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A ARTE COMO PRÁTICA ESCOLAR EMANCIPADORA: ENSINO CRÍTICO E HUMANO

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Por:   •  6/3/2015  •  5.425 Palavras (22 Páginas)  •  629 Visualizações

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A ARTE COMO PRÁTICA ESCOLAR EMANCIPADORA: ENSINO CRÍTICO E HUMANO

Valmir da Silva

Universidade Federal de Santa Maria UFSM

Silvadoril2@yahoo.com.br

Resumo: Na iminência das discussões sobre a importância da arte no processo de formação apresentamos algumas reflexões acerca do problema e algumas contradições metodológicas e epistemológicas desenvolvidas em sala de aula com a Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Neste trabalho, pontuamos evidências da arte como ferramenta potencializadora na formação e emancipação do sujeito. Todas a partir de experiências com o fazer arte, no cotidiano escolar. Este trabalho foi realizado junto a duas Escolas Municipal de Ensino Fundamental e uma Escola Estadual da cidade de Santa Maria RS, nas quais desenvolvemos estudos sobre o uso da arte como elemento na formação e na emancipação crítica do educando frente a realidade cultural que o cerca. Nesse sentido, ampliamos no espaço escolar a perspectiva de uma cultura voltada para os significados da arte na Educação Infantil contribuindo assim, na formação cognitiva e humana da criança, possibilitando o amadurecimento do gosto estético e ético do sujeito. Para isso, desenvolvemos a partir de oficinas, jogos e brincadeiras atividades que trabalhassem a criatividade e imaginação. Para desenvolver o trabalho, utilizamos como base teórica autores como Adorno (1995), Barbosa (2005), Peregrino (1995) e Porcher (1982). Possibilitando assim, reinventar as práticas pedagógicas do ensino da arte no contexto escolar. Acreditamos que através da arte a escola juntamente com o professor poderá construir e reconstruir no processo de ensino e educação uma expectativa do cidadão auto-crítico, reflexivo e sadio, tornando-se assim, sujeito ativo na construção de novos conhecimentos formando sua própria identidade, frente ao mundo.

Palavras chave: Arte; formação e emancipação.

O professor e a arte: uma relação “par” no processo de formação

Como acontece hoje o ensino de arte no contexto escolar da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental? Para problematizar esta questão fomos a campo investigar a importância da arte no processo de aprendizagem da criança. Diante das evidências encontradas, percebemos que essa é uma questão delicada de responder, porque o sucesso desta modalidade de ensino vai depender, e muito, da concepção de arte de cada educador, da sua formação e do contexto em que está atuando. Neste trabalho de investigação acompanhamos três turmas da pré-escola durante o ano 2007 junto a duas escolas da rede pública municipal e uma da rede pública estadual da cidade de Santa Maria RS. As duas turmas da pré-escola pertenciam a escola de Educação Infantil pública/municipal e uma turma a rede estadual. Em 2008 e 2009 observamos grande parte dos alunos da rede municipal que migraram para o primeiro ano do Ensino Fundamental público/municipal e a turma da rede pública estadual permaneceu na mesma instituição. As observações aconteceram mensalmente, alternando os dias da semana durante o ano letivo. Não traremos uma análise crítica detalhada das intervenções que fizemos junto as crianças, professores e direção escolar. Vamos nos deter em dois fatores: a importância da arte na Educação Infantil e Anos Iniciais e, se a mesma é contemplada na prática pedagógica do pedagogo.

A problemática inicial de investigação reside nas experiências práticas e teóricas que tivemos nas oficinas de artes do Curso de Licenciatura Plena de Pedagogia da Universidade Federal de Maria UFSM. Cujo currículo obrigatório contempla às três disciplinas: Artes Visuais, Música e Jogo Teatral. Para esse fim, o curso disponibiliza laboratórios e professores especialistas na área. A partir dessa experiência acadêmica e, considerando as evidências levantadas no espaço escolar com relação ao ensino de arte, enfatizamos a importância de desconstruir determinadas culturas nas quais ainda consideram o ensino de arte como uma simples tarefa escolar, um componente curricular. Por este viés, o papel do educador resume-se a simplificar o contato da criança com determinados materiais, promovendo assim, o emprego de técnicas produtivas e reprodutivas conteudistas. Como contraponto a esta prática, consideramos fundamental na formação inicial a abordagem crítica, humana e emancipadora como elementos básicos acadêmicos, entre eles: o viver, ensinar, aprender, compartilhar e o fazer arte desde a mais tenra infância. Forjando assim, uma educação formadora de homens na sua integralidade, capaz de viver em harmonia consigo mesmo e com seu meio social, interferindo de tal modo, na organização social e política da sua comunidade. Este pensamento nos remete ao ideal educativo e ao ideal de mundo grego com a Paidéia. Já que o objetivo desse mundo não era ensinar ofícios, mas sim treinar a liberdade e a nobreza, tendo na arte, a sua mais nobre expressão de cidadania. Isso pressupõe-se, portanto, um aberto e intenso diálogo do educador e do educando com a arte, reconhecida como obra de uma determinada expressão cultural.

Nosso posicionamento crítico fundamenta se, evidentemente, nas mudanças paradigmáticas. Entre elas, o ensino da arte, amparado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, no qual, é concebida como meio de produção do conhecimento. Reafirmando-se as particularidades e similaridades com as outras áreas. Tem em comum com a ciência o fato de resultar da “ação criadora do homem” na busca de atender à sua necessidade de significação da vida, juntamente com “as relações sociais, políticas e econômicas, sistemas filosóficos e éticos, que formam o conjunto das manifestações simbólicas da humanidade” (BRASIL/SEF. 1995). As ações afirmativas na formação inicial e continuada tem o compromisso e a responsabilidade de considerar o ensino de arte, no currículo acadêmico e escolar, como perspectiva emancipadora na formação do educando. Porque a partir de uma prática consciente e responsável o educador poderá promover ações transformadoras, sejam elas: afetivas, sociais, culturais e políticas.

Mas, esta transformação emancipatória não depende só das práticas pedagógicas do educador. Pesquisas apontam que a escola não está conseguindo visualizar onde e no que o ensino da arte nos primeiros anos da escolaridade infantil, se encaixa, como elemento fundamental no desenvolvimento humano, crítico e cognitivo da criança. Em contrapartida a essa cultura da escola, a sociedade precisa lembrar aos gestores que a nossa realidade

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