A Instrumentalização da Filosofia Como Disciplina Escolar

Eronildo Oliveira Anacleto

Filosofia na Sala de Aula: FiSA

Instrumentalização da filosofia como disciplina escolar

De acordo com a leitura proposta nessa primeira etapa, podemos traçar uma rota linear daquilo que pensamos ser o mais adequado para a disciplina de filosofia no ensino médio, não fazendo do ensino filosofia um dogma de conhecimentos fechados em si mesmo.

No texto apresentado pela professora Maria Lucia é levantada a questão sobre a “utilidade” da filosofia – questão está levantada pelos alunos logo ao tomarem contato com a disciplina, uma vez que eles têm ainda que sem saber, uma visão utilitarista e pragmática das coisas e por consequência das disciplinas lecionadas no ensino médio. Uma vez esclarecida está questão, tornará bem mais fácil e produtiva toda e qualquer reflexão a ser desenvolvida em sala de aula.

Acreditamos ser de suma importância o desenvolvimento não de um conteúdo filosófico fechado em si mesmo, como é o caso de nosso [para os professores da rede pública] Currículo do Estado de São Paulo – Ciências Humanas. Currículo esse que, de certa forma prende o trabalho dos professores, por não priorizar nem um rota linear da História da Filosofia e, nem oferecer abertura para uma discussão acerca dos mais variados temas da sociedade contemporânea.

Para o verdadeiro exercício do filosofar em sala de aula, não basta um currículo que abranja toda a história da filosofia, ou alguns temas cânones – se é que isso seja possível –, mas discussões e construções de argumentos e conceitos que possibilitem aos nossos alunos falarem e serem ouvidos, orientados por seus professores não só de Filosofia com as demais disciplinas.

Uma vez inerente ao ser humano a reflexão e a busca por questionamentos sobre aquilo que o cerca, então, faz-se necessária uma boa condução por parte do professor de filosofia, apresentando todas as variantes dos problemas e a transformação desses questionamentos e reflexões em algo que de fato faça sentido para os discentes. Livre de influenciar seus alunos cabe orientar de forma consciente e livre de suas próprias ideologias, apresentando as mais variadas opções de discussão e por consequente a formação de um conceito não fechado, encerrado em si mesmo, mas com abertura para outras possíveis discussões.

Fica clara a importância da construção de uma metodologia que possibilite além do ensino de filosofia pautado no seu cânone [representado pela história da filosofia], também instrumentos para o filosofar reflexivo. Acreditamos que seja necessária a apresentação dos mais variados textos assim chamados filosóficos, bem como textos de outras naturezas que levem à reflexão e posteriormente a discussão e produção de novos textos por parte dos alunos, levando-os assim a sua plena formação enquanto cidadãos.