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O Que é cultura?

Por:   •  28/6/2016  •  Dissertação  •  1.090 Palavras (5 Páginas)  •  173 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA                                

PROFESSOR: MARTIN CURI        
ALUNO: CARLOS MAGNO DA SILVA OLIVEIRA JUNIOR

O que é Cultura?

        Há, nas Ciências Humanas, diversos debates sobre temas complexos e que dificilmente culminam com uma solução para a questão discutida ou com a definição de um termo ou conceito, um exemplo disso é a dificuldade que apresentamos ao definir o que é cultura.

        Usualmente, o termo cultura poderia ser definido como um conjunto de conhecimentos, costumes, crenças e saberes de grupos distintos, entretanto há também o conceito de cultura que define o nível ou estágio educacional de um indivíduo, ou seja, a palavra toma um sentido de sofisticação e é atribuída a inteligência. Temos então, duas definições para o conceito de cultura que remetem a duas visões distintas. Nesses casos, a palavra cultura é usada para classificar indivíduos e, também, sociedades, sendo utilizada como um artifício na prática da discriminação contra orientações sexuais, faixas etárias, muitas vezes etnias ou mesmo sociedades por completo, ao dizer que “cidadãos de tal país são cultos e civilizados” em comparação a outros que são “rudes, grosseiros e ignorantes”.

        Da mesma forma, comumente ouvimos referências à humanidade, onde valores seguem tradições diferentes, desconhecidas e estranhas a um padrão pré-estabelecido, como a dos povos nativos, ou índios, classificados como sociedades que estão quase no “Período Neolítico” e se encontram numa “fase de evolução cultural atrasada”. Temos aqui uma representação do conceito de cultura embasado na Antropologia Evolucionista que tendo como ponto de partida a análise de traços fundamentais em comum, tal linha interpretativa supõe uma história comum a toda humanidade, apresentando uma evolução da cultura humana que se desenvolveria em três fases: selvageria, barbárie e civilização.

        Separando-se todas as sociedades nessas três fases, os evolucionistas julgavam possível explicar a ocorrência de fenômenos semelhantes em épocas distintas e em locais diferentes e separados por barreiras naturais e a grande multiplicidade de culturas existentes. Não foram todos os povos que alçaram ao último estágio de desenvolvimento que seria o europeu, existiam ainda sociedades em estágios inferiores na linha evolutiva.  A antropologia evolucionista utiliza-se do método comparativo como forma de análise, tomando como base a ideia de uma mentalidade unilateral capaz de constituir um caminho único de progresso para as sociedades.  

        Analisando-se concomitantemente as culturas e comparando-as, torna-se viável conhecer o caminho da possível evolução da humanidade, premeditar as leis que conduzem essa evolução e descobrir os estágios em que cada povo se encontra.

        A Antropologia Evolucionista foi dominante até o século XX, quando o antropólogo Franz Boas produziu artigos com o intuito de criticar tal teoria e propor uma antropologia nova baseada no conceito de cultura como o mais importante para a diversidade humana, o relativismo metodológico, o método histórico e a necessidade de estudar cada cultura como uma cultura em si. Partindo da ideia de que a mentalidade humana não é inteiramente uniforme e obedece a um conjunto determinado de leis, sequer os são os possíveis caminhos para o desenvolvimento das sociedades. Sendo a mente humana complexa e variada, também o são as instituições, invenções e descobertas geradas a partir dela.

        Negando a teoria de que fenômenos semelhantes se desenvolvam da mesma maneira e a partir de uma mesma razão em todo lugar, Boas ousou afirmar que existem formas múltiplas e variadas para que tais fenômenos possam se desenvolver. Boas opõe-se ao método comparativo apresentando o método histórico propondo o estudo das culturas de forma individual e em sua totalidade, para assim avançar rumo à busca da compreensão da sociedade e não o caminho inverso.

        A análise da história das culturas nos auxilia na compreensão de como as culturas se desenvolveram e se tornaram o que são - diferença crucial entre o método dos evolucionistas.  A interpretação da dinâmica das sociedades também ampara a compreensão dos processos históricos e da evolução das várias formas de vida.

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