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Estudo De Caso Fiat

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Por:   •  20/11/2014  •  5.102 Palavras (21 Páginas)  •  529 Visualizações

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TENDÊNCIAS DA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA BRASILEIRA:

UM ESTUDO DO CASO FIAT

AUTORES

ELOI MARTINS SENHORAS

Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

eloi@eco.unicamp.br

JOSIMARA MARTINS DIAS

Universidade Estadual de Campinas

josimaradias@ige.unicamp.br

Resumo

O presente artigo analisa as tendências contemporâneas da indústria automotiva

brasileira, através do estudo da empresa FIAT e sua rede de fornecedores de autopeças, por

tratar-se de um exemplo representativo de produção transnacional instalada no Brasil, que

estabeleceu uma organização hierárquica e racional entre as atividades a montante e a jusante

do circuito espacial produtivo ligado a um circulo de cooperação mundial.

Com essa discussão são fornecidos os subsídios para um melhor entendimento da nova

dinâmica do setor, que demonstra a necessidade de coordenação precisa das atividades

estrategicamente distribuídas e dos fluxos entre elas, através da aplicação de avançadas

tecnologias de transmissão de informação às diversas redes geográficas.

Palavras chaves: logística, setor automotivo, rede de empresas.

Abstract

This paper analyses the contemporary trend of the Brazilian automotive industry

through a study case of the FIAT enterprise and its automotive parts supply chain, due to their

representative role in the automotive transnational production settled in Brazil, establishing an

hierarchy and rational organization between the initial and the final operational activities in a

spatial and cooperative world wide circuit of production.

This discussion supplies the background for a better comprehension of the current

sector dynamic, that demands an accurate coordination of strategically scattered activities and

fluxes, using advanced transmission technologies in favor to several geographic networks

Keywords: logistics, automobilistic sector, networks.

1 - Introdução à cronologia do complexo automotivo brasileiro

A história do setor automobilístico brasileiro pode ser dividida em dois períodos: O

primeiro, referente à sua implantação, que iniciou-se em 1957 e durou até o final da década de

1980. O segundo, que teve como origem o processo de abertura comercial e o conseqüente

aumento da competitividade interna, dura até os dias atuais e é reflexo das mudanças a que

todo o mercado mundial sofreu durante a década de 1990.

O início do setor no Brasil coincidiu com a política de internacionalização da produção

de autoveículos de grandes corporações e os incentivos oferecidos pelo governo (financeiros,

protecionismo, instalação de infra-estruturas de rodagem e reformas administrativas, por

exemplo).

Fica claro então, que a industria do automóvel no Brasil é fruto de interesses lucrativos

das transnacionais juntamente com fortes intervenções do Estado a uma racionalização técnica

do território seguindo a mitologia de que “o automóvel está destinado a fazer do Brasil uma

grande nação” (Ford apud Arbix & Zilbovicius, 1997).

No complexo automotivo, a produção de autopeças fora anterior ao início da produção

de autoveículos, emergindo no começo do século com mecânicos e funileiros que produziam

artesanalmente peças de reposição para os veículos importados. Com a instalação de algumas

montadoras, metas para a substituição de peças importadas por componentes nacionais foram

estimulados, tão como o crescimento das empresas de autopeças brasileiras para a montagem

e reposição dos automóveis, segundo contratos de longo prazo.

Em 1964, com o golpe militar e um novo governo favorável ao capital estrangeiro,

facilitando a entrada de importados, as autopeças nacionais enfrentaram dificuldades

perdendo muitos contratos com as montadoras.

Apesar da maior liberalização das importações no governo militar com tarifas mais

baixas, a dependência exclusiva de peças importadas é uma estratégia arriscada paras as

montadoras, já que o transporte não é uma operação simples, podendo surgir alguns

problemas, como os envios podem ser retidos pela burocracia alfandegária, os bens podem

sofrer danos durante o translado e o atraso gera percas financeiras na produção.

Aproveitando essas condições, nas décadas de 1970 e 1980 algumas empresas nacionais

se organizaram em Cartéis, que possibilitaram aos fornecedores impor preços mais altos às

montadoras, usando os lucros para subsidiar as exportações e alcançar a qualidade exigida

para o mercado exportador.

No mesmo período, décadas de 1970 e 1980, com as crises do petróleo e inflação, as

prioridades do governo mudaram para uma ampliação da base energética no país (II PND),

provocando

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