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A Cultura do Cafeeiro

Por:   •  21/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  7.553 Palavras (31 Páginas)  •  331 Visualizações

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INTRODUÇÃO

        A cultura do cafeeiro depende de vários fatores que contribuem para o seu sucesso . Dentre esses fatores, a formação de mudas tem papel preponderante, pois  qualquer erro cometido nessa fase trará reflexos negativos durante toda a vida da cultura.

        Devido a essa importância , vários trabalhos foram e têm sido desenvolvidos no sentido de se produzir mudas bem nutridas ,sadias e vigorosas.Além da preocupação com a qualidade das mudas produzidas , também a resistência dessas durante o transporte bem como a redução de custos de produção tem sido objeto de estudos .

        O objetivo do presente trabalho é fazer um breve histórico da produção de mudas e discutir as novas alternativas de produção .

HISTÓRICO

        Os recipientes : Há relatos de que o semeio do café era feito diretamente na cova , quando se usava até trinta sementes para se garantir no final da implantação da lavoura um stand de seis a oito mudas por cova. Outra prática comum naquela época era a de se fazer o plantio direto na cova, de mudas arrancadas de cafezais adultos (viveiros naturais ). Nesses sistemas , as mudas que se desenvolviam diretamente no campo eram protegidas inicialmente ("aclimatadas"), por uma espécie de "arapuca"de galhos e folhas (Souza, 1966).

        A prática da formação de mudas em viveiros, para depois serem levadas ao campo, começou com o uso de laminados de pinho e com blocos de solo argiloso ("torrão paulista" ). O uso de laminados de pinho trazia inúmeros problemas, como tratamento das lâminas com preservativos de madeira, óleo queimado ou sulfato de cobre, para em seguida serem amarrados com arame. Também o manejo dos "blocos de argila", ou "torrão paulista", era bastante difícil, quando se misturava esterco e argila, em proporções que variavam com a consistência do "barro " utilizado, para em seguida serem colocados em forma de vasos hexagonal , por uma máquina especial .

        A evolução da produção de mudas com o uso dos saquinhos de polietileno, veio através de pesquisas realizadas na Seção de Café do Instituto Agronômico de Campinas, recipientes que ainda hoje são muito usados pelos viveiristas.

        O substrato: A nutrição mineral das mudas de cafeeiro sempre foi uma preocupação dos pesquisadores em cafeicultura. As primeiras normas técnicas para a produção de mudas de cafeeiro (Souza , 1966 ) , preconizavam um substrato constituído de metade de terra e metade de esterco de curral , admitindo-se também o uso de 100% de terriço de mato .

        O uso do calcário no substrato foi também alvo de estudos de vários pesquisadores , porém Carvalho , Duarte e Ramalho (1978a e b ) , pesquisadores da então Escola Superior de Agricultura de Lavras - ESAL , conduziram 2 trabalhos distintos , testando substratos com esterco de curral e de galinha . Nesses trabalhos concluíram que o calcário não tem efeito no substrato de mudas de cafeeiro , podendo inclusive prejudicar , no caso do uso de P2O5 na mistura . Somente foram encontrados efeitos benéficos do calcário na ausência de esterco de curral .

        Quanto ao uso de P2O5 na mistura do substrato , a maioria dos trabalhos existentes concordam com seus efeitos positivos , discordando entre si apenas quanto a dose a ser utilizada no substrato das mudas. Sendo o P2O5 imprescindível na composição do substrato , convencionou-se a não aplicação do calcário na produção de mudas de cafeeiro (Carvalho Duarte e Ramalho , 1978 a e b ).

        A influência do potássio no desenvolvimento das mudas , foi por algum tempo questionada (Santinato , Figueiredo e Barros - 1980) , mas como haviam trabalhos mostrando resposta positiva , passou-se a recomendar a adição de meio quilo de cloreto de potássio para cada metro cúbico de substrato ( Carvalho , 1978 ) .

        Quanto a adição de boro e zinco ao substrato, Malavolta (1974) já recomendava bórax e sulfato de zinco na mistura, mas alguns trabalhos mais recentes (Ezequiel -1980 e Abrahão-1991) não encontraram efeitos satisfatórios , talvez pelo uso de esterco de curral , que é fonte desses nutrientes, em 30% da mistura .

        O uso de nitrogênio, aplicado em cobertura nas mudas de cafeeiro, mostrou grande resposta no desenvolvimento das mudas de cafeeiro, sendo que Brilho, Figueiredo e Toledo (1967 ), encontraram um aumento de até 41% na altura das mudas quando se fazia 5 aplicações de sulfato de amônio na dose de 30 gramas por 10 litros d'água . A essa aplicação de nitrogênio em cobertura, foi dado o nome de "forçamento", pois vários outros autores já alertavam para um esperado comprometimento do desenvolvimento do sistema radicular em função do grande crescimento provocado na parte aérea das mudas. Essa alteração na relação do peso seco raiz / parte aérea foi demonstrada por Guimarães, 1995.

        De posse de todos esses e muitos outros dados de pesquisa, passou-se a convencionar como substrato padrão para produção de mudas de cafeeiro em saquinhos de polietileno , a seguinte mistura (para um metro cúbico de substrato):

        - 700 litros de terra de barranco (subsolo) peneirada

        - 300 litros de esterco de curral curtido e peneirado

        - 5 quilos de superfosfato simples

        - 0,5 quilos de cloreto de potássio

        Ultimamente ,  a produção de mudas de cafeeiro em tubetes de polietileno ou mesmo em bandejas de poliestireno (isopor) , tem tido boa aceitação , e para tanto pesquisas têm sido realizadas com o objetivo de sanar dúvidas ainda existentes nesse tipo de produção de mudas.

PROPAGAÇÃO DO CAFEEIRO

        A propagação pode ser feita vegetativamente ( principalmente no caso de Coffea canephora) , por sementes (método atualmente mais usado em Coffea arabica L.) , ou ainda através de técnicas que envolvem áreas da biotecnologia como a cultura de tecidos, porém necessitando ainda de estudos .

        a) Formação de mudas por estacas

        A reprodução vegetativa do cafeeiro por estaquia é mais utilizada na espécie  Coffea canephora  , devido ao alto índice de pegamento e a facilidade de multiplicação de indivíduos superiores selecionados , obtendo índices de pegamento superiores a 90 % (Bergo , 1997) . Assim , hoje é possível obter mudas de plantas selecionadas , através do enraizamento de estacas , reproduzindo fielmente todos os caracteres da planta mãe (Paulino e Paulini , 1985 ) .

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