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RESENHA SOBRE ESPAÇO PÚBLICO

Por:   •  6/9/2017  •  Resenha  •  862 Palavras (4 Páginas)  •  348 Visualizações

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UNIVERSIDADE FUMEC

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA SAÚDE

MARCELLA SANTOS TELES

ESPAÇO PÚBLICO, POLÍTICA E AÇÃO COMUNICATIVA A PARTIR DA CONCEPÇÃO HABERMASIANA

Luiz Ademir de Oliveira e Adélia Barroso Fernandes (2011) propõem uma discussão sobre o pensamento do filósofo Jürgen Habermas. Essa discussão coloca em xeque dois momentos da trajetória acadêmica do filósofo em relação à elaboração do conceito de espaço público. Esse conceito é de suma importância para o estudo da comunicação e as modificações que ele sofreu e vem sofrendo com a modernização dos meios de comunicação de massa.

Os autores, em um primeiro momento, explicam que anteriormente Habermas enxergava o espaço público como decadente, já que o mesmo se submetida à mistura da esfera pública e privada. Contudo, em um dado momento, Habermas passa a olhar para a problemática de uma maneira mais otimista e então começa a classificar o espaço público como uma arena onde os sujeitos não são mais reféns da indústria cultural e da já citada esfera privada, mas participantes ativos de debates, dispostos a negociar e questionar os seus direitos.

Oliveira e Fernandes (2001) explicam que essa transição de pensamento se deu quando Habermas passa a não mais enxergar o espaço público por meio da ótica Frankfurtiana. Essa visão, em suma, concentrava-se em descrever a decadência da esfera pública, associando este processo à consolidação do capitalismo. Ou seja, para ele a emergência da burguesia e do capitalismo fez com que o Estado interferisse diretamente na esfera pública que, por esse motivo, não era mais inteiramente justa.

Também é ressaltado que Habermas entendia que o surgimento dos meios de comunicação, assim como os motivos citados acima, aceleram a decadência da esfera pública. Para ele, a cultura difundida pela mídia fins manipulatórios, já que valoriza a cultura de consumo.

Os autores mostram que Habermas passa a ter uma nova perspectiva acerca do tema em questão, defendendo um prognóstico social mais otimista, distinguindo o mundo sistêmico, compreendido pela economia e pelo aparato estatal, do mundo da vida, constituído pela esfera da vida privada e associativa. Esses dois universos têm formas distintas de comunicação e são interligados pelas esferas públicas plurais contemporâneas.

O mundo sistêmico é pautado pela lógica instrumental, pelas relações impessoais, pela busca de resultados que atendam ao bom desempenho administrativo e técnico do Estado, assim como o lucro e a produtividade do mercado. Já o mundo da vida é formado pela coordenação da ação por meio da comunicação, da linguagem, com sujeitos em interação. É neste mundo que brotam as demandas dos sujeitos por uma sociedade melhor, por exemplo. No mundo da vida as pessoas lutam para modificar o panorama social.

Oliveira e Fernandes (2011) destacam que desses, o mundo da vida provavelmente tem um papel mais importante em nosso dia a dia:

A comunicação tem um poder reflexivo, ao mesmo tempo em que cria condições para mudar os pontos de vista, pode criar um novo padrão de aceitação e entendimento entre os sujeitos. Essas mudanças voltam-se para a interação comunicativa e provocam outras mudanças na linguagem. O mundo da vida tem essa riqueza comunicativa expansiva questionadora, que alimenta não apenas seus participantes mais diretos, mas impulsiona a sociedade democrática, afinal, a pluralidade e a diversificação de modos de vida estão presentes no mundo da vida. (OLIVEIRA; FERNANDES, 2011, p. 125)

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