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O Diário de Campo - Educação Inclusiva

Por:   •  13/6/2019  •  Artigo  •  1.215 Palavras (5 Páginas)  •  220 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER

FLÁVIA DE MORAIS, RU: 2407077

PORTFÓLIO

UTA DIVERSIDADE

MÓDULO A – FASE I

MOGI DAS CRUZES

2018

CONVIVÊNCIA QUE ENRIQUECE

Para m[a]aior compreensão é preciso saber que o autismo tem diferentes graus, sem contar que cada indivíduo carrega consigo suas características, sua personalidade e sua história, o que o torna único. Sabendo disso, tenha em mente que duas pessoas com o mesmo grau de autismo não necessariamente vão ter as mesmas atitudes ou dificuldades. Algumas podem ter dificuldade para interagir, podem ter comportamentos repetitivos ou dificuldades sensoriais e motoras. É preciso se aprofundar em cada caso, levar em conta sua história de vida, seu relacionamento com a família, com os professores e com os colegas.

A escola que tive acesso para observação foi de Educação infantil. Os alunos estão em fase de letramento, onde a socialização e o lúdico são instrumentos muito usados nas atividades. Pedi a professora que não me apontasse o aluno a ser observado, queria ter a oportunidade de identifica-lo sozinha. Em meu primeiro momento em sala percebi que, em sua maioria, havia facilidade na interação entre os alunos, acredito que nessa faixa etária é muito simples criar um vínculo entre eles e entre a professora. Contudo notei uma figura solitária, vagando pela sala, enquanto os outros faziam a atividade do dia.

Seus movimentos eram constantes, fazia barulhos, rodava, sentava, colocava as mãos nas orelhas por um momento e, então recomeçava. Parecia estar interagindo com seu imaginário. Não gostava de ser tocado diretamente, mas percebi que gostava de segurar as mãos da professora de um jeito específico: a mão do outro espalmada para cima e dela cobrindo a mesma.

Não tentei me aproximar, afinal, eu era uma mera espectadora, mas confesso que senti um pequeno impulso de interagir. Em minhas conjecturas, perguntei-me: por que esse isolamento?

Afim de ir mais fundo, fiz uma pequena pesquisa. Percebi que o isolamento é uma caraterística na maioria dos casos de autismo, por conta da dificuldade em se expressar, a socialização pode ser mais difícil e a pessoa tende a se afastar dos outros. Sem contar que os portadores de autismo podem sofrer com a chamada sobrecarga sensorial: onde, por exemplo, um som que não incomoda a maior parte das pessoas ou mesmo a textura de um tecido que a maioria usaria sem problemas podem ser extremamente incômodos.

Essa situação é muito bem apresentada em curtas como “Carly's Café - Experience Autism Through Carly's Eyes” (produzido por Arthur Fleischmann e sua empresa John St. Advertising); e “Can you make it to the end?”, curta produzido pela The National Autistic Society, instituição de caridade e auxílio ao o autismo que atua no Reino Unido. A proposta desses pequenos filmes é justamente nos transportar para dentro da mente dessas pessoas, e perceber o quão difícil é habitar em um corpo que nem sempre responde aos seus comandos. É um exercício de empatia.

Seguindo o pensamento da educadora e doutora Maria Teresa Mantoan (2003) “Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças”, ou seja, reconhecer nesses alunos uma oportunidade de novas experiências e aprendizado, contudo percebi um abismo entre aluno e professora. Em um dos meus questionamentos para com a professora em sala, perguntei sobre a dificuldade em lecionar para um aluno autista; ela alegou que não teve orientação ou capacitação para lidar com essa “situação”.

Ponderei por alguns instantes. Realmente, sem conhecimento não é possível desenvolver algo. Mas se a informação não vem até nós, não seria correto se informar? E mais: um professor sem capacitação pode ensinar alunos de inclusão social?

Em meio a muitas pesquisas descobri que sim. O papel do professor é ser o regente da classe, é saber como criar vínculos e acima de tudo identificar e lidar com as necessidades de cada um, não necessariamente, um especialista em inclusão social e suas mais amplas vertentes. Cabe ao professor desenvolver técnicas e projetos para despertar o interesse desse aluno. Um bom projeto valoriza e aborda cada cultura, história e experiências de todos os grupos sociais. Os alunos precisam de estímulo para se desenvolver no seu ritmo, de acordo com as suas condições. E isso vale para todos, independentemente se são alunos de inclusão social ou não.

Tendo como base o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei Nº13.146 de julho de 2015, art. 28) do direito à educação, que diz:

Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar,

acompanhar e avaliar: [...]

II- aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena;[b]

Após algumas leituras e juntamente com a experiência em sala, percebi que a inclusão possibilita aos que são discriminados pelas diferenças, pela classe social ou pela cor, por direito, descubram o seu espaço na sociedade. Isso é muito importante no desenvolvimento de um indivíduo pensante e independente.

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