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Estudo de Caso Projeto Dissertação

Por:   •  29/5/2021  •  Projeto de pesquisa  •  4.771 Palavras (20 Páginas)  •  94 Visualizações

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  1. METODOLOGIA

  1. ESTUDO DE CASO        
  1. Considerações Iniciais

A ILA (Iveco Latin América), estabelecimento unicamente produtor de veículos utilitários de origem espanhola localizada na cidade de Sete Lagoas, no estado de Minas Gerais, iniciou suas operações no Brasil em 1998, tendo a produção de veículos inicializada em setembro de 2000.

Com uma produção no primeiro ano de aproximadamente 1000 veículos, cresceu muito através dos anos, atingindo em 2007, uma produção total da ordem de 21000 veículos das três marcas, Iveco, Fiat e PSA (Pegeout e Citroen).  Atualmente, a empresa exporta veículos para mais de 10 países, além da produção reservada para os veículos desmontados que representa cerca de 10% do volume total.

Hoje a montadora faz parte de um complexo sistema de produção, composto por fornecedores, sub-fornecedore, transportadores, armadores, prestadores de serviços em transporte, operadores logísticos, etc.

Por ser uma montadora recente na região grande parte dos fornecedores da ILA se localizam longe da empresa, muitos se localizam fora da cidade e em outros estados ou ainda em outros países.  Com isso aumenta a complexidade da cadeia de fornecimento, cuja produção em série exige sincronismo das operações da produção. Além de uma operacionalização correta, para que haja um bom funcionamento da produção é necessário dimensionar e programar os componentes da cadeia de fornecimento.

O planejamento da empresa, é o instrumento através do qual serão dimensionados e programados os materiais da cadeia de fornecimento e também são conhecidas as possíveis oscilações das demandas dos mercados.

  1. Processo de Planejamento (previsões)

O planejamento de previsões da empresa é realizado em três etapas distintas, como segue:

  • Plano operativo: elaborado mensalmente com arco temporal de 12 meses a 18 meses;
  • Budget: elaborado uma vez por ano, contém as previsões para o ano seguinte;
  • Forecast: atualização do budget elaborado no ano anterior com o fechamento dos meses do ano corrente. Com periodicidade mensal.

A realização do processo de previsões tem seu início a partir  da definição dos volumes de vendas dos mercados, com suas respectivas comerciais. As comerciais que compõem o produto Fiat produzido pela ILA (Iveco Latin América) são:

  • Mercado Brasil;
  • Mercado Argentina;
  • Mercado Emergentes: engloba países da América Latina;
  • Mercado PSA: envolve os mercados Brasil, Argentina e Emergentes para as marcas Pegeout e Citroen.

Com as previsões de mercado (vendas), levantado por cada mercado, é possível definir o volume de produção de veículos necessário para atender cada mercado.

No planejamento da empresa, as previsões são elaboradas a nível de mercados, modelos (Ducato 14QL, Ducato 15QL etc), chegando ao nível de versão (Ducato Furgão C1A, Ducato Furgão M2B Ducato Minibus,etc).

O Budget e o Forecast possuem a mesma estrutura e são utilizados também como instrumento de valorização econômica e na definição de objetivos estratégicos da empresa.  

  1. Gestão dos pedidos

O plano operativo prevê os volumes de produção que servem como parâmetros para a gestão dos pedidos.  

A gestão de pedidos na ILA para a marca FIAT e PSA é feita da seguinte maneira:

  • Mercado Brasil: os pedidos são carregados com 05 semanas de antecedência, a partir de qualificação (opcionais e cores) enviada a área de planejamento da produção FIAT;
  • Mercado Argentina: os pedidos são carregados semanalmente para S+6 (seis semanas de antecedência), através de conferma realizada pela área de planejamento industrial FIAT;
  • Mercado Emergentes: as concessionárias desses países carregam os pedidos semanalmente para S+5 (cinco semanas de antecedência), através de composição de opcionais e cores enviadas a área de planejamento industrial FIAT.

Após conferência da área de planejamento industrial s pedidos são confirmados como factíveis de acordo com os volumes de produção definidos no plano operativo. A confirmação de um pedido significa atribuir a ele uma semana prevista de produção.

A Programação e Controle da Produção (PCP), baseada nos volumes previstos de produção, elabora a programação diária da fábrica. No arco temporal de três semanas (S, S+1 e S+2) a programação é praticamente congelada.

  1. Gestão das Previsões

No horizonte até S+6 (mercados Brasil, Argentina e Países Emergentes) ou S+8 (mercado Europa), a programação da produção trabalha com os pedidos carregados pelos mercados. Da 7ª ou 9ª semana até o 6º mês, existem as previsões criadas pelo sistema em forma de pedidos fictícios. Assim que os pedidos das concessionárias são carregados, estes substituem as previsões.

As previsões (ou pedidos fictícios) são criadas segundo o mix (em percentual ) de versão, cores e opcionais definidos pelos mercados. Esse mix é confrontado com o volume de produção dos modelos definidos no plano operativo.

 As previsões são alocadas no processo produtivo pela sistema de Programação da Produção (PdP). Após a alocação da produção realizada pela PdP, as previsões se transformam em uma programação semanal de materiais que é enviada aos fornecedores.

O sistema de programação semanal de fornecedores (sistema NPRC) recebe as previsões da PdP e confronta cada previsão com a estrutura do veículo (componentes) com a qual ela está relacionada. Isso gera uma necessidade semanal de materiais que vai programar os fornecedores até o 6º mês.

  1. Gestão Materiais Diretos – Componentes Importados

A gestão de materiais referente aos componentes Importados apresenta características que a tornam especialmente crítica:

  • custo da peça lastreado em dólar: extremamente sensível as oscilações da economia internacional;
  • modal de transporte: dependente exclusivamente dos modais marítimo e aéreo que possuem respectivamente transit-time extenso e custo elevado;
  • arco temporal de programação superior ao do material nacional: superior a 07 semanas de programação dependendo do país de origem. Por um lado implica em um gestão diária mais simplificada, onde não existem alterações no curtíssimo prazo. Por outro, apresenta menor capacidade de reação às oscilações da demanda gerando over stock e under stock de materiais.

A programação de materiais importados tem início nas informações que chegam dos sistemas industriais:

  • volumes de produção oriundos do plano operativo
  • carteira de pedidos
  • volumes de produção gerados pela PdP (programação da produção)
  • volumes de materiais gerados pela programação semanal de fornecedores (sistema NPRC)

Essa necessidade de materiais é confrontada com o estoque existente nas diversas etapas da cadeia de abastecimento:

  • estoque fábrica: localizado ao lado da linha de produção;
  • estoque nacional: materiais disponíveis para produção, porém localizado nos pátios do operador logístico;
  • estoque viajante: considerado os materiais em trânsito, já embarcado nos países de origem;
  • estoque fornecedor: materiais já produzidos e ainda não embarcados.

Cada tipo de estoque possui um lead-time diferente até se tornar disponível para produção. Baseado nos volumes de estoque existentes em cada etapa da cadeia, a necessidade de materiais será programada de forma a não aumentar os riscos de uma parada de linha e não ocorrer um aumento desnecessário do nível dos estoques. Isso é feito reduzindo ou aumentando o volume programado junto ao fornecedor.

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