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Paper Relação de Trabalho de Interdisciplinidade

Por:   •  24/4/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.862 Palavras (8 Páginas)  •  42 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO

ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO DO TRABALHO

RELAÇÕES DE TRABALHO E INTERDISCIPLINARIDADE

Carla Henriques Fraga

O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO NA INGLATERRA

A formação e movimentos da classe operária

Porto Alegre

2014


CARLA HENRIQUES FRAGA

O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO NA INGLATERRA

A formação e movimentos da classe operária

Paper apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Direito do Trabalho na Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.

Porto Alegre

2014

INTRODUÇÃO

O presente paper tem como objetivo realizar uma breve análise do processo de industrialização na Inglaterra, com ênfase na formação da classe operária e os movimentos operários da época.

Estuda-se, inicialmente, o começo da revolução industrial e o processo de industrialização na Inglaterra, como e o porquê de ele ter ocorrido.

Analisa-se, na sequencia, como se formou a classe operária inglesa, bem como  a relação que se formou entre a burguesia e a classe operária, com o consequente desnível de riqueza entre as duas classes.

Por fim, analisam-se os movimentos operários, que passaram a surgir em virtude da exploração desenfreada da classe operária, que passou a se organizar em grupos e lutar por seus direitos.


  1. O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO NA INGLATERRA

O processo de industrialização na Inglaterra teve inicio no final do século XVIII, com a substituição da ferramenta de trabalho pela máquina, fator que ocasionou a descentralização da forma de produção.

Antes da revolução industrial, a forma de produção era artesanal e manual, bem como quase sempre concentrada em uma única pessoa, que por consequência era responsável pela produção em todas as fases, diferente do “fordismo” que conhecemos nos dias atuais, onde é estimulada a produção em massa, ficando cada individuo responsável por uma parte do processo de montagem.

Dessa forma, as corporações, que realizavam um trabalho artesanal, começaram a se extinguir, dando lugar à produção em larga escala e dividida em etapas.

Passou a vigorar, a indústria rural ou doméstica, na qual as famílias camponesas teciam, tingiam e fiavam. Inicialmente, tal produção ocorria em prol da família, mas posteriormente, com o crescimento do comércio, a produção passou a ser comercializada para o público em geral. Surgiram, em seguida, as manufaturas de tecelagem de algodão e fiação, que assemelhavam-se às fábricas, pois embora não possuíssem máquinas, reuniam operários em um só local e possuíam divisão de trabalho, de forma que cada operário ficava responsável por uma parte do processo. A Inglaterra, portanto, caminhava em passos largos rumo ao desenvolvimento da indústria.

 Com a Inglaterra se tornando pioneira no comércio europeu, por consequência, a comercialização crescia mais e mais,  que ocasionou o aumento da riqueza nacional, favorecendo a formação de um amplo mercado consumidor. A partir de tal momento, o consumo passou a ser maior que a produção, fator que estimulou a industrialização, juntamente com  a existência de mão de obra abundante e barata. Isto porque, em tal período houve a melhoria da produção agrícola, ao mesmo tempo em que grande parte da população estava sendo expulsa do campo, em virtude da apropriação de terras por proprietários rurais, de forma que tiveram de migrar do campo para a cidade. Assim sendo, os pequenos produtores rurais acabaram por se tornar empregados em indústrias.

Ademais, na segunda metade do século XVIII, diversos inventos revolucionaram a produção, tais quais a máquina de fiar, criada em 1767 pelo inventor James Hargreaves, que passou a ser utilizada pela indústria rural e doméstica. Em 1769, Richard Arkwright criou o tear hidráulico, que passou a ser usado na indústria têxtil, bem como James Watt cria a máquina a vapor e em 1785 Edmund Cartwright inventa o tear mecânico. Todas as invenções mencionadas estimulam o processo de industrialização referido.

2.         A FORMAÇÃO DA CLASSE OPERÁRIA

A partir da revolução industrial, começou a se formar uma classe operária. Os produtores, que antes eram donos dos teares e rocas, passaram a ser submetidos aos capitalistas, que agora comandavam os meios de produção. Ou seja, os produtores viraram operários.

Surgem a partir de então duas novas classes sociais, o burguês capitalista e o operário proletário, onde o primeiro é o proprietário dos meios de produção (fábricas, máquinas, matéria-prima) e o segundo era proprietário apenas de sua força de trabalho.

 A classe operária que se formou ganhava baixos salários e realizava jornadas de trabalho exaustivas e desumanas, o que resultou numa enorme alteração da condição de vida da população. Os produtores que outrora conseguiam usufruir, ao menos minimamente, da sua família e vida social no geral, agora eram submetidos à jornadas extensas e exaustivas, realizando trabalhos repetitivos (certamente com grande incidência de doenças ocupacionais, só que a origem ocupacional destas era, obviamente, desconhecida na época), vivendo em locais deploráveis e, ainda por cima, ganhavam salários irrisórios que mal lhes permitia a subsistência.

Os operários viriam a ser, portanto, uma fácil fonte de exploração dos donos do meio de produção, eis que à época leis trabalhistas eram inexistentes.

Os burgueses, donos dos meios de produção, enriqueciam às custas dos trabalhadores. A grande demanda por empregos nas fábricas, aliada à grande migração para a cidade informada anteriormente acabou por ocasionar desemprego. Com a evolução dos equipamentos utilizados nas industrias, as vagas que antes eram exclusivas dos homens, pois demandavam grandes esforços físicos, agora passaram a ser preenchidas também por mulheres e crianças, que trabalhavam por salários ainda mais baixos, de forma que a exploração crescia cada vez mais.

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