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CULTURA POPULAR DO MARANHÃO

Por:   •  25/9/2018  •  Artigo  •  3.014 Palavras (13 Páginas)  •  248 Visualizações

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                                                                                             Artigo

CULTURA POPULAR DO MARANHÃO

Francisco Neres da Silva[1]

Universidade Federal do Maranhão

nerestbone@gmail.com

Resumo

              O Maranhão é um estado repleto de ritmos, danças, celebrações de união, fé, festa com as artes, manifestações artísticas dos povos colonizadores, sendo assim um acervo de danças coletivas que refletem em muitos grupos de trabalho de performance em prol de uma vida saudável, tal como projetos para idosos proporcionando atividades diversas para um envelhecimento saudável. O presente trabalho, portanto, realiza uma análise teórica e empírica, dando destaque para o projeto SESC Deodoro na cidade de São Luís/MA, enfatizando a importância da música para a dignidade da pessoa idosa.

Palavras-chave. Maranhão, cultura dança, envelhecimento, SESC.

1 INTRODUÇÃO

O Maranhão é Estado bastante reconhecido pela sua riqueza cultural, concentrando algumas das manifestações que se notabilizaram, em maior grau, na obtenção do título de Patrimônio Imaterial do Brasil, como são os casos das danças populares, Bumba-meu-boi, do Tambor de Crioula e do Cacuriá. Entretanto, é sabido que a cultura popular maranhense não se restringe a essas três manifestações apenas. Por essa razão, torna-se importante o desenvolvimento de uma maior diversidade de pesquisas acerca dessa temática, sob a perspectiva do sincretismo cultural, abrangendo o culto os santos da igreja católica e aos do candomblé, com atividades com os rituais nas tendas do espiritismo e dos terreiros de macumba. Destaque-se, ainda, a diversidade cultural das danças sem períodos determinados como os tambores de criola e de mina, os períodos carnavalescos e junina, as festas dos ritmos forte e contagiante que unem os presentes. Tais manifestações têm sido utilizadas como mecanismos de inclusão de aprimoramento da qualidade de vida de idosos nos mais variados projetos, dentre os quais o SESC Deodoro nesta cidade de São Luís/MA.

 DIVERSIDADE DA CULTURA MARANHENSE

A diversidade cultural maranhense possui como importante marco histórico as ricas influências europeias, com a chegada dos franceses, portugueses e posteriormente os holandeses, com objetivos de conquista das terras e riquezas do Maranhão. Enfrentaram, ainda, a reação dos índios em defesa das terras maranhenses, também com a chegada do negro africano, trazido como escravo para trabalhar, nos engenhos de cana de açúcar contribuíram com a diversidade e riqueza do ritmo das manifestações maranhenses. “A presença atuante do português e depois do negro, sem esquecer o índio, deram as coordenadas para o processo folclórico no Maranhão” (COSTA FILHO, 1979, p. 34).

 Os ritmos e as danças coletivas surgindo destas origens dos nativos e colonizadores

A partir de tais observações históricas, aponte-se que as manifestações culturais são significativamente diversificadas e tocadas todos os dias, como por exemplo o tambor de criola - dança de ritmo forte e contagiante -, bem como o tambor de mina, mais frequente nos cultos em tenda espirita e terreiros de macumba. As manifestações do período pré-carnaval e carnaval normalmente são feitas por meio de blocos tradicionais, escolas de samba e os blocos de rua que fazem os percursos principalmente da Madre de Deus e nos bairros no período do carnaval.

O tambor-de-criola, tambor-de-mina, as danças do cacuriá, dança do coco, dança do lelê ou pelo porco, dança Grande, são gonçalo, dança do caroço são manifestações que são de elevada importância para nosso povo, enquanto heranças culturais que, apesar das peculiaridades do mundo contemporâneo, permanecerão para as gerações futuras.

3 MANIFESTAÇÕES CULTURAIS DO MARANHÃO

Dando-se ênfase ao Bumba-meu-boi, trata-se da dança mais abrangente das manifestações culturais do Maranhão por ter vários segmentos, sotaques e batidas diferentes e coreografias e vestimentas variadas, sendo assim necessário uma divisão com nomes e sotaques específicos.

Aponte-se primeiramente o Bumba-meu-boi sotaque de Matraca; o instrumento que dá nome ao sotaque é a matraca, que consiste em dois pedaços de madeira que, tocados ao mesmo tempo, geram um volume muito grande chamado de “batalhão pesado”, empolgando intensamente os brincantes, existindo, ainda, outros instrumentos como por exemplo, pandeirões tambores-onça (uma espécie de cuíca com som grave). O sotaque de matraca também era chamado de bumba-boi-da ilha, pois Maioba, Maracanã e Madre Deus eram os maiores batalhões da ilha. Seus personagens tem o cordão de rajados, caboclo de fitas, índias, vaqueiros e caboclo de pena.

Por sua vez, o bumba-meu-boi sotaque de Zabumba tem inspiração dos povos afrodescendentes, nascido na região da cidade de Guimarães com instrumentos de origem africanos, tal como a zabumba, pandeirinhos, maracás e tantãs, fantasias com chapéus com fitas coloridas, golas e saiotes de veludo preto e bordado, principais manifestações do sotaque. O Boi de Guimarães, da fé em Deus, e da Liberdade praticamente não tiveram evolução de novos seguidores.

O Sotaque da Baixada é caracterizado pelo o personagem Caxumba, também com o uso de matracas, pandeiros pequenos e o tradicional chocalho de mão, assim como fantasias diferentes como batas compridas e mascaras de madeiras. O boi de Pindaré é maior representante deste sotaque, onde cantou até o seu falecimento o importante compositor cantador Coxinho e, no mesmo seguimento, os bois de Viana e São João Batista na baixada maranhense.

Outra manifestação é o Bumba-meu-boi Sotaque Costa de Mão. Além de fantasias em veludo bordado, os brincantes usam chapéus em forma de cogumelo e com fitas coloridas e grinaldas de flores. A referida manifestação é da região de Cururupu, costa de mão, pois os personagens da percussão eram escravos e durante a atividade do dia a dia as mãos ficavam doloridas, então eles tocavam com as costas das mãos.

Cite-se também o Bumba-meu-boi Sotaque de Orquestra, que teve origem em um encontro casual de um grupo de sotaque de zabumba com músicos que vinham de uma festa que haviam tocado na zona rural de cidade de Rosário. O sotaque de orquestra é composto dos instrumentos de sopro bocal, palhetas e percussão.

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