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ESTRATÉGIAS DE PLANEJAMENTO PARA AVALIAÇÃO DO APRENDIZADO À DISTÂNCIA

Por:   •  26/6/2019  •  Artigo  •  6.552 Palavras (27 Páginas)  •  79 Visualizações

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ESTRATÉGIAS DE PLANEJAMENTO PARA AVALIAÇÃO DO APRENDIZADO À DISTÂNCIA

Cristiano Naveca Chíxaro[1]

RESUMO: O presente estudo aborda as estratégias de planejamento avaliativo do processo ensino-aprendizagem na modalidade de ensino à distância. Objetivou-se uma compreensão da efetividade do método avaliativo empregado na contemporaneidade. O erguimento do edifício teórico pautou-se em uma investigação bibliográfica e documental, sendo considerados os dados do Censo da Educação Superior no Brasil, elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). O processo de investigação compreendeu três fases, a saber: no primeiro momento, procuramos contextualizar o surgimento da modalidade EAD no Brasil, levando em consideração a conjuntura político, social e econômica de cada período histórico. No segundo momento da pesquisa, procuramos caracterizar o sistema de ensino superior brasileiro, sobretudo, da modalidade de ensino à distância, o perfil dos discentes e docentes refletindo possíveis variáveis para a expansão da modalidade EAD. No terceiro momento nos dedicamos a refletir o processo avaliativo, considerando o tripé que sustenta a avaliação do processo ensino-aprendizagem no Brasil: diagnostica, formativa e somativa, bem como os instrumentos utilizados para a melhor adequação deste tripé as ao sistema EAD. Por fim este trabalho visa contribuir para um serviço de excelência, alcançando resultados satisfatórios que possibilitem aos alunos e professores interação através dos meios tecnológicos para uma compreensão mais critica dos temas abordados.

Palavras-Chave: Avaliação; Ensino-Aprendizagem; Planejamento.

INTRODUÇÃO

Embora no meio acadêmico se debata a expansão do Ensino à Distância (EAD) no Brasil como uma modalidade de ensino surgida na atualidade, alguns autores consideram as Cartas de São Paulo como precursora do EAD, uma vez que seu objetivo era ensinar a doutrina cristã para a comunidade que almejava seguir a religião recém fundada no contexto do século I. Todavia, defini-se o século XVIII como o momento de surgimento do ensino a distância.

Nenhum estudo que se destine a debater a modalidade EAD, pode deixar de mencionar Caleb Philipps, que ofereceu o curso de taquigrafia por correspondência na edição de 20 de março de 1728 do jornal Boston Gazette que anunciava: “Persons in the country desirous to learn this art, may by having the several lessons sent weekly to them, be as perfectly instructed as those that live in Boston” (“As pessoas no país desejosas em aprender esta arte, podem com várias lições enviadas semanalmente para elas, serem perfeitamente instruídas como aquelas que vivem em Boston”). Ou seja, fazia uma diferenciação quanto à modalidade de ensino, ao afirmar que os alunos iriam estudar em suas casas por meio de materiais enviados por correspondência, e mesmo em outras cidades os interessados iriam aprender a arte da mesma forma como as pessoas que faziam o curso presencialmente em Boston. Contudo, Caleb Philipps não mencionava ou se tem registro de quais estratégias o mesmo utilizou para avaliar o processo ensino-aprendizagem.

No Brasil, o cenário político e econômico desde o inicio do século XIX criava as condições necessárias para o surgimento da modalidade EAD, uma vez que o número de escolas e universidades era incipiente no país. Acredita-se que por ser a população brasileira formada em sua maioria por indígenas, escravos recém libertos que não tinham o costume de enviar os filhos a escola e imigrantes que vieram trabalhar nas lavouras e não possuíam recursos financeiros para buscar a qualificação acadêmica, contribuiu para o baixo investimento dos governos no setor educacional e favorecia o surgimento da modalidade EAD no Brasil.

Diversas iniciativas surgiram ao longo dos anos, metodologias e estratégias de avaliação também foram sendo pensadas, do ensino por correspondência, rádio, televisão e, com o advento das tecnologias as plataformas digitais que torna a modalidade EAD contemporânea e com novas estratégias para avaliação do processo ensino aprendizagem. Conforme dados do Relatório Analítico de Aprendizagem à Distância no Brasil, lançado pela Associação Brasileira de Educação à Distância, foram efetivadas cerca de 561.667 em cursos EAD, em 2016 demonstrando assim a expansão da modalidade.

Neste sentido, depreende-se o seguinte questionamento: na contemporaneidade as estratégias de avaliação adotadas pelas Instituições de Ensino Superior que oferecem a modalidade de ensino à distância de fato conseguem mensurar a relação ensino-aprendizagem?

O caminho metodológico traçado para responder tal questionamento seguiu as orientações de Severino (2007, p. 73) sendo fundamentado em uma “organização lógica” que abarcando as fases de “planejamento; coleta de dados; sistematização; análise; interpretação de dados; redação de relatórios e produção de artigo”, em que cada uma dessas etapas foi subdividida em outras mais específicas.

O erguimento do edifício teórico se deu por meio de uma pesquisa bibliográfica, sendo observado o código interpretativo de escrever, pois, “o que temos num texto são vozes contraditórias e não realidades contraditórias” (GINZBURG, 1991, p.16). E documental com base em relatórios estatísticos oficiais acerca da expansão da modalidade EAD, considerando as categorias de análise: Avaliação; Ensino-Aprendizagem; e Planejamento.

A análise do conteúdo abrangeu as fases de pré-análise de exploração do material sistematizado, construindo um domínio lógico social, por se entender que os fatos sociais não podem ser observados “abstraídos de suas influências políticas, econômicas, culturais, etc” (GIL, 2008, p. 14). O tratamento dos resultados obtidos se seguiu a perspectiva crítica buscando compreender melhor as metodologias e estratégias de avaliação dos discentes da modalidade de ensino superior à distância.

Acredita-se que a reestruturação do ensino superior nas últimas décadas e o avanço tecnológico adaptou o modelo de Ensino à Distância, com a proposta de facilitar o acesso ao aprendizado em ambiente virtual com participação de professor tutor, no entanto, as estratégias de avaliação adotadas, como por exemplo, o classificatório, monodirecional e quantitativo já não satisfazem as exigências das novas metodologias do processo de ensino e aprendizagem.

No primeiro momento, procuramos contextualizar o surgimento da modalidade EAD no Brasil, levando em consideração a conjuntura político, social e econômica de cada período histórico.

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