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Resumo: Processo de Bolonha

Por:   •  19/11/2017  •  Resenha  •  1.043 Palavras (5 Páginas)  •  149 Visualizações

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Processo de Bolonha, bacharelado interdisciplinar e algumas implicações para o ensino superior privado no Brasil

O Processo de Bolonha foi assinado em 1999 e teve como principal objetivo a reforma do ensino superior europeu. Entretanto não se esgotou aí, indo além do documentado e tendo como marco o ano de 2010 para sua completa implementação (COSTA, 2014).

"É na Declaração de Sorbonne, pela primeira vez formulada, que a visão do ensino superior estruturado em torno de alguns graus de arquitetura comuns em dois ciclos principais, objetivando melhorar a empregabilidade e a

Xmobilidade dos estudantes europeus e a atratividade do sistema europeu de ensino superior. É por isso que, em retrospecto, a conferência e a declaração da Sorbonne podem ser considerados como o evento e documento de fundação do Processo de Bolonha”. (CROCHÉ, Sarah et CHARLIER Jean-Émile. Tradução livre).

 

Após a segunda guerra mundial a comunidade europeia se viu abalada perante o avanço americano na educação, sentindo assim a necessidade de reformular suas estratégias educacionais para que voltasse a ser referência mundial, como estava sendo na economia. O cenário se modifica devido ao novo modelo adotado pelo sistema universitário americano, que deixa de ser imediatista e de utilidade para nação e passa a diversificar e hierarquizar as de instituições de ensino superior (IES). As universidades tradicionais não deixaram de existir, continuando a receber a elite e voltada à pesquisa, porém passaram a ofertar cursos curtos e profissionalizantes, tornando o sistema competitivo por integrar mais cedo pessoas no mercado (COSTA, 2014).

A solução encontrada pelos países da comunidade europeia foi a de unificar o sistema de ensino superior de tal forma que esse passasse a ser equivalente entre os países-membros. Para tal, equipararam graus, diplomas, títulos universitários e currículos acadêmicos, embutindo aí uma grandeza empresarial.

Apesar de a UE ser uma organização federativa, ou seja, necessita do consenso de todos os membros, a adoção desse sistema não agradou a todos, “muitos alunos e professores reclamam que o modelo fez cair à qualidade de ensino, sobretudo pela redução de anos de estudos no ciclo iniciais” (COSTA, 2014). Alguns autores franceses afirmam que o

“Processo de Bolonha "é acusado de ser o vetor da mercantilização do ensino superior para servir apenas aos ideais de competição entre as regiões [...] os procedimentos de controle e garantia de qualidade estão longe de níveis padronizados e generalizados”".  (CROCHÉ, Sarah et CHARLIER Jean-Émile).

 Levando em conta a maneira que se deu a reestruturação do sistema e os meios pelo qual foi implantado, coloca-se em questionamento sua inovação. O plano curricular visa atender a realidade local, facilitando a integração de pessoas qualificadas no mercado dos países membros ou foi apenas uma estratégia econômica?

"O processo de Bolonha e a criação de um espaço europeu de ensino superior e de pesquisa visa tornar a Europa em 'economia do conhecimento mais competitiva do mundo', meta definida pelo Conselho Europeu de Lisboa em 2000”. (COSTA, 2014)

 

 

Análise das influências do Processo de Bolonha no ensino superior público brasileiro

O ensino superior no Brasil foi durante muito tempo seguidor das diretrizes de origem francesa e alemã. Contudo, no final dos anos 60, se inova com tendências voltadas ao modelo americano. Uma grande mudança é percebida no governo de FHC, onde os currículos tornaram-se mais personalizados e diminuíram a mobilidade existente nos currículos mínimos nacionais que davam maior homogeneidade ao sistema. Os currículos foram organizados em quatro níveis sendo: formação básica, formação instrumental, formação profissional e formação completar.

O programa REUNI, regulamentado pela lei 6.096 de 24 de abril de 2007, foi visto como uma possibilidade de inovação nas ofertas do cursos e ainda como uma maneira de aumentar as vagas e evitar a evasão dos alunos. Porém muitas universidades não entenderam ou não priorizaram esses objetivos, dando ênfase a questões relacionadas a infraestrutura. Salienta-se nesse processo duas inovações que “foram os "itinerários distintos" e os chamados bacharelados gerais, interdisciplinares, fruto do movimento da Universidade Nova. Para alguns autores, esse modelo ajudaria a combater a profissionalização precoce bem como a evasão” (COSTA, 2014). E mais, o modelo atende a três ciclos, visto que a sociedade brasileira poderia vir a rejeitar um graduado em generalidades.  A Universidade Nova surge então como uma perspectiva de superar os modelos já empregados, tendo como proposta a criação de três ciclos para o ensino superior, sendo:

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