TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Estudo Do Caso Eloá

Artigo: Estudo Do Caso Eloá. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  29/10/2014  •  3.225 Palavras (13 Páginas)  •  634 Visualizações

Página 1 de 13

1. INTRODUÇÃO

A evolução das relações humanas, do Estado e da tecnologia mostra como é dinâmico o trabalho policial.

A polícia precisa estar em constante aperfeiçoamento para conseguir se adequar às inovadoras situações que ocorrem no cotidiano. É por isso que se clama pela união de esforços dos órgãos de defesa social, e pelo aperfeiçoamento cada vez maior dos profissionais de segurança pública.

O caso Eloá, ora abordado, é uma de muitas situações em que se exigiu sintonia entre os órgãos de segurança pública e exímio preparo dos profissionais envolvidos.

Sabe-se que as decisões tomadas em momentos de tensão são determinantes para o desfecho de uma operação.

Para tanto, o profissional da segurança pública precisa estar preparado para gerir operações policiais, utilizando-se das mais avançadas técnicas para solucionar ocorrências de alta complexidade.

Inicialmente, deve-se inferir que o presente trabalho não esgotará todos os tópicos necessários, tendo em vista as limitações para a obtenção de informações sobre o caso. Contudo, a avaliação será técnica sobre o sistema e suas consequências.

2. DESCRIÇÃO DOS FATOS

2.1 Da situação

Aos 12 anos de idade, Eloá Cristina Pimentel iniciou, de forma muito precoce, um relacionamento amoroso com Lindemberg Fernandes Alves, que na época já havia atingido a idade adulta, aos 19 anos.

O relacionamento sempre teria sido marcado por calorosas discussões e brigas, porém a família de Eloá se via obrigada a consentir com o relacionamento, uma vez que a menina insistia de forma veemente na continuidade do namoro.

Após três anos de relacionamento, o namoro vivido entre o casal chegou a uma fase em que os conflitos prevaleciam, por ciúmes, Lindemberg terminou o relacionamento com Eloá.

Contudo, o término do namoro não teria sido suficiente para Lindemberg, que acabaria sendo responsável pelo mais longo caso de cárcere privado ocorrido no estado de São Paulo.

2.2 Da tomada do refém;

Em 13 de outubro de 2008, Eloá Cristina Pimentel estava no apartamento de sua família, situado no bairro de Jardim Santo André, na cidade de Santo André (SP), acompanhada por dois rapazes e uma moça, onde faziam trabalhos escolares.

Inconformado com o motivo do fim de seu namoro com Eloá, Lindemberg Fernandes Alves, então com 22 anos, invadiu o apartamento da moça, já de arma em punho, um revólver calibre 32. Encontrou Eloá e Nayara Silva na cozinha, mostrando-lhes a arma engatilhada, levou-as a um dos quartos. No local, ao computador, estavam Iago Vilera, namorado de Nayara, e Vitor Lopes, colegas de classe das moças.

Nervoso, Lindemberg desferiu uma coronhada na cabeça de cada um. Em seguida, começou a gritar que sua vida havia terminado no dia em que acabara seu relacionamento com Eloá. O agente afirmava que amava a moça, mas que não queria reatar o romance, apenas gostaria de fazê-la sofrer uma parte do que ele estava sofrendo.

Posteriormente, Lindemberg ordenou que Iago entrasse na página de Eloá em uma rede social, momento em que viu recados de outros rapazes, o que gerou uma grande explosão do agente. Foi então que o criminoso jogou Eloá no chão e desferiu diversos chutes em seu corpo.

Ao final da tarde, o irmão de Eloá, Douglas, chegou próximo à porta de sua casa, momento em que Lindemberg determinou que se afastasse. O menino obedeceu a ordem, e foi então que a família teve ciência do que estava acontecendo no local.

Às 18 horas daquele dia, Lindemberg chegou a demonstrar arrependimento por seus atos. Porém, o pai de Eloá telefonou para o apartamento e informou que a polícia havia sido acionada. Foi então que o criminoso se transformou e disse: “Agora é que o terror vai começar”.

A partir da ciência do acionamento da polícia o infrator com seu perfil de causador ocasional de crise se vê numa situação de conflito com a realidade, ele toma como refém todos os rapazes sob ameaças e com agressões físicas e ordena as moças fecharem a casa. O tomador de refém se viu acuado pela situação que criou e percebeu que já não tinha mais volta pois a polícia havia chegado no local e cercado o apartamento.

2.3 Do acionamento e chegada das Equipes Especializadas;

Após o informe sobre a situação à polícia, foi acionado o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) para iniciar os trabalhos e solucionar a crise.

Ao chegar ao local, o GATE buscou efetuar o procedimento inicial para a contenção da crise: conter, isolar a avaliar.

Porém, muita polêmica foi gerada em torno do trabalho da equipe paulista. Embora tenha contido o criminoso apenas no perímetro do apartamento, o GATE não isolou toda a área, o que acabou por motivar situações de risco.

Para isolar a área em que ocorre a crise, é necessário que a equipe se utilize de barreiras físicas, que seriam cones, fitas zebradas e viaturas, o que não foi feito de maneira imediata.

É imprescindível que a equipe policial demarque os perímetros táticos imediato, mediato, de apoio e de contenção pública.

2.4 Da Negociação e dos fatos;

Para negociar com o criminoso, foi levado ao local o Cap Adriano Giovannini, policial especializado em negociações e ocorrências de alta complexidade.

Por volta das 22 horas, após o início das negociações, Lindemberg decidiu liberar um dos reféns, Vitor, que havia desmaiado. Em seguida, como forma de demonstração de força, o criminoso se dirigiu à janela e disparou contra os policiais que cercavam o prédio.

Ocorre que a imprensa também montou cerco no local, o que acabava por majorar a sensação de força do marginal, que chegou a dar entrevistas por telefone, afirmando que era “o príncipe do gueto” e “o cara”.

Ainda na segunda feira, após algum tempo de negociação, Lindemberg decidiu também liberar o refém Iago. Daquele momento em diante, permaneceu a sós com Eloá e Nayara.

Nos próximos dias, Lindemberg tentaria estabelecer uma rotina no cativeiro, determinando que todos fizessem as refeições juntos e controlando horários de dormir e de tomar banho.

Na terça-feira, após pedidos do GATE, o criminoso decidiu libertar Nayara. Contudo, na quinta, Lindemberg exigiu que ela voltasse para os arredores do prédio, para que ajudasse nas negociações e libertar Eloá. Tal pedido foi atendido pela equipe policial, que

...

Baixar como (para membros premium)  txt (20.8 Kb)  
Continuar por mais 12 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com