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A Globalização do Kpop Analisada Através do Grupo NCT

Por:   •  5/6/2023  •  Trabalho acadêmico  •  2.655 Palavras (11 Páginas)  •  59 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO ARMANDO ÁLVARES PENTEADO

                                          GEOPOLÍTICA  

A GLOBALIZAÇÃO DO KPOP ANALISADA ATRAVÉS DO GRUPO
NCT (NEO CULTURE TECHNOLOGY).

                                   Maysa da Aldeia Dornfeld

                                                                 Abril/2023

  1. INTRODUÇÃO - história do kpop e o star system 

         Originado na Coréia do Sul, “K-Pop” (Korean Pop) pode ser definido como uma cena musical com uma grande variedade de gêneros, desde o pop e R&B, até experimental, dance e eletrônica. A ascensão desse fenômeno no Século XXI trouxe uma gama de grupos com grandes nomes para a indústria musical, como por exemplo: Girl’s Generation, BIGBANG, EXO, entre outros. Na última década, uma série de artistas da cena pop coreana foram responsáveis pela quebra da bolha que os separava da indústria pop mainstream ocidental, alcançando lugares de destaque ao lado dos maiores nomes da música atualmente nos últimos anos apesar das barreiras culturais e de idioma. Atualmente, o Kpop é uma indústria que vai além do entretenimento, sendo responsável por aproximadamente 0,3% do PIB total da Coréia do Sul.

       Antes de entender melhor esse processo de internacionalização, é preciso fazer um breve panorama sobre a história e surgimento dessa cena cultural. O Kpop da forma como é conhecido hoje surgiu na década de 90 com o trio musical “Seo TaiJi and Boys” em um programa de televisão para novos artistas, que imediatamente fez muito sucesso com a população jovem do país. Isso mudou a indústria cultural nacional, pois com o apoio do governo ao buscar valorizar o que era produzido no país, passou a focar nesse novo público demográfico de crianças e adolescentes.

    Uma vez que foi descoberta a “receita” para grupos de Kpop (composta pela mistura de gêneros, ídolos fisicamente atraentes e coreografias excêntricas), surgiu o que é conhecido como a Primeira Geração do Kpop, datada do final dos anos 90 até o início dos anos 2000, dando destaque para grupos como H.O.T, Shinhwa e Sech Kisses. Aqui, pela primeira vez, se estabeleceu a estrutura do sistema de empresas que constituí a indústria musical coreana, semelhante ao sistema de estúdios de Hollywood, na qual majoritariamente 3 grandes empresas (SM Entertainment, YG Entertainment e JYP Entertainment) detiveram o monopólio de administração destes grupos.

      Apesar de sua popularidade nacional, a inserção do kpop no mundo ocidental se deu de forma gradual, tendo início aproximadamente na metade dos anos 2000. Um dos primeiros grupos a ser reconhecido internacionalmente foi o Wonder Girls em 2009, quando seu single “Nobody” atingiu as paradas, alcançando 76º lugar na Billboard Hot 100. Em 2012 outro fenômeno atingiu o status de viral, quando o cantor PSY lançou sua música “Gangnam Style”, a qual o clipe foi o primeiro vídeo a acumular 1 bilhão de visualizações na plataforma YouTube.

      Diante disso, surgiu uma nova era na indústria coreana, conhecida como a Terceira Geração do Kpop, na qual por meados de 2010 uma nova onda de grupos emergiu na cena e foram responsáveis pelo boom efetivo da globalização do gênero. Assim, surgem os grandes nomes da atualidade como BTS, BLACKPINK e EXO, e marcam o momento no qual o mercado passou a investir ativamente na internacionalização dessas produções. O sucesso dessa estratégia pode ser atribuído a diversos fatores, sendo um deles a ascensão econômica da Coréia do Sul, que atinge um status semi-periférico na economia global, além da imigração de sul coreanos para outros países do centro econômico global, e da aplicação da divisão internacional do trabalho no processo de produção e distribuição musical.

      O papel das mídias sociais, que entram com mais força na sociedade mundial na mesma época, também foi essencial para esse processo, visto que o acesso à cultura de um país tão distante foi facilitado de diferentes formas. Nesse contexto, ao passo que o Kpop adquire mais força no mercado global ao incorporar elementos da cultura ocidental em seus produtos, a indústria mainstream passou a beber da fonte coreana em uma tentativa de entender e replicar suas fórmulas de sucesso, como por exemplo videoclipes mais complexos, a elaboração de coreografias e performances cativantes, entre outros elementos.

   

  1. HALLYU, KOREAN WAVE E SOFT POWER

            No campo das relações internacionais, todo país tem um valor diretamente ligado à moedas de poder, consequentemente criando uma hierarquia acerca de sua importância e influência no cenário mundial. Os cientistas políticos levam em consideração duas principais moedas: hard power, composto pelo poder econômico e bélico, e soft power, definido pelo poder de influência sutil através do imaginário e do modo de vida que é vendido através de produtos e imagens. No caso da Coréia do Sul, o governo investiu bilhões de dólares desde a crise de 1997 para investir em produtos culturais (com foco em dramas televisivos, grupos musicais e videogames) para a expansão de seu soft power e, consequentemente, sua influência na dinâmica internacional.

     Grande parte das tendências culturais são favoráveis para a criação de uma versão coreana, proporcionando a oportunidade de acúmulo de soft power para o país no mercado internacional e esferas políticas. Diante disso, surge o  termo “Hallyu” é uma adaptação da expressão chinesa "Hán Liú" e pode ser traduzida como “a onda da Coreia”, sendo utilizado para descrever o fenômeno da cultura pop coreana, também conhecida como “Korean Wave”. Apesar de a mídia ocidental ter impactado a percepção coreana de beleza e moda, a indústria Hallyu tem como objetivo adquirir uma imagem cultural independente do soft power ocidental dominante e poder influenciar outros poderes internacionais.

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