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Resenha: Racismo pro Nátaly Neri

Por:   •  29/1/2019  •  Dissertação  •  597 Palavras (3 Páginas)  •  270 Visualizações

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Racismo: mais presente do que imaginamos

Os quatro vídeos apresentados abordam o racismo de maneira silenciosa, como algo que pode não ser facilmente identificado e está presente em diversos contextos que na maior parte do tempo são inexplorados. O ponto principal, como aportado no primeiro vídeo de título “A mulata que nunca chegou”, por Nátaly Neri, é o fato do racismo ter se tornado estrutura. Como dito por Nátaly, para sofrer racismo basta ser negro. E isso constrói uma condição conjuntural, conhecido também como racismo velado. Não é preciso ser alvo de ofensas ou agressões físicas para sofrer racismo, inclusive, todos os negros já sofreram racismo – mesmo que afirmem que não – pois, ao simplesmente visitar um local que tem um número ínfimo de pessoas negras em uma sociedade majoritariamente negra, percebemos o quanto o racismo pode ser cruel.

Quanto ao conteúdo do segundo vídeo, de conteúdo da mesma autora, ela começa quebrando paradigmas de que racistas são pessoas perversas, “monstros” ou pessoas desprovidas de inteligência. Acontece que, na maioria das ocasiões, o racista é uma pessoa “legal” que não persegue que está fazendo aquilo, pois ele participa de uma sociedade que a todo momento bombardeia essas noções para ele. No mesmo vídeo é explicada de forma clara a diferença de crime de racismo e injúria racial. A diferença se dá, principalmente, pois, racismo é imprescritível e injúria racial não, e injúria racial aborda outras temáticas que não dizem respeito ao racismo. Isso é um problema grande, uma vez que injúria racial tem fiança, pena mais branda e a maior parte dos casos de racismo, acabam respondendo por injúria racial, abrindo diversas brechas na lei que levam à impunidade.

O terceiro vídeo de Nátaly Neri trabalhado nessa resenha tem como foco principal a pigmentocracia, ou colorismo. Colorismo foi um termo criado em 1982 por Alice Walker que nada mais é que dizer que quanto mais escuro você for, mais racismo você vai sofrer; quanto mais claro você for sendo negro, mais “privilégios” terá. De todos os temas, o colorismo é o que abre as portas para o tema mais surreal dos vídeos, na minha opinião: a teoria do embranquecimento. Essa teoria absurda que ganhou forças em 1910 no Brasil, sobretudo na região do Sul, propunha que o Brasil deveria tornar-se branco e queria fazer isso em uma centena de anos. Além de ser biologicamente impossível, a aplicação desse absurdo fermentou ainda o racismo velado no país, por razões óbvias. O colorismo realmente é aplicado diariamente: quanto mais próximo do padrão europeu de beleza, menos preconceito terão com você, e o mesmo ocorre de acordo com seu tom de pele.

No quarto e último vídeo Natály Neri trata do tema que considero mais problemático, polêmico e talvez difícil de se aceitar ao aprofunda-se no que diz respeito ao racismo: a apropriação cultural. Apropriação cultural é, nas palavras da influenciadora, falar sobre sociedade; um processo da indústria de esvaziar aos poucos os elementos de significância da história negra. Em poucas palavras e de maneira clara, Natály explica (aos que se deixam entender) a problemática da apropriação cultural, que, aos poucos, apaga a história dos indígenas, negros, pais e mães de santo, tornando sua cultura em alegorias. Realmente, cultura não tem dono, mas deve

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