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Resenha do filme quanto vale ou é por quilo

Por:   •  8/8/2015  •  Resenha  •  626 Palavras (3 Páginas)  •  13.155 Visualizações

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O filme retrata a marginalização da sociedade desde a escravidão, aonde os negros eram servos de seus senhores, sendo comercializados como mercadorias que geravam lucros, seja tanto pelo seu trabalho braçal, quanto pelo lucro com sua venda. O filme reproduz historias retiradas do arquivo nacional, casos documentados na época da escravidão, mesclado de cenas na atualidade.

O filme nos mostra as semelhanças da escravidão com a atualidade, com cenas que nos explicitam o quanto somos desapercebidamente escravizados nos dias atuais, como a nossa sociedade é reflexo de outrora, não só com a escravidão por si só, mas com a criminalização como alternativa para se obter dinheiro, o sustento da família, como retratado na comparação do caso do capitão do mato que era recompensado pela captura de escravos, comparando com o rapaz que se criminaliza, se torna matador em troca de dinheiro para o sustento de sua família, assim como o capitão do mato fazia nos tempo da escravidão.

É retratada também as relações de subordinação, exclusão e aproveitamento daqueles que detêm o poder financeiro e politico em relação à classe necessitada de baixa renda, que advêm das periferias e como esses que estão no poder se aproveitam dos necessitados para se promover tanto politicamente, midiaticamente, como financeiramente com os esquemas de lavagem de dinheiro das ONGs retratados no filme.

A exploração da imagem da pobreza também é pauta de discussão nas cenas do filme que mostra os filmes publicitários produzidos para ONGs aonde se explora as crianças da periferia, negros, pobres, para “vender” a caridade, como veículo de comercialização do bem, aonde os fragilizados de alguma maneira, marginalizados, tanto pobres, quantos crianças com câncer são “vendidas” em ações publicitarias em troca de donativos e como recompensa eles obtêm um premio pífio de consolação, como brinquedos, noites hospedados em hotéis de luxo, entre outras coisas que tive a sensação ao assistir ao filme, que acabam servindo de premio de consolação a pobreza, as vulnerabilidades, um premio qualquer, um cala boca assistencial em troca do alto lucro que trarão as ONGs, aos idealizadores dos projetos, que pouco tem de beneficente, mas muito de exploratório, equiparando com o que era legal e explicito na escravidão.

Quanto vale ou é por quilo? é uma critica a sociedade atual, que traz um legado exploratório, corrupto, cruel, violento, impune e com desigualdade social gritante na dinâmica socioeconômica desde a escravidão. Desigualdade e crueldade social a qual vivenciamos diariamente e não notamos de tão entranhada que ela esta em nossas vidas, sendo parte de um comum a sociedade, sendo algo que fomos condicionados desde os primórdios a ver como algo normal, banal, como algo que se justificasse torturar um escravo, explorar os mais pobres, usar a sua imagem como agente lucrativo, lavar dinheiro em obras assistenciais, afinal o pobre está fadado à exploração, a falta de oportunidades e todas as mazelas que acompanham a pobreza, servindo apenas como agente exploratório para uma classe maior, fundamentada no capital.

O filme nos faz refletir também na dinâmica do capitalismo e toda desigualdade gerada por ele, os direitos e deveres do cidadão dentro dessa logica capitalista. Uma passagem do filme que retrata isso muito bem é a frase proferida pelo personagem de Lazaro Ramos,

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