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Resenha de Teoria Contemporânea

Por:   •  15/4/2021  •  Resenha  •  836 Palavras (4 Páginas)  •  187 Visualizações

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Neste pequeno texto, faço um apanhado geral dos autores, destacando de cada um aquilo que mais influência em meu trabalho. No Pierce, destaco a mudança de um padrão dicotômico da linguagem, para uma estrutura mais ampla focada no significado. Ricoeur destaco principalmente a comunicação através dos textos, como a linguagem textual se distingue da falada e pode ter múltiplas interpretações e, portanto, deve ser analisada de forma interpretativa, afim de alcançar seu significado. O Geertz trago, muito resumidamente, a teoria da interpretação das culturas. Assim como uma piscadela pode se tornar um tique, ou um código social, um termo antropológico em texto pode se tornar apenas uma palavra de senso comum ou uma categoria teórica.

A teoria semiótica de Pierce dedica-se ao estudo dos signos. Pierce compreende o objeto como portador de uma qualidade inerente, mas que a sua relação com o sujeito por meio da linguagem resultava em uma representação da realidade. A unidade semiótica signo e o autor apresenta três modos de mediação do significado através do signo: ícone, índice e símbolo. O ícone é um parâmetro com relação de semelhança a um objeto (o desenho do corpo de um animal lembra o animal real). O índice seria um parâmetro cujo signo tem relação de causalidade sensorial que indica o significado (a presença da fumaça indica fogo). O símbolo possui uma relação convencional entre o signo e significado (a palavra fogo é uma abstração que não se parece nem remete diretamente ao elemento). Apesar de contrapor a teoria dicotômica de Saussure, a semiologia como ciência dos significados exerce grande influência sobre a linguística e o estruturalismo. Influenciando, inclusive, a antropologia simbólica de Geertz.

Ricoeur, por sua vez, também toma certa distância dos pressupostos de Saussure, considerando que a percepção de parole e langue descaracteriza a linguagem enquanto discurso. Para Ricoeur a linguagem se funda em duas unidades: os signos e as frases. Esta bidimensionalidade não considera a oposição de Saussure, mas reconsidera o papel central do discurso, por considerar que este tem papel de atualizar os códigos. A fala em Ricoeur é uma forma de comunicação que vem de dentro para fora, o autor considera que o estar junto é a condição existencial de qualquer discurso, porque ele surge como modo de ultrapassar ou superar a solidão do ser humano (RICOEUR, p.27).  Ele não trata apenas do estar só, mas em como as experiências individuais podem ser transferidas aos outros a partir do diálogo. O elemento principal do diálogo é a significação. O que mais influencia em meu trabalho, dentro das considerações do autor, é a significação a partir da linguagem escrita. É uma comunicação sem a presença do outro. Portanto, ela preserva marcas linguísticas textuais que indicam expressões gestuais e fisionômicas (p. 29). A escrita, portanto, não basta em si. Sua significação depende da interpretação do indíviduo.

Geertz apresenta uma nova tese que coloca a antropologia como uma ciência interpretativa, considerando a cultura como um texto, passível de interpretação e não de uma mera descrição. O texto parte de uma análise, tal qual também defende Ricoeur. Portanto, o antropólogo deveria não só descrever a realidade vivida, os acontecimentos e comportamentos, mas interpretar, naquele contexto, de maneira que sua explicação comunique tanto aos que pertencem às comunidades estudadas quanto aos que não fazem parte delas. A descrição densa é um método de análise interpretativa. Quanto o autor exemplifica a piscadela, justamente como o contexto pode alterar seu significado.

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