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A nação como novidade - resenha

Por:   •  6/4/2017  •  Resenha  •  870 Palavras (4 Páginas)  •  3.195 Visualizações

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HOBSBAWN, Eric.

A nação como novidade: da revolução ao liberalismo.

In: Nação e nacionalismo desde 1870. Paginas 27-62

                                     

                                                                           

O autor trata exaustivamente sobre o conceito de nação que conhecemos e como esse conceito é algo extremamente novo, discorre sobre os vários conceitos a respeito do nacionalismo, coloca a nação como uma unidade política, e questiona o critério para um grupo de pessoas se sentirem pertencentes a uma mesma nação. O mesmo afirma que a palavra move-se para a questão da etnicidade, coloca, porém, que os Estados não eram homogêneos, e, portanto não poderiam ser simplesmente equalizados com as nações, a partir daí ele busca em outros conceitos, como o do Zedler que afirma que nação significa um número unido de pessoas os quais partilhavam um corpo de costumes, valores e leis.

Ele conclui que a palavra nação não pode ter um significado territorial, fala do sentido moderno e basicamente político do  conceito de nação, que, historicamente é extremamente recente. Coloca que na era das revoluções se tornaria parte do conceito de nação onde esta deveria ser uma unidade indivisível, como em uma frase francesa que falava que era considerada nação um corpo de cidadãos cuja soberania coletiva os constituía como um Estado concebido como sua expressão política, onde a nação sempre incluiria o elemento da cidadania e da escolha ou participação da massa.        

O autor desconstrói o conceito de que uma nação precisa necessariamente ter a mesma cultura ou língua,onde cita: “De fato, se do ponto de vista revolucionário ‘a nação’ tem algo em comum, não era, em qualquer sentido, a etnicidade, a língua ou o mais, mesmo que essas também pudessem ser indicação de vinculo coletivo. Como mostrou Pierre Vilar, o que caracterizava o povo nação, visto de baixo, era precisamente o fato de ele representar o interesse comum contra os interesses particulares e o bem comum contra o privilégio, como na verdade é sugerido pelo termo que os americanos usaram antes de 1800 para indicar uma existência de nações, embora evitasse a própria palavra.” (pág. 32)        

Podemos perceber que o autor enfatiza bastante a questão do conceito de nação e nacionalismo serem relativamente novos. É importante notar que ambos os termos são construções históricas e nem sempre estiveram presentes, como conhecemos hoje, no vocabulário e na história da humanidade. O mito criador [danação] também interfere na construção de uma nação ideal. O termo nação, conforme o entendemos hoje, foi constituído na época das Revoluções Liberais na Europa de 1800. Onde o conjunto de cidadãos cuja soberania é coletiva dá origem às leis e às instituições do Estado. É interessante notar que patriotismo e nacionalismo são elementos distintos. Enquanto a primeira está ligada muito mais a símbolos (bandeira, hino, etc.), a segunda tem uma visão muito mais racional. O nacionalista tem uma visão à longo prazo, investe no país para que se atinjam os objetivos necessários. O patriota está ligado à uma questão sentimental. A questão da visibilidade econômica também é importante para a consolidação de um país, onde, naturalmente, este trabalho de criação e aperfeiçoamento de tradições e identidades nacionais responde diretamente aos interesses que se erguem das revoluções liberal e industrial, isto é, do capitalismo e da sua classe burguesa.

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