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Fichamento capitulos richard sennet

Por:   •  6/4/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.881 Palavras (12 Páginas)  •  471 Visualizações

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Universidade Federal do Piauí

João Vinícius Rodrigues Lima

Engenharia Civil - CT

A Corrosão do Caráter

Deriva

1

SENNET, Richard. A Corrosão do Caráter: as consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo, Rio de Janeiro: Editora RECORD, 2011 16ª ed, p. 14-33.

De início conta a história de Rico, e seu pai Enrico, inicialmente percebe-se que contando a história dele o autor demonstra a passagem de tempo entre o antigo capitalismo e as novas formas “flexíveis” do mesmo, primeiramente um aspecto linear e hierarquizado de imobilidade para os que estavam na base das pirâmides hierárquicas, onde exatamente se encontrava Enrico, que viveu durante muitos anos de sua vida como faxineiro, fala bastante da noção linear de previsível do tempo, tal linearidade se dava a falta de arrojo do mesmo e da segurança dada pelos sindicatos da época, já Rico levou uma vida bastante diferente da do pai, o próprio autor diz que Rico rejeitou o estilo de vida dele, vivendo junto com sua esposa Rico teve autos e baixos devido a sua coragem de arriscar e uma maior mobilidade e flexibilidade, sendo até demitido por algumas manobras das empresas em que estava inserido, mas sempre ao lado de sua esposa.

A vida de Rico de prosperidade e realizações profissionais tem desvantagens, a mais marcante é a relação dele com seus filhos, onde ele as vezes se ve distante deles.

Fala também da forma como o mercado de trabalho estadunidense se apresenta, com uma grande dinamicidade e em consonância com as exigências do consumidor, é impossível manter uma imobilização nas suas atividades, também discorre sobre a importância das redes de comunicação e da velocidade ilimitada que as novas tecnologias trouxeram, e coloca o computador como protagonista nessas mudanças, também fala da questão do curto e do longo prazo ao se referir às mudanças na economia e aos valores que Rico tem tanta dificuldade ao passar para seus filhos, pois o mesmo se vê numa situação de impotência ao afastar seus filhos dos “Valores de curto prazo”, ao contrário de seu pai que o ensinou os “valores de longo prazo”, e reflete sobre o conflito entre família e trabalho, onde discorre sobre a dificuldade de se manter relações sociais duráveis nessa atual sociedade, fala também que a estabilidade do passado deu a Enrico a capacidade de ser pai, porém Rico sofre um dilema, pois ao ser criado com valores de longo prazo ele não apoia os cortes nos laços de trabalho, e o modo como seus vizinhos e filhos se apresentam a ele, fala sobre as noções de responsabilidade de Rico e de seu pai especialmente na hora de lidar com fatos além de seu alcance e também da constante erosão que sofrem as qualidades do caráter que são de longo prazo na natureza, valores atemporais como: lealdade, compromisso, propósito e resolução e da resistência de Rico a conservar esses valores para não ficar à deriva.

Também associa a afirmação estática e a deriva, como a sociedade de Enrico e Rico, respectivamente, a primeira um modo de vida linear e cumulativo que faz pleno sentido num mundo burocrático, já a segunda é caracterizada pela flexibilidade e pelo fluxo a curto prazo, onde empresas se dividem e se fundem, empregos surgem e desaparecem, como fatos sem ligações.

Para finalizar fala que o comportamento flexível que trouxe a Rico sucesso e desenvolvimento teria corroído o seu caráter como acontece na maioria da sociedade.

A Corrosão do Caráter

Flexível

3

SENNET, Richard. A Corrosão do Caráter: as consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo, Rio de Janeiro: Editora RECORD, 2011 16ª ed, p. 53-73.

Inicia falando do termo flexibilidade e como ele surgiu na nossa sociedade, e fala sobre o sistema que se apoia nas modernas formas de flexibilidade, são três: reinvenção descontínua de instituições, especialização flexível de produção e concentração de poder sem centralização, também caracteriza os três com fatos como conhecidos da maioria de nós, porém as consequências dos mesmos são mais complexas de serem analisadas.

