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Resenha de Bourdieu e Passeron

Por:   •  5/9/2017  •  Resenha  •  2.005 Palavras (9 Páginas)  •  1.115 Visualizações

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA

DÉBORA PEREIRA DA COSTA

A VIOLÊNCIA INSTIRUCIONAL FAVORECENDO O SURGIMENTO DE OUTROS TIPOS DE VIOLENCIA NOAMBIENTE ESCOLAR

BELÉM-PA

2017

Débora Pereira da Costa

A violência Institucional Favorecendo o surgimento de outros tipos de violência no ambiente escolar

Referencial teórico do Pré-Projeto do Trabalho de Conclusão de Curso, como requisito para obtenção de nota na 1ª avaliação da disciplina Planejamento e Pesquisa.

Prof.ª  Drª Rosália do Socorro da Silva Correa

Orientadora: Prof.ª. Drª. Maria de Fátima Fonseca.

BELÉM- PA

2017

Os sociólogos franceses Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron, em sua obra “A Reprodução; Elementos para uma teoria do sistema de ensino”, 1975, eles aplicam nesta obra, a ideia e influencia de três grandes sociólogos, Max Weber, Karl Marx e Durkheim. Essa obra possibilita uma análise aprofundada no âmbito escolar e suas relações sociais, através da percepção ideológica, política e legitimadora de uma ordem arbitrária em que se funda o sistema de dominação vigente nas instituições, o objeto de estudo foi o sistema escolar francês que ao invés de elevar a sociedade a um bem comum, ela destacou apenas a classe alta a uma dominância às demais classes inferiores, comprovando a desigualdade.

Conforme os autores podem ser observados em uma sociedade, diferentes classes culturais, tais como: a burguesia, por exemplo, dotada de cunho cultural específico, como: falar, comportar-se, valorizar os aspectos morais e pessoais, e outras formas de cultura. Enquanto que, a classe trabalhadora mantem–se em seus aspectos culturais, que lhe são permitidos como classe social. Por conseguinte, estas diferenças socioculturais deixam de ser observadas pela escola, e assim, privilegia e valoriza as classes dominantes, pelo fato de amparar crianças e jovens no nível que lhe é peculiar, dando lhe a considerada condição continuada de um sistema parecido a de sua família e da sua vivencia social. O que não se poderá aplicar aos filhos das classes trabalhadoras, pois estes precisam assimilar a concepção de um mundo de classe dominante.

          Os autores Bourdieu e Passeron(1975) na teoria da reprodução se expressa no conceito de violência simbólica na imposição legítima e dissimulada, com a interiorização da cultura dominante, reproduzindo as relações do mundo do trabalho, descreve o processo pelo qual a classe que domina economicamente impõe sua cultura aos dominados. “Toda ação pedagógica (AP) é objetivamente uma violência simbólica enquanto imposição, por um poder arbitrário, de um arbitrário cultural”. (BOURDIEU, PASSERON 1975, p.20) A arbitrariedade constitui-se na apresentação da cultura dominante como cultura geral. O poder arbitrário é baseado na divisão da sociedade em classes. A ação pedagógica tende a reprodução cultural e social.  

         A definição de sobre a violência simbólica, o desprezo da cultura popular e a interiorização da expressão cultural de um grupo mais poderoso economicamente ou politicamente por outro lado dominador faz com que esses percam a sua identidade pessoal, tornando fracos, inseguros e sujeitos a dominação que sofrem na própria sociedade.

          Bourdieu e Passeron(1975) defendem a ideia de que a escola não é neutra, não é justa, não promove a igualdade de oportunidades, e também não transmite da mesma forma determinados conhecimentos, pois é a cultura da classe dominante, ideia essa vinda de uma luta de classe. Assim eles consideram o processo educativo uma ação coercitiva, definindo a ação pedagógica como um ato de violência, de força. Neste ato são impostos aos educandos sistemas de pensamento diferenciais que criam os mesmos hábitos. Dentro dessa perspectiva, fica evidente que para os alunos oriundos das classes dominantes, que já possuem essa cultura desde o nascimento, é muito mais fácil obter o êxito escolar, do que para aqueles vindos das classes dominadas, que necessitam desistir de sua cultura materna e aprender uma nova cultura, novos hábitos, nova linguagem, novo vocabulário, nova maneira de se portar entre tantas outras regras imputadas pela cultura dominante. Sendo assim, o sujeito só será bem visto pela sociedade se dominar esses preceitos eleitos como legítimos.

        Ainda segundo Bourdieu e Passeron(1975) a escola busca reproduzir as formas de pensar e os valores das classes dominantes, essa, age de forma a atingir uma parte do grupo. Tendo essa parte aderida a esses preceitos dominantes, acabam reproduzindo na sociedade e os impondo a classe dominada.  O ensino não é transmitido para todos os alunos como nos faz parecer, segundo eles os alunos pertencente às classes sociais mais favorecidos, traz de berço uma herança que ele chama de capital cultural, o capital cultural foi criado para explicar como uma cultura em uma sociedade dividida em classes se transforma numa espécie de moedas que as classes dominantes utilizam para acentuar as diferenças. Ou seja, capital cultural favorece o desempenho escolar na medida em que facilita a aprendizagem dos conteúdos e códigos escolares.  Essa cultura eles a chamaram de arbitrária cultural dominante, ou seja, uma cultura que se impõe sobre a outra. A escola contribui para que essa cultura dominante e desta forma favoreça uns alunos e desfavoreça outros.

       Ação pedagógica segundo Bourdieu e Passeron(1975) delega a imposição arbitrária cultural à autoridade cultural a reproduzir normas da ação pedagógica, que por sua vez acreditam na autoridade cultural, que ela é capaz de efetuar a aplicação da cultura imposta pela ação pedagógica, por intermédio do Trabalho pedagógico, agindo como a aplicação na classe receptora que recebe o conteúdo pedagógico que permanece no receptor, tornando-se um hábitus.   O habitus consiste em uma resposta, uma ideia que existe uma completa posição entre o indivíduo e a sociedade. O individuo entende o fenômeno do mundo como é imposto e a experiência do mundo como está, depois o individuo começa a compreender a causa e o efeito, as formas socioeconômicas dos fenômenos. Em seguida o individuo faz a ligação entre as estruturas de pensamento de uma forma objetiva, que eles chamam essa estrutura de interiorização. Enfim habitus é um sistema de disposições, modos de perceber, de sentir, de fazer, de pensar e o que nos leva a determinada forma em uma circunstância dada.

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