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Resenha - Adorno e Quijano

Por:   •  1/6/2017  •  Resenha  •  1.285 Palavras (6 Páginas)  •  249 Visualizações

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Fichamento 1

ADORNO, Theodor. Introdução à sociologia (1968). Tradução Wolfgang Leo Maar. –

São Paulo: Editora UNESP, 2008. (p. 41-95.)

O texto em questão apresenta as três primeiras aulas de introdução à Sociologia, ministradas por Theodor Adorno em 1968 na Universidade de Frankfurt. Considerado um dos fundadores da teoria crítica, durante as aulas buscou evidenciar o que considerava relevante para a compreensão da Sociologia e para o papel desempenhado pelo sociólogo na sociedade. O autor realizou diversas críticas com relação ao modo que a disciplina estava sendo conduzida na época.

Em vista disso, o objetivo central de Adorno era demonstrar aos alunos a essência e relevância da disciplina. Ele acreditava que introdução à Sociologia não deveria ser apresentada de forma tradicional e técnica (estática), ou seja, a partir de seu objeto de estudos, métodos, divisões internas e doutrinas; foi por esse motivo que optou pela exposição de sua teoria crítica (dinâmica). Assim sendo, durante o curso Adorno realizou exposição dos obstáculos que integram a disciplina, bem como o que significa a Sociologia e o que representa o fazer sociológico.

E dentre os diversos pontos discutidos pelo autor, destaco, em minha opinião, os mais relevantes.

Inicialmente, Adorno acreditava que devido à “[...] precariedade de oportunidades profissionais” (p. 43), as perspectivas relacionadas a estas eram negativas. Ele creditava os problemas que constituíam a disciplina, à contradição entre o que era a Sociologia e àquilo que a mesma reivindicava ser.

O autor afirmava que a Sociologia da época tinha “essencialmente o papel de um estudo formativo” (p.45). Além disso, apontava que “uma das dificuldades da Sociologia [...] era reunir o trabalho socialmente útil [...] e a orientação intelectual, [...] uma vez que ele acredita que [...] quanto mais se compreende da sociedade, tanto mais difícil é tornar-se útil nesta mesma sociedade” (p. 47). Um dilema, a meu ver, que ainda permanece.

Considerando que esta sociedade é, sobretudo contraditória e diversificada em si própria, cabe então ao sociólogo tentar vencer o desafio anteriormente apontado por Adorno, e conquistar o objetivo que é ser capaz de se tornar socialmente útil e de ter uma orientação intelectual que possibilite manter uma relação crítica com a sociedade.

Também é importante destacar que a Sociologia necessita estar embasada numa razão crítica, para que esta permita abarcar a dinâmica da sociedade, seus contextos sociais, suas singularidades, diversidades e contradições, tudo isso, sem a presunção de querer impor um conhecimento único e categórico.

Por esse motivo é importante compreender que “não existe uma via régia na Sociologia pela qual primeiro se aprenderia qual é o objeto da Sociologia, a seguir quais são suas áreas principais e, enfim, quais são seus respectivos métodos. [...] a Sociologia não pode ser exercida dessa maneira”. (p. 48-49) Isso se traduz de maneira que a Sociologia não deve e nem pode seguir apenas a linha da técnica, se resumir a apresentar tudo de forma pronta e repetida, seguindo apenas padrões ou conceitos existentes, inserida num ciclo repetitivo e fundamentada apenas no Positivismo.

Adorno declara que “[...] a tarefa de uma introdução à Sociologia enfrenta dificuldades bem determinadas, precisamente porque a Sociologia não é [...] como uma multiplicidade definida”. (p. 52) Para o autor, “[...] a Sociologia é um aglomerado de disciplinas, no começo totalmente desconexas e independentes”. Entretanto, “[...] a Sociologia abrigou muitas coisas que à primeira vista nada tinham em comum, embora tenha clareza de que por trás disso há algo mais profundo”. (p. 56)

E é por conta disso, que a base da sociologia exige uma linha crítica, para que esta nos provoque constantes questionamentos, nos revele novos caminhos e nos direcione nas buscas por respostas. Que tenhamos uma sociologia mais dinâmica e embasada numa filosofia secularizada.

A Sociologia necessita então estar norteada de modo que seja capaz de contribuir para a mudança estrutural da sociedade integralmente. Portanto, podemos compreender que o propósito final é termos uma sociedade emancipada, na qual os sujeitos se unam com liberdade e autonomia.

Concluo então com minha análise pessoal em relação ao texto. Após leitura das ideias apresentadas por Adorno, compreendi que a Sociologia não deve abandonar totalmente a corrente técnica e dedicar-se exclusivamente a corrente crítica. Tanto a Sociologia quanto o sociólogo, precisam enxergar, entender e incorporar o seu papel dentro da sociedade, e perceber que contribuições de fato podem exercer para superar os antagonismos enfrentados por ambos. Por isso, é essencial realizar a junção de ambas as correntes e assim buscar construir uma Sociologia que promova uma práxis sociológica que seja capaz de articular a discussão teórica com as questões práticas, estabelecendo desse modo um elo crítico com a sociedade.  

Fichamento 2

QUIJANO, Aníbal. Dom Quixote e os moinhos de vento na América Latina. Estud. av. [online]. 2005, vol.19, n.55, pp. 9-31. ISSN 1806-9592. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142005000300002 

        Aníbal Quijano realiza em seu texto reflexões a respeito dos reflexos dos processos da colonização europeia na América Latina, incorporando às suas análises a história de Dom Quixote de La Mancha. O texto nos revela por meio da junção ficção/realidade, o quanto é relevante e significativo enfrentar os paradigmas que ainda permeiam as sociedades que compõem essa América.

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