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Escrita criativa.

Por:   •  1/6/2015  •  Resenha  •  2.047 Palavras (9 Páginas)  •  267 Visualizações

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Eterno.

 

Prefacio:

Há milhares e milhares de anos, antes de qulquer homem, mulher ou animal viver, uma força existia. Não se sabe quem a criou ou a quanto tempo existe, ela simplesmente sempre esteve a nossa volta, cuidando de nós e do universo. Nossos antepassados a nomearam de "Espiritos". Essa força é responsavel pelo equilibrio do planeta e também é a fonte de poder do meu povo.

Os humanos e os Espititos viveram em paz por milenios, nossos pais nos ensinaram a respeitar e obedecer essas forças além da nossa compreenção. Mas reza a lenda que um homem deixou a ganancia tomar seu coração, Adalard Huntter foi seduzido por Ykgai, o Espirito da luxuria, guerra e morte. Ykgai o prometeu poderes semelhantes aos Espiritos e seduzido pela possibilidade de ser um deus se converteu para sombra levando muitos seguidores com ele. Ykgai os convenceu que os unicos entre eles e o poder que tanto almejavam eram os Espiritos de luz, e então a guerra foi travada.

Ykgai ganhou cada vez mais seguidores e juntos lutaram contra aqueles que acreditavam que o mundo espiritual era muito maior do que nós. Muitos morreram naquela noite e os Espiritos se zangaram com Ykgai e seus dicipulos os soprando para o outro lado do planeta, os isolando em uma terra de ar frio e solo seco.

Os seguidores de Ykgai se nomeiam Yk'ains, e viveram por anos planejando sua vingança contra os Espiritos e o povo que os impediu de alcançar o que tanto almejavam. Até uma noite em que finalmente o mundo dos Espiritos foi destruido e o mundo se encobriu por um manto de miséria, morte e dor.

Mas um dia, Ajade, o mais poderoso dos Espiritos de luz retornara trazendo a paz para o nosso mundo...

 

Capitulo um: 1000 mais tarde.

 

 

 

 

 Não ser vista, não ser ouvida, não ser lembrada. Essas eram minhas instruções. Não sabia exatamente o porque de ter de viver escondida, mas depois de dezesseis anos sem resposta, já tinha desistido de questionar. Desde que me lembro minha mãe e eu nos mudamos frequentemente, não paramos mais de três meses em um lugar. Ela diz que é para minha segurança, que não podem saber que eu existo, por isso sempre tenho de ficar em silêncio. Não ser vista, não ser ouvida, não ser lembrada.

 

Eu estava zangada naquele dia, era meu aniversário de dezesseis anos e teria de passar o dia todo sozinha. Via Suzan se arrumar para mais um dia de trabalho com um bico enorme nos labios. A senhora idosa andava de um lado para o outro ajeitando seus cacarecos, no rosto enfeitado por rugas uma expressão de culpa, sabia que ela não queria me deixar sozinha, mas tinha de trabalhar para nos sustentar.

Minha mãe trabalhava vendendo doces para os Yk'ains na cidade, passava o dia todo fora e só voltava quando o céu estava escuro e eu não conseguia ficar acordada por tanto tempo para espera-la. Queria muito que ela me levasse junto, só daquela vez, prometi que ficaria escondida na caminhonete, que ficaria em silêncio e que não sairia de lá por nada, mas ela não quis saber de negociar, eu não iria e era sua ultima palavra.

-Sinto muito, Cho. Deixei alguns doces para você no armário, te trago uma surpresa quando voltar. Feliz aniversário meu amor. -Ela disse antes de sair do pequeno apartamento carregando suas sacolas cheias de guloseimas.

Continuei sentada por alguns minutos na grande cama de casal que ocupava quase toda "casa". Nós havíamos nos mudado para aquele distrito há menos de um mês, nossos pertences ainda estavam em caixas empilhadas no canto da parede e ficariam ali até a hora de nos mudarmos novamente. Eu não gostava daquele lugar de qualquer forma, era tão pequeno e frio, o aquecedor não funcionava e havia rachaduras na parede por onde o vento entrava, de noite era possível ver a nossa respiração, mas era desagradavel mudar-se sempre, quando começava a me acostumar com a vista na janela, já era hora de encaixotar as coisas e nós mudar para o mais longe possível com a desculpa de que "é pela sua segurança".

Encostei-me á parede olhando pela fresta da janela á tempo de ver Suzan despachar na velha caminhonete vermelha cheia de sacolas na traseira. Aquela rua era sempre tão deserta, quase não haviam pessoas para observar, salvo apenas por um pequeno bar do outro lado da rua onde sempre tinham alguns Yk'ains arrumando confusão. Sempre torturando os humanos com seus poderes, eles gostavam de invocar o vento e fazer voar todos os copos cheios deixando os bebados um tanto bravos, o dono do bar, um velhinho de cabelos grisalhos, sempre corria para fora prometendo bebidas de graça se não quebrassem mais copos. Mas naquele dia não havia nenhum Yk'ains por perto, o que era estranho, eu sempre os via subindo a rua com seus trajes negros e seus penteados estranhos. Onde há um humano sempre havera Yk'ains, mas também não haviam humanos nas ruas, até mesmo o bar estava fechado. Seria algum tipo de feriado?

Chutei o cobertor de lã para longe depois de ouvir minha barriga implorar por comida, desviei das caixas pelo chão para chegar a parte respectiva a cozinha, contava apenas com uma bancada, uma pia com agua fria, uma geladeira pequena e um fogão elétrico. Era meu aniverssário então me dei ao luxo de comer tortinhas de framboesa e biscoitos de chocolate pela manhã. Adorava os doces da minha mãe, mas quase nunca tinha permisão para comê-los, "é para serem vendidos, precisamos pagar as contas!" era o que Suzan sempre me dizia quando eu tentava roubar algum biscoito de sua sacola.

Voltei a sentar na cama com os doces em um prato e um copo de leite quente para acompanhar. Comi tudo lentamente para me ocupar, se terminasse de comer rapidamente não teria mais o que fazer. Suzan já havia lavado a louça, tirado o pó, lavado as roupas, o que me restava era ficar sentada naquela cama o dia inteiro esperando que ela voltasse.

Depois de comer peguei meu caderno de desenhos para me distrair um pouco, quase todas as paginas estavam gastas por desenhos bobos, paisagens, rostos de desconhecidos que eu via pela janela. Peguei uma caneta qualquer e comecei a traçar sem pensar muito, logo o senhor do outro lado da rua apareceu na folha branca, os pés não tocavam o chão e a sua volta milhares de copos cheios de cerveja voavam. Ele parecia um bom senhor, minha mãe dizia que ele gostava de contar estorias, sempre que ela ia do outro lado da rua comprar algo demorava horas para voltar, ela dizia que era porque o senhor de cabelos grisalhos sempre tinha uma nova estoria para contar. Nos ultimos dias minha vontade era de atravessar a rua, sentar em uma das cadeiras de madeira na frente do pequeno estabelecimento e pedir para ouvir estorias, ele devia saber muito sobre muitas coisas e eu não sabia nada, ao menos sabia o porque de estar escondida. Eu só sabia que não era humana, mas também não era uma Yk'ains, então quem eu era? Na palma da minha mão havia um simbolo tracejado em negro, não se parecia com nada em particular, era um circulo com um triangulo ao meio, não sabia seu significado, mas sabia que tinha algo haver com quem eu era de fato. Sabia disso, porque Suzan sempre fazia questão que eu escondesse aquilo, com luvas fachas, não importava, ninguem nunca poderia ver aquele simbolo.

...

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