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PROJETO SEMEANDO: UMA VISÃO DA LUTA CONTRA O ENVOLVIMENTO NO CRIME ORGANIZADO DA COMUNIDADE LAGAMAR.

Por:   •  27/2/2019  •  Artigo  •  1.443 Palavras (6 Páginas)  •  220 Visualizações

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PROJETO SEMEANDO: UMA VISÃO DA LUTA CONTRA O ENVOLVIMENTO NO CRIME ORGANIZADO DA CUMUNIDADE LAGAMAR.

  • ANÁLISE DOS ACHADOS

Os achados resultaram das análises dos dados provenientes dos instrumentos utilizados para coletar informações que permitissem avaliar a luta contra o envolvimento de jovens no crime organizado do Projeto Semeando da comunidade Lagamar. Sendo feita a coleta dos dados por meio de entrevistas e questionários aplicados aos jovens e à diretora do projeto em questão.

Foram entrevistados 28 alunos, dentre eles 12 com idade de 12 a 14 anos e 16 com idade de 15 a 18 anos. Referente às respostas dadas pelos jovens através da entrevista: 4 dos 12 alunos com idade entre 12 e 14 anos responderam que já estiveram no meio de um tiroteio; 19 destes alunos possuem familiares envolvidos com o tráfico; 5 deles perderam familiares envolvidos com o crime; 16 deles tiveram amigos mortos por causa do crime; 13 têm medo de anda na comunidade; 18 deles não se sentem seguros com a polícia (2 se sentiam mais ou menos seguros); 27 alunos têm convicção de que o crime não compensa, 13 deles acham que se pode melhorar as condições financeiras através dele, mas ainda assim não vale a pena se envolver. Quando perguntados sobre o que as facções e o tráfico significam para eles: 17 alunos responderam morte e prisão; 2 alunos responderam reconhecimento e medo e 2 alunos responderam autoridade.

Para atender as nossas exigências com relação à pesquisa, recorremos à diretora do projeto que se prontificou a responder nossas perguntas e colaborar com essa entrevista.

De início perguntamos à quanto tempo ela estava no cargo como diretora do projeto e como ela entrou no projeto e como deu início ao projeto.

Eu acho que faz mais de uns 5 anos, 6 anos por ai. Porque assim, aqui era uma escola, eu entrei aqui, há muitos anos, 20 anos atrás como escola. Eu trabalhava na parte escolar, depois em 2008 que começou a ser escola e projeto. Em 2016, que ficou definitivamente como projeto social. Assim, trabalhar aqui, há mais de 20 anos, mas assim como projeto social, desde 2008 e como diretora acho que 2010/2011 por aí que eu assumi a direção.

A partir disso, perguntamos em como se deu essa transição de escola para projeto, e qual o motivo dessa mudança.

Porque assim, nós somos filiados a uma igreja evangélica e a igreja viu que a escola não estava atendendo aos propósitos deles, os propósitos da igreja que era atender à área social e não educacional. Então por isso que a escola foi fechando pra dar lugar ao projeto social, pra atender aos propósitos da igreja que era realmente o social.

Com isso, questionamos também como era a sua rotina, todo o seu dia a dia com os jovens, enfatizando também as adversidades pelo qual o projeto passa devido, principalmente, à sua localidade

Assim, trabalhar no projeto social é um desafio muito grande, principalmente atender as áreas que a gente atende né, que a gente atende Lagamar e Cidade de Deus, que vocês podem perceber pelos jornais que são áreas bem conflituosas né, e a gente trabalha com essas crianças e adolescentes que estão dentro dessa comunidade mas assim o nosso propósito é resgatar essas crianças desse meio que elas vivem e mostrar pra elas que não precisa seguir o que o meio diz, eles podem morar dentro e não viver ou não aceitar o que está lá dentro, conviver com o que está lá dentro. Então assim, difícil é porque é muito mais fácil eles verem que o traficante tem muito mais condições, tem muito mais oportunidade digamos assim do que um trabalhador honesto, que tem que trabalhar pra ganhar um salário mínimo, então é difícil pra gente dá um parâmetro pra essas realidades e resgatá-los para o ideal, né, pro correto mas aqui a gente tenta todo dia mostrar pra eles que não precisa ir por esse caminho, tem outros caminhos né que talvez sejam mais difíceis mas são honestos, são os ideais. É difícil, é uma luta constante, diária passar isso pra eles pq o que mostra lá é que é muito mais fácil.

Questionamos também acerca do sustento do projeto, se havia alguma parceria com algum órgão público ou semelhante.

Como eu disse pra vocês, nós temos uma parceria com a igreja Assembleia de Deus que é 60% da nossa parceira, mas a gente também tem uma parceria com uma ONG internacional né, então a gente tá meio a meio aí, a igreja e essa ONG que sustentam o projeto, com tudo o que tem aqui dentro. A gente tinha uma parceria com a prefeitura quando era escola, depois que a gente se tornou projeto aí não tinha mais não. A gente ganhava merenda escolar, teve uma época que os professores eram da prefeitura, a gente dava só o prédio mas depois que se tornou projeto social aí não. Por que como a gente não era mais escola, não tinha mais o que receber, nem os professores e nem a merenda escolar.

Em seguida, perguntamos também sobre os índices de desenvolvimento da instituição, se havia algum tipo de controle para saber se estavam tendo resultados positivos ou não.

Assim, a gente começou de fato o projeto em 2008, então é claro que a gente sempre enfrenta algumas situações tipo alunos que vão embora por conta do crime, perdendo alunos o projeto perde. Como a gente recebe o financiamento de uma ONG, dependendo do dólar, se ele cai o financiamento cai. Então assim, tem vários fatores que interferem, assim, a gente já teve mais crianças, hoje algumas tiveram que sair por diversas situações, principalmente, mudança. Então assim, tem fatores que interferem pra que o projeto funcione mas assim desde 2008 que a gente tá aqui, luta todo dia pra estar funcionando. A perspectiva é que a gente receba mais cotas, mais vagas, mas a gente ainda não recebeu então que é o que a gente espera, e o que todo mundo espera, a comunidade espera. Muitos querem colocar os filhos aqui, mas a gente depende de ajuda de fora. Então eles que dizem “podem botar mais, podem botar mais alguém” ou então “segura um pouquinho”.

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