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O Jornalismo Cultural

Por:   •  19/6/2021  •  Trabalho acadêmico  •  3.385 Palavras (14 Páginas)  •  131 Visualizações

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Universidade Federal de Pelotas

Jornalismo Bacharelado

Jornalismo Cultural

Prof. Gilmar Hermes

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Jornalismo Cultural

Brígida Sodré John

 

Pelotas

2021

  1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, com o menor consumo de revistas e jornais e com o avanço da internet, o Jornalismo Cultural vem sofrendo com a perda de espaço, de leitores e de prestígio. Antigamente, os artistas disputavam a atenção dos jornalistas desta área para serem publicados dentro dos cadernos semanais e das revistas especializadas, pois naquela época eram consideradas as grandes vitrines da produção cultural. Dessa forma, a imprensa era responsável não só por promover reflexões acerca de álbuns, músicas, livros, filmes, peças de teatro, exposições e toda forma de arte existente, mas também de fomentar seu consumo por meio da criação de agendas. Esta editoria assumia um papel fundamental na preservação da memória cultural de uma sociedade.

Apesar de não estar enfrentando seu melhor momento, o Jornalismo Cultural jamais perderá sua função social e sua relevância. Não é à toa que os estudantes de jornalismo da Universidade Federal de Pelotas estão tendo a possibilidade de aprofundar seus estudos sobre ele.

Segundo Sérgio Luiz, entende-se jornalismo cultural como o resultado de

 diversos produtos e discursos midiáticos orientados pelas características tradicionais do jornalismo – atualidade, universalidade, interesse, proximidade, difusão, clareza, dinâmica, singularidade etc. – que, ao abordar assuntos ligados ao campo cultural, instituem, refletem e projetam modos de ser, pensar e viver dos receptores, efetuando assim uma forma de produção singular do conhecimento humano no meio social onde ele é produzido, circula e é consumido (GADINI, 2009, p.81).

Neste contexto, é importante salientar que o conceito e significado de cultura pode variar de acordo com cada autor, estudioso ou pesquisador. De acordo com o antropólogo, Edward Burnett Tylor, a definição mais antiga e reconhecida no sentido antropológico de cultura trata-se da “totalidade complexa que compreende os conhecimentos, as crenças, as artes, as leis, a moral, os costumes, e qualquer outra capacidade ou hábito adquirido pelo homem enquanto membro da sociedade”. Ademais, de acordo com HERMES (2015) “a cultura é uma forma de integração de acordo com valores próprios de uma sociedade e suas relações de poder”.

 O jornalismo como prática mediadora da informação à sociedade tem a função de divulgar conhecimento e manter vivo os costumes, as práticas, as ideias que fazem parte e caracterizam uma cultura.  Deste modo, o jornalismo cultural tem como função social imortalizar patrimônios da humanidade que colaboram para uma identificação de um povo e oferecer esse conhecimento existencial por meio da informação. 

        O diferencial desta editoria é fortalecimento que ela dá aos movimentos cultuais diversos seja por meio de uma agenda ou de uma crítica, ela mostra o que está acontecendo de mais importante neste cenário. O jornalismo cultural também se diferencia por ter um caráter mais opinativo e crítico. Se bem feito, é capaz de proporcionar mudanças na sociedade e na forma que ela consume as produções artísticas. Todavia, nos últimos anos, ele passou a se destacar mais na área do entretenimento, principalmente com sites e perfis que falam sobre a vida de famosos e artistas.

  1. DESENVOLVIMENTO

O Jornalismo Cultural assume um papel contra-hegemônico quando dá espaço e promove discussões sobre produções artísticas que possuem mensagens que refletem mudanças positivas na sociedade e possuem teor político. É preciso fugir da mera divulgação de produtos da indústria cultural e assim valorizar artistas independentes.

As diferentes formas de produção de identidade cultural têm muitas implicações e é importante refletir sobre elas, o que é um papel a ser exercido tanto pelas manifestações artísticas como pelo jornalismo cultural. O que pode dar relevância para uma manifestação artística/cultural pode ser o de expressar a voz e a relevância de um setor social que ainda não recebe a atenção que merece.

Em relação a contribuição desta editoria para a instituição da realidade cultural, é possível perceber que recortes da vida cotidiana do campo cultural estão estampados em notícias e reportagens especiais e partem das editorias de Cultura das redações jornalísticas. Gadini fala sobre o campo cultural e a transmissão disso por meio do jornalismo. É importante pensar no papel que o jornalista cultural desempenha na produção de conhecimento jornalístico acerca da cultura de um meio, como uma cidade, um evento específico ou até mesmo grupos de pessoas.  

O jornalismo consegue contribuir na realidade cultural por destes conhecimentos singulares passados por meio das notícias. São as informações apuradas e verificadas pelos jornalistas, com contribuição dos agentes que Gadini destaca que formam as pequenas peças que vão acrescer à instituição cotidiana de realidade cultural, passada por meio da realidade midiática.

Desta forma, o campo jornalístico interage com o campo cultural no quesito de produções jornalísticas que são arte, como por exemplo, uma crônica, uma charge, um livro-reportagem, são formas de expressão artísticas que envolvem o conhecimento jornalístico. Também há a fusão contrária, que se dá quando há a divulgação jornalística de um curta ou uma obra em exposição num museu, por exemplo.

Pode-se dizer que a combinação entre estes dois campos ocorre em tempo integral, a arte e a notícia dialogam entre si sempre. O artista pode fazer uma crítica ao jornalismo por meio de uma música, uma pintura, um poema. Por sua vez, o jornalista televisivo pode utilizar de trechos da literatura em uma reportagem ao relembrar um acontecimento do passado. Estes são apenas exemplos, mas que servem para mostrar que esta interação é fundamental e ocorre de forma natural.

Em relação ao jornalismo cultural na prática de roteiro, ao apresentar a programação (divulgando os filmes, peças teatrais e exposições que estão em cartaz, os festivais que serão realizados, etc.), os roteiros e guias culturais "disponibilizam ao leitor [assim como para espectadores e ouvintes] um retrato da vida cultural da cidade (ou região), dando-lhe a possibilidade de escolha do que assistir e todas as informações necessárias para isso" (KASTNER, 2010, pág. 8).

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