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Resenha Você sabe com quem está falando?

Por:   •  30/10/2015  •  Resenha  •  1.270 Palavras (6 Páginas)  •  4.508 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE – UENF

CURSO DE LICENTIATURA EM MATEMÁTICA

ROBERTO DAMATTA

VOCÊ SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO? UM ENSAIO SOBRE A DISTINÇÃO ENTRE INDIVÍDUO E PESSOA NO BRASIL

CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ

2015

BRUNA DA SILVA MENDES

VOCÊ SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO? UM ENSAIO SOBRE A DISTINÇÃO ENTRE INDIVÍDUO E PESSOA NO BRASIL

Resenha apresentada para a disciplina

Ciência e Sociedade, no curso de Licenciatura em

Matemática, da Universidade Estadual do Norte

Fluminense – UENF.

Prof. João Boechat

CAMPOS DOS GOYTACAZES/RJ

2015

Introdução

O Antropólogo Roberto Da Matta, em seu Livro Carnavais, Malandros e Heróis, no Capítulo IV Você sabe com quem está falando? Trata-se a respeito dos problemas vigentes até hoje em relação da resistência de cumprir regras e as leis, das quais valem para todos.

Dando ênfase e ressaltando o jeitinho brasileiro de sempre fugir dos compromissos e das normas, e que no Brasil a justiça não vale a mesma para todos. Ao contrário dos Estados Unidos, França e Inglaterra em que as regras são obedecidas, onde a lei não foi feita para explorar o cidadão, mas para que funcione bem.

Você sabe com quem está falando? Um ensaio sobre a distinção entre indivíduo e pessoa no Brasil

O autor inicia falando sobre os ritos da sociedade brasileira, que é o carnaval, religião entre outras. Em seguida ele enfatiza outro ritual brasileiro que é a malandragem, o “jeitinho” e o famoso e antipático “Sabe com quem está falando”. O “jeito brasileiro” é um modo pacífico e até mesmo legítimo de resolver tais problemas, provocando essa junção inteiramente casuística de lei com a pessoa que a está utilizando. Jeito esse que se configura no “-você sabe com quem você está falando?” rito esse de forma autoritária que indica sempre uma situação conflitiva, e a sociedade brasileira parece avesso ao conflito. A malandragem faz parte desse jeitinho, é uma onda de cinismo e gosto pelo grosseiro e pelo desonesto, o despachante, que só pode ser vista quando nos damos conta da dificuldade de juntar a lei com realidade social diária.

A expressão “sabe com quem está falando?” Revela o paradoxo de uma sociedade onde tudo é universal e cordial, apesar de uma hierarquia profundamente arraigada. Ele fala sobre uma observação de Alexis de Tocqueville que diz que “Nas comunidades aristocráticas, onde um pequeno número de pessoas dirige tudo, o convívio social entre os homens obedece a regras convencionais estabelecidas.” Onde cita exemplo da Europa no século XIX, e diz que o Brasil hoje tem a mesma impressão de sempre, correr o risco de uma gafe, que seja por falta de conhecimento ou falta de percepção social, que é o profundo medo do ridículo e da palhaçada.

A expressão também remete a uma identificação social vertical, isto é, pessoas de nível inferior tomam a projeção social de qualquer pessoa de nível superior, patrão, chefe, como uma capa de sua própria posição e é evidente que isso indica as perplexidades de uma estrutura social em que a hierarquia parece estar baseada na intimidade social, um instrumento social de uma sociedade na qual a moral está nas relações pessoais.

Dando uma breve passagem em inúmeras variações da expressão “sabe com quem está falando?” dentre elas “Quem você pensa que é?”, “Onde você pensa que está?”. Nas quais essas expressões parece fundamentais para o estabelecimento da ordem e da hierarquia. . Fala sobre a gritante assertiva quando se trata de posição social, hierarquias de posição e escalas de superioridade (e inferioridade) pessoais, quando sabemos que, no Brasil, ninguém diz "não sei" para revelar sua ignorância de algum assunto. O oposto americano: a formalidade reage à “malandragem” com o Who do you think you are? Que quer dizer “Quem você julga que é?” onde na versão americana, a pergunta aparece para restabelecer a igualdade, é um rito igualitário. E também ressaltando a profunda impressão que as filas causam no espírito do brasileiro.

 DaMatta afirma que o brasileiro vive um dilema, o qual se constitui da constante oscilação entre um esqueleto feito de leis cujo sujeito é o indivíduo e situações em que cada um se salva como pode, utilizando para isso o seu sistema de relações pessoais. Há, então, um dilema entre leis que deveriam valer para todos e relações pessoais, obviamente exclusivas, que levariam a dobrar ou neutralizar essas normas. No decorrer do seu texto ele fala sobre os Medalhões, que são pessoas as quais não precisam mais ser apresentadas e com quem se deve falar primeiro. São aqueles que já transcenderam as regras que constrangem as pessoas comuns daquela esfera social. Em sistemas igualitários, essas figuras são chamadas de VIPs (very important persons), e são raras.

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