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DIVERSIDADE CULTURAL, INTOLERÂNCIA E XENOFOBIA

Por:   •  20/6/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.330 Palavras (6 Páginas)  •  4.029 Visualizações

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CURSO DE LICENCIATURA EM SOCIOLOGIA

PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR (PCC)

DIVERSIDADE CULTURAL, INTOLERÂNCIA E XENOFOBIA

NO BRASIL CONTEMPORÂNEO

ALUNO

Hermínio Oliveira Medeiros – RA: 1606126

PÓLO

MURIAÉ – MG

2016

UNIP INTERATIVA

CURSO DE LICENCIATURA EM SOCIOLOGIA

PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR (PCC)

DIVERSIDADE CULTURAL, INTOLERÂNCIA E XENOFOBIA

NO BRASIL CONTEMPORÂNEO

INTRODUÇÃO

        Apesar da evolução das organizações de direitos humanos em todo o mundo e da gradativa democratização do acesso da população à condições básicas de dignidade, diversos grupos ainda sofrem com o racismo, a intolerância e a xenofobia. No Brasil, um país extremamente miscigenado, apesar ser conhecido como um país onde não há racismo, muito ainda há a precorrer até uma realidade de convivência pacífica e respeitosa entre os diversos grupos que compõem o povo brasileiro. O etnocentrisomo é visível e ainda dominante em um país com o histórico de dominação europeia sobre os nativos indígenas e o escravismo que perdurou por séculos e deixaram grandes marcas na cultura e no modo de ser do brasileiro que, até hoje, busca um sentido definitivo e próprio de nacionalidade.

DESENVOLVIMENTO

        O Brasil é um país extremamente favorável à análises e discussões sobre os temas da diversidade cultural, intolerância, racismo e xenofobia devido à caracterização multiétnica de sua população. Entre os grupos de maior expressão (aqui generalizados mas que também podem ser subdivididos) temos a população branca (de origem europeia), os negros (de origem africana) e os indígenas (nativos) que, apesar de terem sido dizimados pelo colonizador português ainda apresentam grande representatibilidade na população da região Norte e Nordeste do país.

        Sabe-se que a miscigenação não se trata somente da mistura de genética  entre as “raças” mas também de suas culturas. De acordo com Fleury (2000), os brasileiros valorizam sua origem diversificada, incluindo as raízes africanas, presentes na música, na alimentação, no sincretismo religioso. Porém, é uma sociedade estratificada, em que o acesso às oportunidades educacionais e às posições de prestígio no mercado de trabalho é definido pelas origens econômica e racial.

Refletindo-se nas artes, o tema mostra relevância ao retratar aspectos do cotidiano brasileiro e as diferenças etnicorraciais geradoras de conflitos, como pode-se percer no trecho do filme “Ó, paí, ó” da diretora Monique Gardenberg, produzido em 2007 e que mostra o Carnaval no Pelourinho em Salvador, capital do estado da Bahia, por sinal, a cidade mais negra do país:

“(...) eu sou negro sim, mas por acaso negro não tem olhos? Negro não tem mão, não tem sentido? Não come da mesma comida? Não sofre das mesmas doenças? Não precisa dos mesmos remédios? Quando a gente sua, não sua o corpo, tal como um branco? Quando vocês dão porrada na gente não sangra igual, meu irmão? Quando vocês fazem graça a gente não ri? Quando vocês dão tiro na gente, a gente não morre também? Pois se a gente é igual em tudo, também nisso vamos ser (...).”

        No Brasil, aliado da discriminação etnorracial e consequente classe social, soma-se a xenofobia interna e protecionista das regiões distintamente definidas no país. Sabe-se que o termo xenofobia, mais usualmente utilizado para definir a antipatia por grupos que vêm de fora do país, pode, internamente ser representado pela  discriminação sofrida pelos nordestinos e nortistas nas demaias regiões do país, principalmente Sudeste e Sul.

        Venturini (2009) explica que os fenômenos migratórios desde sempre  acompanharam a história do homem; hoje, porém, na sociedade global, as imigrações se tornaram a marca de uma época.A mídia se compraz em descrever as chegadas, por mar, dos migrantes, mesmo que na realidade representem apenas uma pequena parte. Mas este cenário é útil para fi ns de propaganda: os desembarques são descritos com expressões como “ataques em massa” chamando à memória as invasões dos sarracenos.

        A grande migração de nordestinos, principalmente fugindo do sertão árido e buscando melhores condições de vida na região Sudeste do país, gerou a grande discriminação, com o cunho de termos pejorativos aos indivíduos, caracterizando xenofobia e discriminação.

De acordo com a Teoria do Metaenquadre (COSTA, 2015), a fornteira está posta: os “normais” organizam–se psíquica e socialmente a partir dessa identidade afirmada como satisfatória. Os “anormais”, a partir do demérito, da negação atribuída a eles. Ou, quem sabe, organizam–se psicossocialmente recusando ou redimensionando essas atribuições, elas não são irreversíveis.

Apesar de não gerarem conflitos bélicos como os que se passam devido à intolerância e extremismo religioso no Oriente Médio, os grupos discriminados brasileiros sofrem a dificuldade de acesso ao mercado de trabalho, educação, saúde, e, consequentemente, possuem menor qualidade de vida e índice de desenvolvimento humano. No estudo de Nacimento e Goes (2013)  pode-se concluir, por exemplo, que o racismo institucional é um fator determinante no acesso aos serviços de saúde, principalmente para as mulheres negras que sofrem com o impacto das intersecções das desigualdades de gênero e raça. Os resultados revelam que, para o nível de acesso considerado bom, as mulheres brancas representam 15,4%, enquanto as negras respondem por 7,9%. O estudo demonstrou que as desigualdades raciais e o racismo institucional são uma barreira no acesso aos serviços preventivos de saúde para as mulheres negras no Brasil. Do mesmo modo, estudos similares demonstram que o acesso desses grupos à serviços públicos básicos como educação é menor sendo essa a gênese da grande desigualdade social no país geradora da grande violência brasileira.

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