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ASSÉDIO E VIOLENCIA SEXUAL NO CAMPUS DA UFV - ESTUDO DE GÊNERO

Por:   •  4/7/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.339 Palavras (6 Páginas)  •  245 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

CIS – 234 – ANTROPOLOGIA

ASSÉDIO E VIOLENCIA SEXUAL NO CAMPUS DA UFV - ESTUDO DE GÊNERO

Bárbara 82175

Paulo 86590

Rosana. 16672

Viçosa – novembro 2015

INTRODUÇÃO

Procuramos com este trabalho abordar um tema, diríamos, tabu, que é a questão da violência sexual dentro do campus da UFV. Usando o Gênero dentro da categoria de análise, como marca  social de diferença.

A primeira vez que o tema foi abordado em sala foi quando da discussão de Robert Park, quando estudando viçosa, seus personagens, seu território, pensando as regiões de vícios e práticas de lazer. Neste momento, quando colocamos o local UFV, como território de análise, nos foi revelado algumas coisas que não pensaríamos de imediato: Estupro, prostituição, diversidade, furto, tráfico, clientelismo.

A partir dessa descoberta, nossa intenção foi estudar gênero como categoria de análise focando relações sociais históricas entre homens e mulheres verificando quais bases históricas sustentam as atuais relações.

Nos propusemos a trabalhar apenas com mulheres que fazem parte do universo do campus da UFV: professoras, alunas, funcionárias e mulheres transeuntes, na tentativa de observar com os olhares delas essa questão tão delicada, considerando também que cada sujeito representa um caminho social e assim poderemos ter uma melhor percepção sobre o todo a que se propõe.

Em função do Relatório Nacional sobre a Violência contra a Mulher recentemente publicado pelo Governo Brasileiro, procuramos incluir nesta pesquisa mulheres de diferentes raças, já que o relatório aponta um aumento da violência contra a mulher negra.

Sempre que possível trabalharemos com SENNET, SCOTT, BOZON, GROSSI entre outros para embasarmos nossa discussão.

RECORTES TEÓRICOS

        O que é violência Sexual? Numa ideia ampla, violência implica em não perceber o outro como sujeito. É a dominação ou opressão de um sujeito sobre seu próximo. Violência compreende além de ataques físicos a outra pessoa, abusos de ordem simbólica e psicológica[1].

Definição de Estupro é a prática forçada de ato libidinoso. Pode compreender conjunção carnal, completa ou não, assim como qualquer ação de cunho sexual onde uma das partes é sujeitada, sob violência ou ameaça.

A violência contra a mulher, não só no Campus da UFV, mas em todas as esferas da sociedade, é fruto de uma cultura machista e preconceituosa que ao nosso entender tem sua influência em contextos históricos da humanidade.

        No livro Sociologia da Sexualidade[2] de Michel Bozon, o autor trata da evolução do pensamento sobre a sexualidade na sociedade. Em seu primeiro capitulo, “A ordem tradicional da procriação”, é tratado um ponto que nos remete ao tema pesquisado em nosso trabalho. Percebemos em vários trechos o feminino é tratado como inferior, por exemplo, quando menciona que o homem teria o papel de trazer a vida enquanto a mulher era só um receptáculo, pois segundo esse pensamento o homem produzia o esperma quente que era introduzido na mulher passiva e fria[3].

        Em outro trecho do primeiro capitulo desse mesmo livro, fala que na Antiguidade grega a vida sexual da mulher livre se limitava a reprodução enquanto, aos homens livres adultos, todos os prazeres eram permitidos desde que não colocasse em risco sua posição social. Esses são exemplos de alguns pensamentos que influenciaram o agir machista no contexto, por exemplo, da mulher dona de casa, e mãe de família por obrigação a “Amélia”.

        De acordo com Susan Okin [4]os termos público e privado são ambíguos e servem para designar também as relações entre a vida doméstica e não doméstica, além das relações Estado e Sociedade.

Segundo Miriam Grossi a “esposa” “mãezinha” é do domínio privado, enquanto a mulher da rua é do domínio público.

 A maioria dos pesquisadores concorda que a violência sexual tem em suas raízes uma ordem social de gênero desigual e relações de poder entre os homens e as mulheres na sociedade[5]. Em particular, os pesquisadores associam a violência sexual com os seguintes tipos de normas sociais: a) a legitimação da violência contra as mulheres por parceiros íntimos; b) o ato de culpar as mulheres pelo estupro e outros tipos de violência sexual; c) a justificativa da violência masculina, por exemplo, devido aos seus “desejos sexuais inerentes”; d) o ato de considerar as mulheres como objetos sexuais; e e) o “culto da virgindade da mulher”. No nível social, a violência sexual também é associada com uma aceitação mais generalizada do uso da violência.

O binômio dominação masculina/ submissão feminina tem sofrido uma série de questionamento quando se estudam relações de gênero. Muitos homens quando questionados a respeito da dominação masculina, costumam dizer que não tem poder em casa o que não deixa de ser verdade quando pensamos nas culturas marcadas por uma forte dicotomia entre casa e rua, entre público e privado”[6]

Se o homem não tem poder em casa, como e onde ele pode exercer seu poder? Na rua sendo machista, subjugando as mulheres? Seria essa uma explicação para tantos casos de violência contra a mulher?

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