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Análise do filme “Nós que aqui estamos por vós esperamos”

Por:   •  19/6/2016  •  Resenha  •  650 Palavras (3 Páginas)  •  1.959 Visualizações

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Análise do filme “Nós que aqui estamos por vós esperamos” sob a ótica da teoria do poder.

Parafraseando Eric Hobsbawm que ao iniciar sua obra “Era dos extremos - o breve século XX” cita Edward Grey, que no início do conflito mundial de mais de 30 anos que marcou o século passado disse “As luzes se apagam em toda a Europa”, se entende a extensão da tragédia que marcou o século XX, não apenas pela batalha em si, mas pelos motivos que levaram ao conflito e suas consequências na sociedade.

Da revolução industrial aos primeiros 50 anos do século XX viu-se ao lado de um avanço tecnológico sem precedentes o florescimento e a fundação das bases de uma economia que viria a reger as relações sociais até os dias atuais, o surgimento do que hoje entendemos como a fundada economia de mercado.

Esta forma de relação econômica aliada ao estado moderno traz luz a divisão da sociedade em classes: os que lucram e os que trabalham, os proletários e a burguesia como diria Karl Marx.

Nesta relação social, tanto nos modelos que buscaram sua destruição quanto nos que visaram sua efetiva aplicação, vemos claramente o poder exercido sobre os homens, homens subjugados, reféns de sua condição, alienados da capacidade de resistência por possuírem a vã crença de que poderão um dia virem a figurar entre os que dominam, o dominar sem a força - típica das sociedades anteriores - mas através da persuasão.

O filme  “Nós que aqui estamos por vós esperamos” de Marcelo Masagão mostra dominadores, dominados, e seus feitos. Homens como Chen Yat-Sen que em 1989 na praça da paz celestial na China interpôs-se a uma linha de tanques que buscavam violentamente pôr fim aos protestos de estudantes por uma China menos repressiva e corrupta fazendo com que os tanques recuassem, mulheres como as suffragetes que nos anos 20 conquistaram o direito ao voto depois de muito lutarem contra um preconceito que hoje, na sociedade ocidental vemos como irracional. Pessoas, que com feitos extraordinários ou não, buscaram fazer valer princípios que atualmente consideramos inerentes à humanidade

A efemeridade é condição essencial da vida humana, o filme evidencia sob o espectro do século XX histórias de homens ilustres ou simples desconhecidos, que viveram - ou sofreram - sob dominação, a intensidade do aperfeiçoamento desta relação de poder no século XX. Histórias que não somente deixam claras a condição passageira da vida humana mas que também mostram o quanto sozinhos não significamos, que precisamos da sociedade, do contexto em que estamos inseridos para que nossos feitos sejam de alguma forma relevantes. A presença da moral é que faz os feitos do homem serem relevantes.

Os valores que atribuímos aos feitos humanos são função da sociedade em que ele os desenvolve, houve momentos no século XX em que determinadas organizações sociais - como a alemã dos anos 30 - atribuíram valores a atitudes que hoje julgamos aterradoras.

A organização em sociedade implica valoração de bens fundamentais ao homem, como a vida, a liberdade ou a dignidade da pessoa humana. Não existe régua que defina uma escala de valores comuns a toda sociedade, os princípios que cada sociedade deve definir como superiores a outros, porém, é possível sermos capazes de determinar direitos e deveres de todos frente aos mais básicos princípios da vida humana em coletividade e quais os valores que uma sociedade atribui a cada um destes princípios quando confrontados, encontrando pacificamente uma solução para tal conflito.

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