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O Ensino de Economia na Educação Superior no Brasil

Por:   •  7/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.776 Palavras (8 Páginas)  •  281 Visualizações

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O Ensino de Economia na Educação Superior no Brasil

Yana Maciel Nunes[1]

Miguel Angel Nuňez[2]

Antes de se abordar a questão do ensino de Economia na Educação Superior no Brasil, é importante se reconhecer que área da Economia proporciona aos acadêmicos uma base formativa que lhes permite construir conhecimentos de caráter científico, ligados à realidade, que conseguem reestruturar seus esquemas cognoscitivos de forma significativa, incorporando toda a informação que recebem diariamente sobre problemas econômicos (BRASSER-PEREIRA et al, 2006).

Segundo Samuelson e Nordhaus (2012), é sabido por todos a grande preeminência que a Economia, como campo das Ciências Sociais, ocupa na sociedade contemporânea. Grandes sucessos que acontecem diariamente na vida diárias das pessoas apresentam uma origem econômica; por isso, através dos diversos meios de informação e comunicação, recebem-se informação de cunho econômico. Somado a isso, a sociedade em seu conjunto, diariamente toma uma infinidade de decisões relacionadas com problemas econômicos.

No entanto, segundo Paulani (2005), também é importante que se reconheça que decifrar as questões econômicas, abordar a origem de tais problemas, encontrar soluções que beneficiem as sociedades e o planeta em geral, não é tarefa simples, pois requer, quando menos, alguns conhecimentos fundamentais sobre fatos econômicos, conceitos, indicadores, causas.

É relevante lembrar o que afirmam Giambini et al (2005), de que a matéria de Economia não apenas outorga aos acadêmicos uma visão ampla da realidade em geral e dos conflitos econômicos em particular, mas também aviva a implementação de uma série de valores e atitudes de caráter universal, diante do mundo que os rodeia.

No âmbito do ensino de Economia na Educação Superior no Brasil, Paulani (2005) reforça que a grande finalidade de qualquer instituição educativa é a formação integral do indivíduo, o que quer dizer a consecução de aprendizagens significativas duradouras e com um alto grau de consolidação, que permite o acesso a novo conhecimentos e à resolução de problemas, diante de diversas situações.

Nesse sentido, de acordo com Samuelson e Nordhaus (2012), contemporaneamente, o ensino da Economia no Brasil tem um duplo desafio. Por um lado, deve solucionar a crescente demanda social pelos fatos econômicos. As pessoas demandam de cada vez mais informação econômica e que esta seja transmitida de uma forma que possa ser compreendida sem a necessidade do prévio conhecimento de tecnicismos, porque a vida se torna cada dia mais econômica: investimentos nos mercados financeiros, planos de pensões, hipotecas, seguros de vida etc.

Referindo-se ao ensino de Economia nas universidades brasileiras, Paulani (2005) analisa que existem críticas quando à forma de ensinar a matéria atualmente. Apesar disso, a ortodoxia tem estado imutável, não somente diante dessas abordagens críticas realizadas por professores, economistas e estudantes, mas também sobre fatos graves, como a crise atual. A maioria dos economistas defende o paradigma dominante, apesar das rachaduras que os acontecimentos reais têm criado em seu edifício teórico. Isso contrasta com o que ocorreu em crises anteriores, como a dos anos 1930 e 1970. A insatisfação que muitos estudantes e professores sofrem frente a isso é evidente.

Paulani (2005), por sua vez, confirma a existência de uma corrente ortodoxa e imóvel no sistema educativo brasileiro que impossibilita qualquer ensino alternativo da Economia e que deposita toda a sua fé na maximização do benefício.

A partir dessa constatação, a própria Paulani (2005) afirma que a missão de todo economista deveria ser a de conhecer todo discurso econômico existente e entender que sempre existem muitas alternativas ao modo econômico/ideológico dominante.

Samuelson e Nordhaus (2012) consideram que, com o forte processo de recessão que atravessa a economia mundial e, sobretudo, a economia brasileira, não só tem sido possível se comprovar as deficiências do sistema financeiro e capitalista mundial atuais, mas que também tem se levado a questionar a efetividade e a qualidade do ensino da Economia nas universidades brasileiras.

Segundo Paulani (2005), neste cenário, as economias pós-keynesiana e neoclássica, que se baseiam em modelos teóricos que tentam fazer da Economia uma ciência matemática, continua sendo a única corrente de pensamento que se tem a oportunidade de estudar nas universidades brasileiras, o que leva os acadêmicos a se graduar sem compreender e conhecer outras tantas alternativas ideológicas que o discurso econômico historicamente tem oferecido, a partir de sua desvinculação política.

Este fato, no entendimento de Paulani (2005), não só indica a passividade dos alunos em compreender os prós e contras da matéria à qual têm escolhido dedicar-se, mas a escassa oportunidade que lhes é oferecida para torná-los capazes de desenvolver uma mentalidade crítica. Daí a necessidade da formação dos professores de Economia ser mais adequada, porque é certo que sem uma pluralidade na matéria e um ensino que não realce nas novas gerações a capacidade de análise critica pode supor um flagelo para a sociedade e para o seu desenvolvimento intelectual.

Paulani (2005) concorda que o conjunto do corpo teórico apresentando durante a graduação de Economia no Brasil está exclusivamente centrado na escola neoclássica, apresentando, apenas esporadicamente e marginalmente, outras escolas de pensamento, ou não o fazendo diretamente.

Reforçando, Giambini et al (2005) afirmam que no âmbito da falta de pluralismo teórico, a principal crítica a e fazer em relação ao ensino de Economia nas universidades brasileiras é, de fato, o predomínio, quase absoluto, da escola neoclássica na teoria econômica explicada nas aulas. A consequência de um predomínio quase absoluto é que a ciência econômica no âmbito acadêmico brasileiro passa a converter-se em um dogma, em que tão somente um tipo de esquema metodológico e conceitual é apresentado, e onde desaparece completamente a possibilidade de questioná-lo.

Samuelson e Nordhaus (2012) acrescentam que, este desaparecimento da possibilidade de questionar os pressupostos neoclássicos se vê claramente ao se constatar que disciplinas como a História do Pensamento Econômico tem um papel residual e, até, às vezes, ausente, nos currículos. É este tipo de disciplina que permitem ao acadêmico compreender a origem das teorias aprendidas e entender que elas são dependentes de um determinado contexto histórico, social e cultural e não em um corpo teórico de ideias isoladas, como podem ser apresentadas.

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