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TRABALHO EXEGÉTICO – PERÍCOPE DE JOÃO 6: 60-71 “PARA QUEM IREMOS NÓS? SE SÓ TU TENS AS PALAVRAS DE VIDA ETERNA”

Por:   •  1/12/2018  •  Resenha  •  2.366 Palavras (10 Páginas)  •  620 Visualizações

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SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO NORTE DO BRASIL CURSO LIVRE DE TEOLOGIA

THIAGO LIMA DA SILVA

TRABALHO EXEGÉTICO – PERÍCOPE DE JOÃO 6: 60-71

“PARA QUEM IREMOS NÓS? SE SÓ TU TENS AS PALAVRAS DE VIDA ETERNA”

RECIFE 2015

THIAGO LIMA DA SILVA

TRABALHO EXEGÉTICO – PERÍCOPE DE JOÃO 6: 60-71

“PARA QUEM IREMOS NÓS? SE SÓ TU TENS AS PALAVRAS DE VIDA ETERNA”

Trabalho apresentado ao Professor: Linaldo de Souza Guerra, como requisito principal de avaliação da disciplina Exegese do Novo Testamento.

RECIFE 2015

1- CONTEXTO HISTÓRICO

O evangelho de João foi desenvolvido pouco a pouco e ao longo do tempo foi recebendo influencias de sucessivas redações. Assim como fruto de uma longa elaboração, escrito num ambiente cultural e eclesial multifacetado, É uma releitura da vida de Jesus escrita para o leitor contemporâneo, enfrentando a conhecida dupla perseguição do império romano e dos “judeus”. A presença helênica no quarto evangelho é tão evidente que este se tornou o evangelho dos gnósticos. Tudo vem muito bem a calhar. O Evangelho de João parece dar as mãos aos filósofos gregos com o apelo ao logos divino e outras coisas mais, além das afirmações quanto às naturezas divina e humana de Jesus, um prato feito para os gnósticos.

2- AUTORIA DO LIVRO

2.1 Evidencias Internas – A questão da autoria do quarto Evangelho não é tão simples, tradicionalmente o Evangelho de João foi acolhido no Cânon sob condição de que seria a obra do filho de Zebedeu, portanto, de um apóstolo. O próprio livro não revela essa pretensão em nenhuma linha nem nas entrelinhas. Ou seja, não existe nenhuma evidencia interna que confirme tal identificação. O método clássico de Westcott atualizado por Morris era demonstrar cinco itens: o autor do quarto Evangelho foi (1) Judeu, (2) da Palestina, (3) uma testemunha ocular, (4) um apóstolo (um dos doze) (5) o apóstolo João. Os dois primeiros fato são raramente contestados porem, vamos fazer três observações.

a) A descoberta dos rolos do Mar Morto nos leva a reconhecer que é desnecessário recorrer a um período de expansão do cristianismo dentro do mundo helenístico para explicar as expressões características de João.

b) Então se subtende se de que pelo menos em alguns casos as citações feitas por João aproxima se, na forma, mais do hebraico ou aramaico do que propriamente do grego.

c) Existe uma tentativa que sustenta que o discípulo amado é um crente gentio.

2.3 Evidencias Externas – Por outro lado, existem diversos documentos antigos tanto dentro do cristianismo histórico quanto dentro do gnosticismo que podem denunciar um autor. O primeiro escritor a fazer atribuição a obra João é Teófilo de Antioquia, assim também como Ticiano (um aluno de Justino Mártir), Cláudio Apolinário (bispo de Hierápolis) e Antenágoro. Esses nos faz retroceder a Policarpo e Papias, tendo em vista que as informações existentes procedem basicamente de Ireneu (final do século II). Policarpo foi martirizado em 156, com a idade de 86. Não há portanto, motivo para negar a veracidades das informações de que ele se relacionou com os apóstolos na Ásia (João, André, Filipe) e de que aquele que foram testemunhas oculares e ministros do Senhor lhe confiaram a supervisão da igreja em Esmirna.

Ireneu conheceu pessoalmente Policarpo, e é por meio de Policarpo que temos as mais importantes informações a respeito do quarto Evangelho.

3- DATAÇÃO

Durante os últimos 150 anos, sugestões quanto à data do quarto evangelho tem variado entre antes de 70 d.C. e o ultimo quartel do século II. A maioria dos alegados paralelos provem de fontes gnósticas e hermenêutica dos séculos II e III (ou mesmo depois). Aquele que defendem uma data perto do final do século I, digamos 85 e 95 d.C., recorre a quatro argumentos:

1) Muitos teólogos apelam a tradição à tradição do que o quarto evangelho foi escrito no reinado do imperador Domiciano (que governou de 81 a 96 d.C.) mais existe afirmações que que demonstram que essa tradição tem muito poucas bases. Temos uma tradição boa e antiga que o apóstolo João viveu até a idade avançada, chegando até o reinado do imperador Trajano (98 a 117 d.C.)

2) Um forte contingente de estudiosos defende que tanto o conceito quanto vocabulário que tem o sentido de “expulsar da sinagoga”(9.22; 12.42; 16.2; [aposynagōgos]) dão a entender um período depois da decisão do concilio de Jâmnia de banir os cristãos da sinagoga. Em outras palavras, vem nessa expressão um anacronismo inegável que data o evangelho de João num período posterior a 85 d.C.

3) Com frequência diversos detalhes são interpretados como indicação de uma data tardia. Exemplo, nesse evangelho não faz menção alguma aos saduceus que muito contribuíam para a vida religiosa, tanto na Judeia quanto em Jerusalém antes de 70 d.C.

4) Talvez o que venha sustentar a ideia de uma data tardia é que, na reconstrução predominante da historia da igreja primitiva, o evangelho de João encaixa-se melhor numa data próxima do final do século I. Por exemplo, afirma-se que a pronta atribuição de divindade a Jesus e a insistência, sem maiores satisfações, sem sua preexistência harmonizam-se com uma data posterior.

No fundo se, é conveniente a sugestão de uma data para a publicação do quarto evangelho, partindo de 80 a 85 d.C. pelas seguintes razões:

a) Não há qualquer pressão convincente para colocar o evangelho de João o mais próximo possível do inicio do espectro, mas há uma pequena pressão para colocar João bem mais tarde, a saber, a data relativamente tardia em que é citado com certeza pelos pais da igreja.

b) Em diversos pontos o evangelho de João emprega uma linguagem que está a caminho da linguagem menos comedida de Inácio.

c) Embora, a queda do templo talvez não tenha tido um impacto tão grande na Diáspora, ao contrário do judaísmo da Palestina, assim como é difícil acreditar que, caso o quarto evangelho tenha sido escrito depois de70 d.C., a data tenha sido imediatamente posterior a 70, quando, por todo o império, as repercussões desse acontecimento ainda se faziam sentir em círculos, quer judeus, quer

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