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Marketing Político

Por:   •  20/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  758 Palavras (4 Páginas)  •  157 Visualizações

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Riscos impostos à democracia diante de um marketing político feito com estratégias e fundamentos no marketing comercial.

Entre todas as ferramentas utilizadas por políticos para atingirem seus objetivos eleitorais, talvez o marketing político seja a forma mais agressiva para que o mesmo consiga obter êxito em sua campanha eleitoral.  A publicidade está inserida no estilo de funcionamento deste processo, já que o marketing nos transmite diretamente a ideia de “promover” ou “vender”, algo ou alguém, de diferentes maneiras. A partir deste ponto, e de acordo com o material estudado nessa unidade, podemos analisar de uma forma mais clara e incisiva como o marketing pessoal de um político pode transformar de uma maneira radical a imagem que é transmitida ao eleitorado, onde com o emprego de táticas que envolvem marketing comercial e publicidade, o eleitor acaba sendo um meio manipulável para que o político mostre apenas um lado mais planejado de sua personalidade, levando em conta fatores as vezes de muito mais impacto pessoal e de personalidade, em detrimento das propostas de gestão e plano de governo.
Mas afinal, como isso pode interferir no sistema democrático? De acordo com Teodósio e Ashley, democracia nos remete as referências das cidades-estados gregas. “A democracia como prática social na Grécia antiga não assumia a noção de inclusão, mas, ao contrário, era marcada pela exclusão da vida política aqueles indivíduos que não pertenciam ao mundo dos “cidadãos virtuosos.” Dessa forma, se em seu primórdio a democracia foi seletiva no processo político, por que não seria ainda mais atualmente, onde a imagem e a personalidade “aparente” são tão valorizadas? O mesmo processo aconteceu no Brasil Imperial, onde Simon descreve no livro “ Sobre o país que queremos”, que “embora o analfabeto tivesse, durante a maior parte do período imperial, direito ao voto, os outros meios de exclusão então vigentes eram folgadamente suficientes para eliminar a vasta maioria das pessoas do processo decisório.

Ao fundamentar a estratégia política nos moldes do marketing comercial, o político visa acima de tudo vender sua imagem, transmitir um semblante que se alinhe com o público que ele visa atingir, e dessa forma, nos remete ao que acontecia na antiga Grécia, onde a democracia era feita de forma selecionável, tendo como diferença nos dias atuais, a necessidade de o político se adaptar ao público alvo, selecionando através do marketing de que forma ele deseja transmitir essa intenção.
Essa forma de se conduzir um processo eleitoral é um tanto quanto perigosa, já que o eleitor, principalmente aquele que não possui muita informação acerca da real vida política do candidato, acaba sendo manipulado pela forma como a pessoa do candidato é transmitida de maneira preparada para o eleitorado, assim, sendo meio que induzido a receber essa imagem, e indiretamente assimilando o político de uma maneira positiva, sem perceber que acaba de fazer parte de um processo de marketing e publicidade eleitoral, onde o objetivo é que isso aconteça com o eleitor, criar uma empatia pelas virtudes pessoais do candidato.
O Marketing e a publicidade política estão muito próximos da mídia política, e a mídia também joga de acordo com a sua necessidade. De acordo com Lima no livro “Mídia – Crise política e poder no Brasil” o autor cita como uma emissora de televisão influenciou diretamente na política nacional quando diz “ A TV Globo do Rio de Janeiro, junto às outras concessões de televisão das Organizações Globo (OG), viria a constituir uma rede nacional de emissoras próprias e afiliadas que não só por sua centralidade na construção das representações sociais dominantes, mas pelo grau de interferência direta que passou a exercer, foi um ator decisivo em vários momentos da história política do Brasil nas últimas décadas.”
Acredito  que o marketing político é extremamente prejudicial ao processo político, dadas as suas características, o mesmo acaba criando e vendendo produtos pré–fabricados que defendem sempre o interesse de alguém que investe nesse produto, e não no interesse da sociedade como um todo. Dessa forma, creio que o mais correto a se fazer é analisar e acompanhar com maior ênfase não só a vida pessoal do político, mas também suas ideias, seu plano de governo, suas capacidades como gestor, enfim, se está realmente apto para exercer tal ocupação, e não apenas nos basearmos em situações que podem ser totalmente distorcidas.

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