O jardim das aflições

RESENHA CRÍTICA: O JARDIM DAS AFLIÇÕES

ITABUNA-BA

ABRIL-2018

Orientador:

Jeffson Oliveira Braga

O JARDIM DAS AFLIÇÕES. Direção de Josias Teófilo. BRA, 2017. 83 min.

O documentário em seu primeiro capítulo, destaca o ideal do direito no seu dever ser, relembrando que a criação de um direito, corresponde a incumbências maiores a terceiros, contrapondo isto com a ideia das possíveis restrições que o Estado pode impor hoje às pessoas, justificando como a ampliação de direitos. A necessidade do crescimento do poder estatal frente a liberdade individual, sempre será algo com embasamento irrefutável uma vez que a máquina visa a proteção de sua sociedade como um todo, tal como o contrato social. A autonomia intelectual é visada como uma arma contra as políticas de controle de massa. Olavo cita que são espalhados ideais que instigam a parte que se sente lesada com o governo para que se identifique com as ideias que são propagadas sem identidade partidária para a promoção de revoluções e consequentemente se perceba pertencente a um meio. É desmascarado o principal meio utilizado pelos comunistas para a criação de um poder “revolucionário”. A concepção de justiça é subvertida para a manipulação de pessoas que clamam pelo poder público, como Olavo menciona no filme: “O exercício da inteligência exige perfurar essa camada do poder para entender quais os poderes que se exercem sobre você e como você deslizar no meio deles, isso se torna difícil pois as pessoas em geral não meditam sobre as origens de suas ideias elas absorvem do meio cultural e conforme tenham um sentimento de concordância ou discordância absorvem ou jogam fora(...)”. Torna-se evidente o quão a população brasileira é manipulada diariamente, uma vez que, diante de tantos problemas de “difícil” solução, encontrar no outro os seus anseios, é no mínimo confortante, e, caso ele tenha os mesmos ideais facilmente uma boa relação será estabelecida, mas, nunca será questionada a história das ideias, uma diante que, comungar o mesmo pensamento todos os dias gerará um comodismo. Com a busca da origem, será possível a identificação da corrente doutrinária que está sendo seguida, entretanto isso só poderá ser alcançado mediante estudos profundos já que essas fontes basais tendem a ser suprimidas pelo moderno. É necessário o desenvolvimento da ideia verdadeira, e não da ideia própria. A apropriação cultural supracitada parte do comodismo humano e seu desinteresse na mudança, a evolução tende a realizar tarefas despendendo cada vez menos energia, logo, comodismo. Mudar para uma opinião consistente presume esforço, trabalho e muita leitura, e, frente a tantos problemas, há uma queda de potência de ação, por consequência uma acomodação, e permanecem “nessa multidão boiada caminhando a esmo”.

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