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A Síntese do pensamento maquiavelizo

Por:   •  1/3/2018  •  Dissertação  •  1.036 Palavras (5 Páginas)  •  98 Visualizações

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Maquiavel é considerado com justiça como um dos fundadores da ciência política. O secretário florentino trouxe para sua época uma diferente forma de metodologia que se difere bastante das metodologias dos pensadores de seu tempo.

O pensamento de Maquiavel se distingue das teorias metafísicas dos pensadores  medievais de seu tempo. A doutrina do florentino passa longe de qualquer devaneio abstrato que permeava nos filósofos de sua época, o que foi um aspecto muito inovador para esse período.

Maquiavel parte dos acontecimentos que o cercam e de sua própria práxis como político. Como disse o Bertrand Russell em
História da filosofia ocidental: “Sua filosofia política é científica e empírica, baseada em sua própria experiência dos assuntos, preocupada em declarar os meios de se chegar a determinados fins, sem se preocupar de saber se tais meios são considerados bons ou maus”.

Outra característica importante do Maquiavel é seu entusiasmo pelas práticas de líderes da Antiguidade, especialmente dos romanos, tanto que ele leva suas experiências como exemplo de aplicação para a vida política de seu tempo. Porém, como conciliar o passado com o presente visto as diferenças de sociabilidades? Para Maquiavel, o homem é o mesmo desde sempre, reagindo da mesma maneira às mesmas adversidades.



Maquiavel entendia a vida política como algo que está em constante mudança, nunca como algo inerte.  Os governos passam por um processo periódico de mudanças, um processo cíclico, que leva da ordem a corrupção. Para ele, esse processo se deve a natureza humana, cuja instabilidade e ganância pelo poder acarreta na fragilidade dos governos.

Para Maquiavel, a corrupção está intrinsecamente ligada aos Estados, pois a degeneração presente nos processos transitórios dos governos acabam por criar um ambiente propício para uma nova ordem.

É importante destacar a noção de repetitividade da história (influenciada pelo historiador grego Políbio) tomada por Maquiavel, que deu uma nova cara a teoria. Ele, analisando sua Florença, chegou a conclusão de que ela, até então, estava em um nível em um nível mais baixo de desenvolvimento e logo passaria por um novo ciclo de crescimento ou degenerar-se de vez.

Maquiavel fugia do determinismo medieval que permeava em sua época, ele salientava a importância da ação humana para a construção das cidades.






A ligação entre fortuna e virtù é a estrutura principal do pensamento maquiaveliano. Fortuna para Maquiavel, não está relacionada a fortuna do pensamento cristão, que seria uma força divina atuando sobre os homens para mantê-los em adoração ao Reino de Deus.

Fortuna para Maquiavel tem a ver com as situações, ao tempo presente e às necessidades do mesmo: a sorte individual. É, para ele, a ordem das coisas em todas as dimensões da realidade que influenciam a política. Para o florentino, fortuna não pode ser vista como um obstáculo ao governante, mas um desafio político que deve ser conquistado ou atraído.

A virtù, para Maquiavel, trata-se da sagacidade, da determinação, da capacidade do sujeito em obter e manter o poder. O governante com grande virtù sabe como construir uma tática eficaz de governo capaz de sobressair as dificuldades impostas pela imprevisibilidade da história.

Para Maquiavel, o bom governante que possui virtù, sabe aproveitar as situações impostas pela fortuna. A dialética entre virtù e fortuna seria capaz de explicar o sucesso ou o fracasso do intento de poder.

Antes do surgimento de Maquiavel, o legado ocidental de se fazer política e de se gerir o Estado, estava fincado sob o âmbito de normas morais idealistas.
Na idade média essa tendência permaneceu sob os princípios do cristianismo, e não mais sob os preceitos morais da racionalidade humana.

Com Maquiavel esse cenário muda. O secretário florentino apresenta uma análise do fenômeno de poder através de experiências empíricas e objetivas. Desvencilhando-se então da idealização de governos mais justos que permeava no pensamento de sua época.

Portanto, ao desprender a política da moral, Maquiavel concede autonomia a politica, sujeitando-a as suas próprias lógicas e leis. Dessa forma, o governante não está mais sujeito a mais nenhuma normatividade ética e religiosa. Suas ações poderão seguir de acordo com as necessidade políticas de seu Estado.

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