Reinvenção descontínua das instituições, fala sobre como a relevância dos fatos podem mudar um ritual ou instituição, fala também da realocação e eliminação de funcionários de uma determinada empresa, em uma fusão ou algo parecido, termo denominado de reengenharia, e fala que ela carregaria consigo a ideia de fazer mais (maior produtividade) com menos (cortes no pessoal), porém a mesma é enganadora, cita Clemons ao falar que a maioria das tentativas de reengenharia fracassaram, por que a maioria das instituições se tornaram disfuncionais durante o processo de contratação do pessoal, e fala que as mudanças institucionais não conseguem seguir um viés de organização e causam resultados inesperados para as empresas, cita que a maioria dessas tentativas de aumento na eficiência e lucrabilidade fracassaram devido à queda na instabilidade do funcionário em seu posto, fala que mesmo com a queda de produtividade, mudar suas instituições parece ser melhor do que continuar como está e com isso empresas perfeitamente viáveis entram em crise e empregados capazes ficam à deriva para a empresa mostrar ao mercado que pode mudar, termina falando que um motivo para tais mudanças é que o mercado é definido pela volatilidade da demanda do consumidor.

Especialização flexível, “Em termos simples a especialização flexível tentar por, cada vez mais rápido, produtos mais variados no mercado”. Pg 59, tal atribuição permite as empresas a responder mais rápido às mudanças no mercado consumidor, se caracterizando em uma antítese ao sistema de produção empregado no fordismo, substituindo as linhas de produção padronizada, por ilhas de produção dinâmicas, isso também se deve ao computador, pois com o advento do mesmo é possível reprogramar uma mesma tarefa com facilidade, fala também da discordância entre os modelos Reno e anglo-americano, mostrando as diferentes formas de se lidar com a dinamicidade dos mercados, o primeiro em execução em países com Holanda, Alemanha e França, e o outro na Grã-Bretanha e nos Estados unidos, no primeiro os sindicatos e o aparelho assistencial do governo dão aos seus cidadãos uma segurança e estabilidade, já no anglo-americano há um afrouxamento na rede de segurança proporcionada pelo governo, devido a um maior espaço para o capitalismo de livre mercado, quando acentua a subordinação da burocracia do estado à economia, relaciona o primeiro ao capitalismo de estado e o segundo ao neoliberalismo, também ressalta os defeitos de ambas, a diferença salarial no anglo-americano e o desemprego no Reno.

Concentração sem centralização: fala que tal característica é ocasionada pelas mudanças nas redes, mercados e na produção, ressalta que essa concentração se deve a sobrecarga de um pequeno grupo de indivíduos devido a desagregação vertical e a eliminação de camadas, onde com a ilusão de estar distribuindo o poder as camadas inferiores tem ainda menos expressividade e as ilhas de produção se atém ao poder desigual e arbitrário, dá como exemplo os computadores que usamos hoje em dia onde as peças são feitas em diversas partes do mundo e a marca é vinculada somente ao produto final, no caso de algum fracasso a responsabilidade é repassada aos parceiros menores, diz que  a concentração sem centralização é uma forma dos que se encontram no topo do comando de exercer seu poder num ambiente que não tem mais a clareza de uma pirâmide como nas organizações burocráticas, sendo a dominação do alto forte e ao mesmo tempo informe.

Também fala como esses três fatores se juntam para dar uma nova forma a organização do tempo no ambiente de trabalho, com a noção do flexi-tempo, que consiste na organização onde várias pessoas com turnos de trabalho diferente exercem suas funções de maneira específica, porém em tempos diferentes, e as empresas, mesmo que o funcionário “faça” seu horário de trabalho, ainda detém controle sobre o mesmo, não de forma física como antes, mas de forma eletrônica.

Fala também de uma conferência em Davos, talvez como metáfora, e como o “Homem de Davos” (empresário flexível) se apresenta, o exemplifica com Bill Gates, um homem ganancioso, disposto a largar, mas não de dar, aquilo que construiu até então, largar não no sentido de abandonar, mas sim de destruir e reconstruir de maneira abrupta o que tivera até então para atender às demandas que se façam necessárias, evidenciando novamente a falta de apego a longo prazo e a visão a curto prazo evidenciada pela facilidade às mudanças, o pondo em contraposto a Rockfeller, onde ele queria ser dono de perfuradoras de petróleo, rodovias, prédios e máquinas, todos a longo prazo, evidenciando uma paralisia, pode-se linkar com o caso de Rico e seu pai.

O autor evidencia que essa ausência de apego temporal pode ser ligada a flexibilidade do caráter quando há a tolerância com a fragmentação, onde as empresas tendem a crescer de forma desordenada, como apresentado anteriormente no capítulo, e finaliza dizendo que a capacidade de se desapegar ao passado e confiança para aceitar a fragmentação são traços de caráter presentes no novo capitalismo, e que os três elementos do sistema de poder flexível corroem o caráter dos empregados que tentam se por sob o mesmo conjunto de regras.

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