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Resenha Norman Angell A Grande Ilusão

Por:   •  17/10/2018  •  Resenha  •  1.184 Palavras (5 Páginas)  •  342 Visualizações

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Resenha Norman Angell

Aluno: Bruno Augusto Bowmer Coutinho                             Turma: 24B

        Norman Angell, em sua obra “A Grande Ilusão”, tem por principal objetivo defender que a guerra não é rentável economicamente para as nações envolvidas nela, que seus prejuízos superam os benefícios, e que a prosperidade dos países se dá somente por seu poderio econômico e comercial, não pelo militar. Para isso, ele começa o livro com uma antítese a sua ideia, defendendo a guerra pelo aspecto econômico, e reafirmando a “tese geralmente aceita”, defendida não só pelo senso comum, como também pelas pessoas mais esclarecidas, de que, para um país ser rico e próspero, é necessário ele ter um grande aparato militar, para assim poder massacrar potenciais rivais, e assim manter sua supremacia. Depois, ele vai desconstruindo isso, dizendo que isso tudo não passa de uma “grande ilusão”, por parte das pessoas.

        Para exemplificar sua tese, o autor se baseia na rivalidade entre Inglaterra e Alemanha, as duas maiores potências econômicas da época, e militares. Para solucionar isso, pelo senso comum, só haveriam duas alternativas: se ambos os países abrissem mão de suas armas (o que na própria visão de Angell seria utópico demais, inclusive ele chama os pacifistas de “advogados da paz”, tendo uma imagem ruim de sua atuação), ou então, uma guerra até um dos dois ser aniquilado. Isso era o que defendiam tanto o senso comum, até as autoridades, como no trecho:

“Os textos de que dispomos sobre o tema não deixam qualquer dúvida sobre a exatidão das premissas respectivas, expostas no capítulo precedente. Os especialistas e estudiosos da filosofia do governo em suas relaçôes internacionais, de Aristóteles e Platão a Theodore Roosevelt e o Imperador da Alemanha, passando por Maquiavel e Clausewitz, são unânimes e peremptórios sobre esse ponto.” (ANGELL, Norman, 1910 p. 12)

Ele também cita vários jornalistas que tem essa mesma visão. Porém, o que ele deixa bem claro nos capítulos seguintes é que uma eventual guerra entre Inglaterra e Alemanha arruinaria o sistema comercial e financeiro de ambos, pois os sistemas seriam interdependentes devido à presença de ações e capitais estrangeiros em ambos os países, e também pela maior parte do sistema creditício e financeiro ser baseado na confiança. Uma guerra destruiria isso, fazendo ações não valerem mais nada, arruinando companhias e provocando o caos em ambos os lados.

        Em seguida, ele cita seus argumentos para refutar a tese geralmente aceita, e provar que a guerra não é benéfica. São sete pontos, entre eles, ele cita a impossibilidade física de um país aniquilar por completo o comércio de outro, pois este necessita da população e de recursos naturais para existir, o que não podem ser completamente aniquilados. A invasão da Inglaterra pela Alemanha faria desaparecer também o capital alemão, devido a internacionalização do sistema financeiro, que funciona por meio de ações e concessões de crédito. Também, é economicamente impraticável impor tributos a um povo vencido, seria desfavorável a ambos os lados. Para um invasor castigar um inimigo, isso seria custoso a ele mesmo. É impossível um país se apossar do comércio do outro por meios militares, pois o comércio é restrito a população, logo, os conquistadores na prática não ganhariam nada. A riqueza de uma nação não depende de seu poder político, se fosse assim, as pequenas nações não seriam capazes de ter um comércio desenvolvido, porém, em termos per capta, elas comercializam mais e são mais ricas do que as grandes potências militares. E, por último, ele diz que as colônias, não implicam em riqueza as suas metrópoles, que perdê-las não acarretaria em nenhum prejuízo, pois a riqueza que elas produzem se vai nos custos para mantê-las. Assim, Angell consolida seu argumento liberal, se opondo completamente à tese geralmente aceita.

        Para finalizar, no capítulo quatro, ele disserta sobre a impossibilidade do confisco, ou seja, que no sistema financeiro vigente, era impossível uma nação de fato tomar a riqueza da outra, e que uma eventual anexação de território não acarretaria em aumento de riqueza para nenhum cidadão do país conquistador, como diz o trecho:

“Nosso caso é o de nações rivais, completamente civilizadas, em territórios inteiramente ocupados, ou de urna civilização implantada com tal firmeza que a conquista não conseguiria modificá-la. Ora, nessas condições, a conquista de um território não traz para o conquistador nenhuma vantagem que ele não possa conseguir por outros meios. Dados esses fatos - que representam a realidade concreta do mundo atual -, o "domínio", a "superioridade de armamentos" ou a "supremacia naval" não podem influir no bem-estar geral ou fomentar o comércio ou a indústria.” (ANGELL, Norman, 1910 p. 39)

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