Resenha sobre La Sagrada Famiglia

1883-1926 SAGRADA FAMÍLIA (Plaça de la Sagrada Família, Barcelona)

Antoni Gaudí i Cornet (1852-1926) nasce em Reus, comarca de Baix Camp na Espanha em 1852. Após dez anos de estudos no Colégio dos Padres Escolápios de Reus e na Faculdade de Ciências da Universidade de Barcelona (1863-1873) inicia seus estudos na Escola Provincial de Arquitetura de Barcelona em 1873, terminando em 1878 e obtendo o título no mesmo ano. Em 1859, Barcelona foi submetida a um novo plano urbanístico, denominado Eixample, concebido pelo engenheiro Ildefons Cerdà. Se inicia em 1860 e perseguia princípios de racionalidade e eficiência moderna para o crescimento da cidade.

Trabalhou num escritório de arquitetura com Josep Fontseré, e com ele participou do projeto de uma das obras mais importantes de Barcelona que estavam sendo realizadas na época: o Parc de la Ciutadella. Realizou algumas obras fora do contexto geográfico catalão como o edifício de apartamentos para a família Fernández-Andrés, de Léon, conhecido como La casa de los Botines.

Voltando à Barcelona, Gaudí recebe em 1883, através do arquiteto Joan Martorell, a tarefa de continuar a obra do Templo Expiatório da Sagrada Família, que estava sendo iniciada. Gaudí, nesse período começa a trabalhar na reforma do projeto encomendado originalmente a Francisco de Paula del Villar, que por razões técnicas passa a encomenda a Martorell e este, por divergência com o projeto aprovado propõe a transferência da encomenda a Gaudí. Gaudí dedica toda a sua vida profissional – mais de 40 anos – a projetar e a construir essa obra, de uma forma totalmente pessoal, assim como fez com o restante de suas obras.

Nesse primeiro período, Gaudí procura encontrar um estilo próprio com um desígnio nacionalista. Esse desígnio se transforma em uma identidade pessoal. Todas as obras desse primeiro período Gaudiano partem de uma criação ecletica, na qual aparecerão vários estilos. Antoni Gaudí frequentou reuniões intelectuais na casa de seu mecenas, Eusebi Güell Bacigalupi. Eram frequentes, nesse ambiente as conversas sobre as teorias de Ruskin, os dramas musicais de Wagner e os escritos de Viollet-le-Duc, leitura assídua de Gaudí desde que estudava arquitetura em Barcelona.

Já se percebe na Casa Calvet, algo barroco, principalmente em sua fachada medievalista que o exterior assume, se contrapondo à riqueza construtiva de linhas rígidas que suporta seus andares distintos. Ao longo desse período percebemos a luta de Gaudí em encontrar um estilo próprio. Os ensinamentos de Viollet-le-Duc como interpretação livre dos vários estilos quanto a atitude romântica em relação a arquitetura gótica, em grande parte, de sua lógica estrutural, e a liberdade para ir além dos estilos históricos e entender a modernidade necessária para encontrar essa atitude. Em Barcelona, na chácara Miralles Gaudí adota uma atitude distinta, abandonando os estilos históricos e utilizando uma forma absolutamente livre: a sinusóide O Park Güell é o maior exemplar dessa nova atitude, distinta, nova, particular que caracteriza sua maturidade como arquiteto. Momento em que a sua contribuição original para o Modernismo Catalão começa a desabrochar.

Gaudí se destaca pela sua atenção à natureza