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ESTUDO DE CASO - VOCÊ É CAPAZ DE ADMINISTRAR SEU CHEFE?

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Por:   •  17/10/2013  •  1.360 Palavras (6 Páginas)  •  658 Visualizações

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ESTUDO DE CASO - VOCÊ É CAPAZ DE ADMINISTRAR SEU CHEFE?

Depois de trabalhar quatro anos: sob Pedro Forte, Claudio Costa estava farto. O trabalho em si era ótimo; era

o responsável pelas quatro unidades de metaloplastia da empresa, entendia do que fazia, gostava do serviço

e tinha certeza de realizá-lo bem. Seus subordinados eram excelentes. Os quatro gerentes das unidades

fabris eram do mais alto calibre, bons trabalhadores em equipe, competentes, seguros de si no serviço. A

empresa era ótima e caminhava a passos firmes, O salário era mais do que razoável.

Mas Pedro! Para Claudio, ele era a própria encarnação do aporrinhamento. Nunca proferia uma palavra de incentivo,

só grunhidos que mal eram entendidos e críticas contundentes. Claudio trabalhava feito um escravo

nos memorandos e relatórios que enviava ao escritório do chefe, que jamais sequer mencionava tê-los

recebido. Ia procurá-lo todas as manhãs – às oito e meia em ponto – para informá-lo de tudo que julgava

importante ou apenas comunicava-se com ele. Seu antigo chefe havia treinado-o a agir assim nos tempos em

que ainda era engenheiro de produção. No entanto, Pedro agia como se Claudio houvesse quebrado todos os

dez mandamentos quando este batia em sua porta e pedia licença para entrar.

— Mas por que raios você veio me ver outra vez, Claudio Costa? — rosnava ele, sempre acompanhado por

uma pilha de papéis para assinar e despachar para a continuidade dos trabalhos do dia dos outros

departamentos.

Por outro lado, se Claudio não o informava detalhadamente sobre tudo que estava acontecendo e se não o

avisava das coisas ruins que iriam acontecer, era praticamente esganado pelo chefe. Mas o pior de tudo era a

estarrecedora ignorância de Pedro. Claudio Costa, formado e com um mestrado em Engenharia Mecânica do

prestigiado curso da Politécnica Paulista - USP havia aproveitado todo o seu tempo livre para freqüentar todos

os cursos possíveis sobre Administração moderna, produção moderna, pesquisa operacional e métodos

quantitativos. Tudo isso para depois ir trabalhar sob um chefe que nem completara o segundo grau!

Pedro ingressara no exército como soldado em 1961, quando terminara o primeiro ano do colégio. Depois de

cinco anos no serviço militar, já como terceiro sargento, solicitou baixa e começara a trabalhar como sub

encarregado de operador de máquinas. Certamente não sabia sequer dividir números com mais de três

algarismos e era incapaz de acompanhar a mais elementar análise de regressão. O cúmulo dos cúmulos!

Portanto, Claudio Costa decidiu deixar a firma. Percebeu que tinha tomado esta decisão num domingo à noite

ao completar um meticuloso estudo sobre modelos de encomendas e cronogramas de produção, resultando

em recomendações de mudanças no ritmo de fabricação, controle de estoque e sistemas de despacho de

mercadorias de todas as quatro unidades da divisão de metaloplastia. Era a análise mais extensiva e

abrangente que jamais fizera, e sentia-se orgulhoso do trabalho. Mas quando estava ordenando as páginas

para sua secretária digitar na manhã seguinte, subitamente deu-se conta que não havia o menor sentido em

mostrar o estudo a Pedro.

Aquele bode velho não tem a menor condição de entender isso aqui — pensou consigo mesmo. — E, mesmo

que tivesse reacionário do jeito que é nunca modificaria os procedimentos que existem desde antes de eu

nascer. Aposto que nem começaria a ler meu relatório. E ao invés de discutir os dados e as idéias comigo, irá

certamente contar mais uma das suas infindáveis anedotas sobre como eram as coisas no seu tempo: tudo

mais simples e direto. Eu decididamente não agüento mais.

E assim, sem sequer avisar sua esposa, Eliana, Claudio começou a procurar outro emprego. Não foi difícil.

Seu novo cargo não era tão amplo nem tão bem remunerado, e sua nova empresa tinha apenas

oportunidades limitadas de crescimento. Mas estava dentro de um campo de alta tecnologia, de modo que a

sua formação científico-administrativa foi bem apreciada. Na realidade, agora era Claudio quem se sentia com

pouca instrução, pois quase todos seus colegas eram doutores. Eliana aprovara a transferência. Ela sabia há

quanto tempo Claudio vinha se sentindo frustrado.

Pedro Forte também aprovara a saída de Claudio Costa, à sua moda grosseira.

Quando Claudio foi informá-lo, disse apenas:

— Não vou insistir que fique. Tenho apenas que lhe dizer que eu não podia e não o teria

recomendado para uma promoção. O fato de você ir embora torna as coisas mais fáceis para todos nós.

Com isso Claudio empacotou todos seus papéis e preparou-se para deixar o escritório dentro do qual sofrera

quatro longos anos.

Dois dias antes de ir embora, recebeu uma visita inesperada de Frank Sartorius, o gerente de fábrica que iria

substituí-lo. A escolha de Sartorius fora uma enorme surpresa para Claudio que tinha certeza que Pedro iria

nomear o mais velho e mais tradicional dos quatro gerentes. Mas, ao invés, escolhera o mais jovem (Sartorius

ainda

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