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Economia do setor automotivo no Brasil em 2014

Por:   •  8/4/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.774 Palavras (12 Páginas)  •  334 Visualizações

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A economia do Brasil em 2014

O cenário da economia brasileira se encontra num quadro de forte recessão. A economia que parecia tão promissora em 2010, cujo PIB havia crescido 7,5%, apresentou um crescimento de apenas 0,1% em 2014 em comparação com o ano anterior. O Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, fechou o ano em R$ 5,52 trilhões, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

PIB brasileiro de 2014 por setores da economia: 

 

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Os dois primeiros trimestres de 2014 já indicavam uma retração na economia, pois comparando o segundo trimestre de 2014 com o segundo trimestre de 2013 o encolhimento da economia foi de quase 1%. Isso significa que quase R$50 bilhões a menos foram produzidos em termos de bens e serviços.

O crescimento de 0,1% em 2014 foi puxado pelos setores de serviços, que teve alta de 0,7% no ano, e de agropecuária, que avançou 0,4%. Com queda de 1,2%, a indústria impediu um crescimento maior do PIB no ano.

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Analisando a demanda, houve um avanço de 0,9% no consumo das famílias e um crescimento de 1,3% no consumo do governo. A formação bruta de capital fixo, que representa os investimentos, caiu 4,4% no ano. As exportações caíram 1,1%, enquanto as importações tiveram queda de 1% no período.  

Observando o gráfico abaixo no terceiro trimestre de 2013, os investimentos caíram 1,7%.  No quarto trimestre de 2013, caíram 1,9%.  No primeiro trimestre de 2014, caíram 2,8%.  E no segundo trimestre de 2014, caíram 5,3%.

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Comparando o segundo trimestre de 2014 com o segundo trimestre de 2013, os investimentos encolheram incríveis 11,2%, e os mesmos vinham diminuindo por quatro trimestres seguidos.

Esse cenário de recessão, que vem persistindo há uns dois anos, pode ser explicado através de diversos fatores como a inflação que continua alta, e medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou 2014 em 6,41%, abaixo do teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%. O resultado elevado ocasiona o aumento dos preços como a gasolina, a energia elétrica e o transporte público, refletindo no consumo das famílias.

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Brasil - Taxa de Inflação, 2014. Fonte: http://pt.tradingeconomics.com/

Em virtude da inflação em alta e um cenário polítco-eleitoral incerto (de represamento de preços e contenção de juros), desde abril de 2013 tivemos um aumento na taxa de juros equivalente (SELIC), que chegou em 11,75% e a elevação dos juros pelo Banco Central é um dos principais instrumentos para controlar o aumento de preços. Fechamos 2014 com a taxa de juros mais alta dos últimos anos e uma das mais altas do mundo. Essa situação enfraquece a perspectiva de um crescimento econômico ao tornar mais caro o preço de empréstimos para consumo e para realizar investimentos produtivos.  Diminuindo o crédito disponível, o dinheiro em circulação também diminui e dessa forma, é possível diminuir a quantidade de pessoas e empresas dispostas a consumir bens e serviços, e os preços tendem a cair ou parar de subir.

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https://financasfaceis.wordpress.com/

Os aumentos, da inflação e da taxa SELIC, indicam um quadro de desequilíbrio fiscal. Em 2014, a crise fiscal sinalizou um aumento do déficit público de R$ 186,3 bilhões a mais do que o de 2013. Desse valor, R$ 62,5 bilhões, 33,5% decorreram de aumento dos juros e R$128,8 bilhões, 66,5%, da elevação das despesas públicas. Com o governo gastando acima do que arrecada, ele coloca na economia mais dinheiro (via gastos) do que retira (via tributos). Com isso, além do efeito direto do consumo do governo, há aumento do consumo das famílias, entretanto, a economia brasileira enfrenta um momento delicado para aumentar a oferta de bens para atender essa demanda: baixo investimento (devido à incertezas), deficiências de infraestrutura, baixa poupança para financiar investimentos, entre outras. Com maior demanda e oferta restrita, o resultado é o aumento dos preços.

O baixo crescimento da economia ainda é consistente com o cenário da economia mundial, onde há uma menor oferta global, a valorização do dólar devido a política expansionista dos EUA, que implica num aumento dos juros americanos e consequentemente o aumento dos juros no Brasil como forma de manter a atratividade dos investimentos externos e amenizar a saída de capital em direção aos EUA, uma vez que as moedas nas economias emergentes foram afetadas pela queda dos preços das commodities e pela desaceleração econômica, principalmente da China (embora pequena).

Diante desse cenário, o Brasil ainda vem enfrentando um processo de desaceleração do mercado de trabalho e um sentimento de incerteza sobre a economia decorrente do cenário eleitoral que acabou refletindo nas expectativas dos investimentos, a restrição de créditos e o consumo das famílias, levando à diminuição do PIB.

A queda nos investimentos no setor industrial (em máquinas, equipamentos, instalações e infraestrutura) tiveram forte impacto no resultado do PIB, uma vez que é a sua variável mais importante, pois indica a saúde da economia, além de permitir um cenário mais favorável para o seu crescimento. No entanto, a “nova matriz econômica”, adotada em 2011, fracas­sou em promover a indústria aprovando medidas protecionistas para o setor produtivo interno, sendo que a indústria precisa de políticas que a ajudem a ser mais competitiva, e não de barreiras que a protejam da falta de competitividade.

O cenário do setor automobilístico e sua importância para o PIB

O mercado automotivo passou nos últimos trinta anos por um processo de reestruturação significativo em função principalmente da saturação dos mercados nos países centrais (EUA, Japão, União Europeia) que direcionou o fluxo de investimento para os países em emergentes como Brasil, China, Coréia do Sul e Índia. A oportunidade de desenvolvimento do setor foi relevante no processo de industrialização do Brasil onde, desde a década de 1950, restrições à importação foram introduzidas progressivamente incentivando a fabricação local. Atualmente o Brasil é uns dos 10 maiores produtores de automóveis do mundo e a indústria automotiva corresponde a 21% do PIB industrial e 5% do PIB nacional.

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