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Resenha A Grande Ilusão, Norman Angell

Por:   •  27/10/2017  •  Resenha  •  1.184 Palavras (5 Páginas)  •  2.724 Visualizações

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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

06 de setembro de 2017

Disciplina: Oficina de Relações Internacionais II

Aluna: Isabela Mendes Dias RA00201589

Resenha:

Antecedente à Primeira Guerra Mundial, “A Grande Ilusão” de Norman Angell insere-se em um contexto de paz. Uma pena tal paz ser armada. A obra do escritor político britânico revela críticas sobre a guerra e como ela é interpretada pelos Estados no século XX. O autor, formado na Universidade de Genebra, morou nos Estados Unidos, onde passou sete anos trabalhando com jornalismo. Em Paris, foi editor do jornal Daily Mail. Mais tarde, na Inglaterra, se uniu ao Partido Trabalhista em 1920, sendo membro do Parlamento Britânico até 1930. Angell trabalhou no conselho do Real Instituto de Assuntos Internacionais, foi membro executivo no Comitê Mundial contra a Guerra e o Fascismo e membro do comitê executivo da Sociedade de Nações e seu presidente. Em 1933, foi condecorado com o prêmio Nobel da Paz, justamente por não defender a guerra como forma de poder no Sistema Internacional, entretanto não é considerado um pacifista.[a]

A princípio, Angell esclarece quais as riquezas das duas maiores potências mundiais do século XX - Inglaterra, com seu poderio econômico e militar; e Alemanha, com significativos dinheiro e recursos materiais – e como o ego desses dois Estados influencia negativamente no convívio internacional. Diante de conflitos ideológicos, há duas propostas para transformar essa relação: a primeira, considerada sonhadora nos dois países, é a ideia de desarmar as duas nações, solucionando o conflito diplomaticamente; a segunda, a crença de que tal relacionamento culminará em uma guerra, a qual sessará os problemas por ora, porém a longo prazo haveria equilíbrio e outro conflito eclodiria, e assim sucessivamente. Para Angell, a segunda opção é tida como algo natural da existência humana, já que é um tipo de situação que nos deparamos ao longo da vida e aprendemos a lidar. Já, a primeira só é aceita por aqueles incapazes de compreender as condições do mundo em que vivem e dos próprios seres humanos. De fato, seria pouco provável que ambos os países sessassem com as implicâncias, o que na verdade viria a se intensificar ao desabrolhar A Grande Guerra. [b]

Por mais que Angell não defendesse a guerra, ele julgava-a iminente, pois era óbvio que uma hora ou outra o conflito armado se estabeleceria. Embasado nisso, o autor defende que todos os progressos conquistados pelas duas nações deu-se por sucesso militar, tanto o crescimento industrial e comercial da Inglaterra, que só tornou-se possível graças a sua marinha devastadora, quanto a ascensão da Alemanha, que só atingiu tais proporções devido à fortificação de seu exército.

A seguir, o autor critica “advogados da paz” e seus argumentos repletos de contradições e utopias, tais como aqueles que aceitam a guerra como momento final do conflito entre Inglaterra e Alemanha, entretanto continuam a propor teorias pacíficas e que jamais serão aplicadas na prática. Além disso, é fato que os mais fortes sempre detém vantagens em relação aos mais fracos e, evidentemente, isso também se aplica no Sistema Internacional.[c]

Angell intensifica seus argumentos demonstrando que não é apenas a guerra que massacra sociedades, mas também as atividades tidas como pacíficas, tais como a indústria, pesca e navegação. Além da colonização de povos latino-americanos e ocidentais, matando não somente os homens como também suas culturas.

A opinião pública, segundo Angell, tende a preferir o aumento do armamento e não aderir a propaganda da paz, visto que universalmente há a ideia de que o militarismo garante riqueza e prosperidade à nação e admite, mundialmente, que essas correm em paralelo com força, poder e grandeza nacionais.

Adiante, no segundo capítulo, o autor expressa a vontade da Alemanha em anexar parte ou todos os territórios vizinhos, já que essa potência acredita na ideia ultrapassada de garantir poder a partir do acúmulo de terras. Já, para a Inglaterra, se algum país tentasse anexar um único pedaço de suas ilhas havia sangue. Muito sangue.

A seguir, no terceiro capítulo de sua obra, Norman Angell afirma que as estabilidades financeira e industrial das nações dependem da aptidão para defender-se contra os ataques de outros países, os quais estão sempre prontos a tentar uma agressão. Ainda, o autor formula uma severa crítica ao Harrison acerca das teses criadas por ele e que foram adotadas politicamente pela Inglaterra e Alemanha e contém erros desastrosos.

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