade pode significar política.

Outro estudo abordado, é sobre a cidade Romana, que não se refere a sua dimensão espacial, mas a sua dimensão política. Aí se encontra o motivo de chamar a cidade de Civitas, como menção à cidade Romana, em que o conceito de cidade está sobretudo relacionado à instância política.

Para encerrar a primeira parte do livro, é tratado sobre Mercado e Cidade. Ao abordar sobre os temas anteriores, o mercado segundo a autora, ‘‘tudo isso se refere a um espaço que, ao concentrar e aglomerar pessoas intensifica as possibilidades, de trocas e colaboração entre os homens, potencializando sua capacidade produtiva.’’ (ROLNIK, 1995, p. 25 e 26). Ou seja, cada indivíduo deveria produzir o que necessita para sobreviver, quando há uma troca de produtos para a sobrevivência, instala-se um mercado. Ao criar em um espaço pequeno a aglomeração nasce o mercado. Rolnik, destaca que cidade e campos passaram a serem independentes. Com a economia urbana, os trabalhos foram divididos. Agora o trabalho da transformação da natureza é realizado no campo e completada na cidade. A autora finaliza a primeira parte dizendo ‘‘Sem dúvidas, é possível dizer que hoje o mercado domina 'a cidade.’’ (ROLNIK, 1995, p.29).

Na segunda parte do livro, com o tema ‘‘A Cidade do Capital’’, a autora vai voltar ao tempo e falar sobre as cidades capitalistas, e sua área de mercado. Nesta parte do capitulo, será dividido por tópicos, o primeiro é ‘‘O ar da cidade liberta.’’ trata sobre os novos ambientes, por conta da produção de excedentes, transformou as relações entre o campo e a cidade. E trata-se das primeiras cidades medievais.

Naquelas cidades afluíam camponeses de outras vizinhanças, atrás de seus trabalhos artesanais. No lugar que os artesãos faziam seus trabalhos, lá eram seu local de moradia também. Era uma economia baseada na produção das substâncias, tanto para os produtores como também para uma economia mercantil, onde comercializava o excedente. Rolnik traz em destaque nas cidades medievais uma alternativa do poder feudal.

O feudo era autônomo, tanto na economia como na visão política. O domínio de um senhor sobre suas terras e seus servos eram absolutos, a autora compara o poder feudal com a igreja onde o seu Senhor tem o domínio dos homens. Frente a crise Feudal, a cidade tornou-se importante para os negócios, pois foi uma fonte de escape para os ex-servos, que saindo da organização feudal (rural), encontrou na cidade uma nova forma de viver e trabalhar. Deixando a vida de escravo e viver a força de trabalho. O primeiro tópico, ‘‘o Ar da cidade liberta’’ é pra relatar justamente isso, onde a cidade trouxe liberdade para os ex-servos.

No segundo tópico “Separar e reinar: a questão da segregação urbana.” Segundo ela: “é como se toda cidade fosse um imenso quebra-cabeças, feito de peças diferenciadas, onde cada qual conhece seu lugar e se sente estrangeiro nos demais.” (ROLNIK, 1995, p.40). autora relata que é através deste movimento, que os estudiosos de cidade vão chamar segregação espacial.

A autora centra

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