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A pratica da ciencia

Por:   •  28/3/2016  •  Projeto de pesquisa  •  3.692 Palavras (15 Páginas)  •  520 Visualizações

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Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU

Comunicação Aplicada

Marcelus Gouvea

RA: 625622/5

RESUMO DE “A PRÁTICA DA PESQUISA”

São Paulo - SP

2013

MARCELUS GOUVEA

RESUMO DE “A PRÁTICA DA PESQUISA”

Resumo do capitulo 01 do livro “A prática da pesquisa 2º edição” de Claudio de Moura Castro, para avaliação continuada de comunicação aplicada.

Orientador: Prof. Juarez Firmino

SÃO PAULO

2013

A PRÁTICA DA CIÊNCIA

O PODER, OS LIMITES E OS ABUSOS DA CIÊNCIA.

Vivemos em um período em que a ciência desfruta de um prestigio jamais igualado. Observamos a reaparição da astrologia, a rejeição das teorias de Darwin, a magia, as religiões místicas ou fundamentalistas, bem como a tentativa de retorno a uma vida mais simples, mas isso não passa de nostálgicas e tímidas reações diante de um mundo onde a ciência  e a técnica são cada vez mais frequentemente chamadas a determinar o curso de nossas vidas.

Um ponto crucial da questão é que chamados enunciados científicos, dados seus mecanismos de validação e a circunspeção com que são feitos, adquirem grande força politica e exercem grande impacto em controvérsias sobre temas sociais. Ou seja, a ciência impõe respeito e trás credibilidade a qualquer assunto. Daí o grande interesse de poder rotular como cientificas certas proposições a fim de que adquiram maior peso. Ademais, as roupagens imponentes da ciência são, às vezes, usadas para esconder trivialidades.

O peso politico da ciência traz consigo a tentação de fazer passar por ciência o que não o é. Basta ver o numero de anúncios comerciais que justificam a qualidade dos produtos pelas ‘provas cientificas’.

RIGOR E LOGICA: NECESSÁRIOS, MAS NÃO SÓ NA CIÊNCIA.

        O método científico impõe exigências invioláveis de rigor no uso da língua. O significado das palavras tem que ser claro, preciso e com suas fronteiras bem demarcadas. As regras da logica deverão ser obedecidas a qualquer custo. A genealogia de cada enunciado tem que ficar clara: Foi observado? Foi medido? Quem disse? Quais as credenciais técnicas de quem disse? Além disso, o estilo de apresentação dos resultados deve ser preciso e direto. A adjetivação de esse ser circunspeta.

        Se a ciência fosse sinônima de pensamento rigoroso, segue que, não sendo ciência, não seria pensamento rigoroso. Isto leva à depreciação do discurso inteligente sobre temas importantes e a uma tentativa  estender a vigência da atividade cientifica em áreas que estão muito além de suas possibilidades reais. Por exemplo, filosofia não é ciência e nem por isso se pode permitir ser menos rigorosa na logica. Tampouco é menos importante como atividade da razão e do espirito.

        Lamentavelmente, às veze usa-se como critério de demarcação entre ciência e não ciência a presença ou não a logica cuidada. Se discutirmos nossas preferencias por roupas, podemos falar de maneira descuidada. Se discutirmos assuntos de politica sem rigor e consistência no uso das palavras e no seu encadeamento, e pouco tempo ninguém entende mais nada. Vemos muitas discussões cientificas em que juízos e de valor mesclam-se com fatos. As palavras são usadas pelo seu efeito decorativo ou pelo seu impacto emocional. Fato e opinião se confundem.

        Para escapar dessa situação invoca-se a ciência. De fato, a ciência nega ou impede esse tipo de promiscuidade logica. Todavia, o método científico pode ser um remédio forte demais, matando a discussão. A fiscalização ou o controle de qualidade do método pode nos deixar parados a meio do caminho. Mas do rigor da logica não podemos escapar, mesmo não sendo ciência.

        O problema é que, transformando as acusações em proposições rigorosamente definidas, o assunto perde o impacto politico. Ao se tornar ciência, deixa de funcionar como acusação de desígnios perversos do sistema e acaba por lidar com minudencias de menor interesse. Na pratica, o assunto só interessa quando permite acusações. E quando o tratamos com rigor cientifico as acusações possíveis não tem impacto politico.

        A discussão de juízos de valor e de doutrina social está estritamente banida do discurso cientifico; sua inclusão tem que ser feita com uma cautela que limita severamente a fluência do texto. Contudo,  o que é mais serio, o método cientifico pode não nos levar até uma resposta quando definitivamente temos que tornar pratica uma decisão. Os entraves metodológicos podem deixar-nos muito aquém do ponto em que estaríamos preparados para optar por alguma alternativa.

        As pesquisas científicas nos fornecem elementos para essa discussão, reduzem a área de incerteza e desconhecimento, estabelecem inferências possíveis ou prováveis dessa ou daquela opção. Mas o método científico não abre espaço para discussões acera de politicas de planejamento familiar no bojo do seu discurso.

        Todavia, e este é o ponto que queremos enfatizar. Nas discussões doutrinarias e na especulação sobre resultados contingentes a essa ou aquela opção uma opinião bastante semelhante a nossa é mantida por Robert L. Abel.

Ainda hoje, quando o prestigio da ciência atingiu sua altura máxima, a maior parte dos problemas do mundo esta sendo resolvida e grande parte d progresso esta sendo obtida por métodos que envolvam experiência, a razão, o diálogo e o consenso [...] A alternativa para a pesquisa científica baseada não e apenas tradicionalismo, misticismo ou especulação: há também empirismo (isto é, experiência), discussão e decisões apoiadas na razão.

“Some limitations of basic research in education”. In: Phi Delta Kappa, out 1967, p. 83.

        Se estivermos propondo rigor no pensar e no falar, se insistimos uma logica escorreita, poderíamos então perguntar como prepararíamos a sociedade para alcançar esses objetivos. Karl Pearson, cientista destacado e um dos dois estatísticos mais importantes do século XX, defendia ideias semelhantes. Segundo ele:

A classificação dos fatos, o reconhecimento de sua sequencia e sua importância relativa é função da ciência. O habito de formar um julgamento a partir desses fatos, não se deixando influenciar por sentimentos pessoais, é a característica do que pode ser denominada a mentalidade cientifica. O método científico para examinar fatos não e peculiar a uma categoria de fenômenos e a uma classe profissional; é aplicável aos problemas físicos tanto quanto aos sociais. Devemos cuidadosamente nos precaver contra a suposição de que a mentalidade cientifica é peculiar ao cientista profissional.

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