A ideia de infancia

A IDEIA DE INFÂNCIA

A ideia de infância e de criança se modifica no tempo e no espaço, pois ela é uma construção histórica e cultural resultante das mudanças na organização da sociedade e de suas estruturas econômicas e sociais.

De acordo com Kramer (1982), a ideia de infância surgiu com a sociedade capitalista urbano-industrial, quando houve uma mudança no papel social desempenhado pela criança na comunidade.

Pode-se também afirmar que cada criança vive a experiência no interior de uma determinada cultura e, por isso, a infância não se constitui em uma categoria universal.

A concepção de criança é historicamente constituída e, consequentemente, ela se modifica ao longo dos tempos, não se apresentando homogenia nem mesmo estando em uma mesma época e sociedade.

O fato de que cada criança vivencia a experiência infantil numa determinada cultura delimita os padrões de seu desenvolvimento, seus saberes, seus valores e suas praticas sociais.

Na sociedade atual, o padrão de infância é determinado pelo modelo de criança da classe burguesa, o que acarreta a marginalização e a exclusão das crianças de outros segmentos sociais, por isso é essencial que os educadores reconheçam esses aspectos e considerem as diferentes infâncias que se entrelaçam no contexto escolar.

Na atualidade vários fatores tem modificado o conceito de infância que se tinha anteriormente, pois vemos uma fusão dos gostos de crianças e adultos. O aumento do uso das drogas, do alcoolismo, de atividade sexual e da criminalidade também são indicadores de que a infância, como visto anteriormente, tem desaparecido. Outro aspecto que se pode destacar na infância é a solidão, por falta de diálogos entre as famílias.

Piaget, Vygotsky e Wallon desenvolveram estudos teóricos que, apesar de não serem concordantes em todos os aspectos, revelaram que as capacidades de conhecer e de aprender são constituídas por meio das interações estabelecidas entre o sujeito e o meio.

A criança apresenta, a partir do momento do seu nascimento, processos internos que impulsionam diferentes aprendizagens. Porem, apenas pelas condições que o meio oferece e pela ação da criança sobre esse meio é que ocorre o desenvolvimento das experiências infantis.

Piaget (1987) afirma que o conhecimento se constrói na interação do sujeito com o objeto, essa teoria é chamada de construtivismo. Segundo Piaget, o desenvolvimento processa-se por meio de uma sequencia de estágios de complexidade crescente que engloba o gradual amadurecimento do organismo e a evolução da construção de estruturas ou esquemas de ação.

Vygotsky e Wallon desenvolveram estudos teóricos inseridos em uma linha teórica sócio-historica, por considerarem a constituição do sujeito numa cultura concreta.

A aprendizagem implica na interação da criança com o seu meio sociocultural, visto que a criança é um sujeito sociocultural. Vygotsky enfatiza a mediação do outro e dos instrumentos culturais na interação da criança com seu ambiente, ressaltando que o desenvolvimento está relacionado à aprendizagem.