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CURSO DE BACHARELADO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Por:   •  4/7/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.884 Palavras (8 Páginas)  •  273 Visualizações

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Universidade Federal de São Paulo – Unifesp

CURSO DE BACHARELADO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Andreza Schartener*

Avaliação 01

Regimes economicos internacionais

Osasco

2017

* Aluno do terceiro termo do curso de curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo

1)      Discorra sobre a maneira como Cohen organiza as perspectivas teóricas da disciplina de EPI.

De acordo com Cohen, o surgimento da Economia Política Internacional (EPI) como um campo acadêmico ocorre na década de 70. Na década de 70   o sistema de Bretton Woods ― que foi estabelecido por políticos com o fim de promover o crescimento econômico e a troca internacional após a segunda guerra mundial ― começava a mostrar sinais de crise, as tensões da primeira fase da guerra fria estavam sendo reduzidas e as tensões em cima da descolonização dos países da  África e Ásia aumentavam, a recuperação dos países europeus e do japão no pós guerra estava cada vez mais visível ― através do Plano Marshall e do milagre econômico japonês, respectivamente ―. As economias estavam cada vez mais interdependentes, por uma série de motivos como a maior interação comercial entre os Estados, assim as preocupações com os efeitos de que esse processo restringiria a capacidade de controle dos Estados só aumentava, com a crise do petróleo em 1973 a vulnerabilidade do sistema econômico se torna clara para todos os países,

Antes do surgimento da disciplina conjunta nos anos 70,  as disciplinas economia e política eram estudadas separadamente e tinham sua própria visão das Relações Internacionais. Segundo Cohen  os economistas participaram da construção da disciplina, mas após seu surgimento ela passou a ser desbravada por cientistas políticos, isso ocorria porque os temas tratados na EPI não se encaixavam nas teorias do conhecimento das ciências econômicas.

        A EPI foi formada em torno de dois pólos distintos: a escola americana e a escola britânica, segundo Cohen. A  escola americana da EPI acabou se tornando dominante nos estudos, utilizava conceitos da economia, como o cálculo racional dos atores e a teoria dos jogos, para compreender como cada Estado buscava maximizar seus ganhos, ou ao menos tomar decisões que minimizem suas perdas no sistema internacional. Os autores desta escola, como Robert Keohane e Joseph Nye, enteniam a EPI como uma  subdisciplina das Relações Internacionais. Tem como características os método científico e quantitativo inspirado nas ciências duras ― ciências que geralmente fazem sistemáticos estudos estatísticos em condições apropriadas ao estudo ―, análises são baseadas nos princípios do Positivismo[1] e do Empirismo[2], com uma forte propagação de métodos típicos da ciência econômica. Conforme Benjamin Cohen discorre, o orgulho da EPI americana ser baseada no positivismo e empirismo mas isso pode ser também reprovado por sua estreita preocupação científica com o método de análise e seu desdém para o trabalho normativo, assim impedindo que teorias diferentes surgissem nesse meio.

         A escola inglesa manifestou-se como alternativa à escola americana. Viam a EPI como multidisciplinar, com maior possibilidade à contribuição de outras disciplinas além da economia e da ciência política. Na EPI inglesa era observado um engajamento social muito grande, sempre preocupados em identificar injustiças e em quem se beneficiaria com a ordem mundial que se montava. Em contraposição a escola americana, vemos aqui uma EPI mais eclética, com pouca ênfase em uma metodologia formal, com análises mais históricas e interpretativas com uma postura mas crítica e reflexiva, há um grande interesse em questões que envolvem a justiça e a moralidade da finalidade da ação.

        Ao comparar ambas as escolas observa-se uma distinta maneira como os estudos internacionais (políticos e econômicos) são abordados por ambas as academias. A escola inglesa possui uma visão mais ampla da sociedade global, que deve ser estudada em vários aspectos como o histórico e social, essa amplitude inspirou a disciplina de RI em seus estudos científicos.

2)      Explique o conceito de liberalismo embutido desenvolvido por Ruggie. De que maneira o liberalismo embutido se reflete no GATT do ponto de vista das transações econômicas e comerciais predominantes e das regras do regime?

        A nova ordem que surgia na  Segunda Guerra marcava, o fim do internacionalismo capitalista já que os governos haviam aprendido a lição de que a automaticidade internacional contrariava um Estado ativo domesticamente e havia a  emergência da administração de transações econômicas por meio de colaboração entre governos.         No padrão ouro que era o sistema anterior a esse que se formava , o principal objetivo da política monetária era manter o equilíbrio, logo, estava focada na necessidade de manter o equilíbrio externo. Ruggie reitera que é difícil definir precisamente quando esse processo se reverteu, mas que depois da Primeira Guerra houve uma tendência crescente de fazer a política monetária internacional se conformar às políticas e sociais domésticas, e não o oposto (RUGGIE, 1982). Ruggie relembra que com o fim do padrão ouro em 1931, foram adotados controles de capital e quotas para o comércio, todas medidas que tentavam proteger as economias de choques externos, ao mesmo tempo em que o nível de intervenção na economia doméstica crescia para garantir emprego e crescimento.

        Ruggie ressalta que o liberalismo que foi restaurado após a Segunda Guerra Mundial diferiu daquele que havia sido conhecido anteriormente. Nascia neste contexto o liberalismo embutido que tinha como essência o caráter multilateral, diferente do que foi visto no liberalismo do padrão-ouro esse multilateralismo era baseado no intervencionismo doméstico.  O liberalismo embutido foi baseado em ter relações monetárias estáveis e livres atrelados a  uma rede de proteção das economias internas contra as exigências do balanço de pagamentos. Relações livres seriam asseguradas pela abolição de restrições cambiais e em transações de capital. A estabilidade seria garantida pelo estabelecimento de taxas de câmbio fixas, expressas em termos de ouro.

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