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A CULTURA DO MARNHÃO

Por:   •  3/11/2022  •  Artigo  •  1.299 Palavras (6 Páginas)  •  97 Visualizações

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GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO

SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA E TURISMO – SECTUR

SUPERINTENDÊNCIA DE CULTURA POPULAR

MUSEU CASA DO MARANHÃO

SUPERVISORA: LILIAN BRITO ALVES[1]

TAMBOR DE CRIOULA

Renan Pinheiro[2]

RESUMO

O seguinte artigo tem como objetivo estudar um pouco a respeito das origens do tambor de crioula, buscando compreender a relação dele com a cultura maranhense. Puxando na memória o tambor de crioula no passado como forma de resistência e nos dias atuais como uma forma de manifestação cultural tão importante quanto o bumba meu boi ou as festas juninas.

  1. INTRODUÇÃO

O Tambor de Crioula, também conhecido com Punga ou Pungada, é uma dança típica do estado do Maranhão, é uma dança afro-brasileira que consiste basicamente em uma formação de círculos com solistas dançando e se alternando no centro da roda. A música que acompanha a dança é feito através de três tambores de madeira com couro preso por pregos em uma das extremidades. Também podem ser utilizados tambores de canos de PVC.

O tambor foi trazido para o Brasil entre os séculos XVIII e XIX pelos escravos que vinham para Brasil de vários lugares da África. A dança é um meio de se divertir, mas pode ser utilizado como meio de homenagear São Benedito, padroeiro dos negros no Maranhão. Nas religiões de matriz africana, principalmente no tambor de mina, há entidades religiosas que apreciam o tambor de crioula, se tornando uma comemoração bastante feita ao longo do ano, inclusive no período de carnaval.

Nesse artigo, busca-se compreender as origens do tambor de crioula no Brasil e também no Maranhão onde se tornou patrimônio cultural imaterial brasileiro. Sendo o segundo estado brasileiro com mais negros e a dança sendo de origem afro-brasileira, torna-se bastante importante a discussão como forma de compreender e também prestigiar a cultura passada de geração pra geração.

  1. O TAMBOR

O tambor é formado por coreiras, nome dado às dançarinas, pelos tocadores e pelos cantadores. A roda é conduzida pelo ritmo ininterrupto dos tambores e pela influência do canto, terminando com a pulgada, ou seja, com a umbigada. Essa é a parte é a principal da dança, é um movimento no qual as coreiras, num gesto de saudação e convite, tocam o ventre uma das outras.

O tambor se apresenta com três tambores tocados por homens que se posicionam junto a roda e ao grupo de cantadores, a dança é feita somente pelas mulheres e o toque do tambor pelos homens. As mulheres entram na roda uma de cada vez, desenvolvendo a coreografia até finalizar na pulga.

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Figura 1: Roda de tambor de crioula. Fonte: IPHAN

O canto se inicia com um solista puxando palavras de improviso que se repete a melodia é construída em cima das palavras ditas pronunciadas com sotaque próprio e em termos antigos.

A roda é feita por coreiras, coreiros e os tambores, vestidos com roupas simples, geralmente chapéu de palha, lenços, saias rodadas e florida e pés descalços.

[pic 2]

Figura 2: Roupas dos participantes do tambor de crioula. Fonte: IPHAN

  1. OS TAMBORES

Os tambores utilizados na roda são três, um maior conhecido como solista, um mediano chamado de “meião” ou “socador” e um pequeno conhecido como “crivador” ou “pererengue”. O “meião” é quem puxa o ritmo básico e os outros realiza os improvisos.

A música africana é conhecida por conter várias formas e variações no tambor, em contra partida da música ocidental. Os diferentes tamanhos dos tambores permite que os sons variem e se adaptem de acordo com o ritmo estabelecido.

Antes de serem tocados os tambores tem o couro aquecido para afinar o som. O tambor grande é amarrado na cintura do tocador chefe, de pé, preso entre suas pernas. Os dois menores ficam apoiados no chão em cima de um tronco. Com os tocadores sentados em cima e com os tambores entre as pernas. Além dos tambores ainda é utilizado duas matracas que permite um complemento na variação do som.

[pic 3]

        Figura 3: O tambor. Fonte: IPHAN

  1. A MEMÓRIA POR TRÁS DO TAMBOR DE CRIOULA

As rodas de tambor já foram mais comuns do que nos dias de hoje, era a comemoração costumeira dos finais de semana, onde os grupos escolhiam casas para fazer as apresentações, os donos dessas casas já se preparavam com bebida e comida para os participantes.

Esses grupos não tinham um número definitivo de participantes, entrava quem queria, embora os tambozeiros eram especialistas que conheciam a fundo a arte. Durante a noite inteira se entregavam ao divertimento, ajudados pela cachaça. O divertimento era tanto que no final tinha tambozeiros com as mãos machucadas de tanto bater tambor e nem se quer se davam conta do acontecido.

O tambor de crioula além de uma forma de divertimento era uma forma de resistência da luta negra, pois se tratava de uma dança destinada as periferias e ficavam proibidos de se apresentarem no centro da cidade. Além disso, a cor da pele, a religião de matriz africana sofriam várias formas de preconceito. Manter as rodas de tambores era uma dos participantes mostrar que existiam e que mesmo com todas as proibições eles continuariam existindo.

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