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A Cultura e Educação

Por:   •  14/3/2019  •  Resenha  •  1.042 Palavras (5 Páginas)  •  195 Visualizações

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Cultura e Educação

De acordo com a antropologia moderna, o conceito de cultura foi fragmentado por constantes reformulações, e a busca pela reconstrução desse conceito ainda tem gerado grandes esforços. Apesar de até hoje o conceito de cultura não ter uma compreensão exata, ele já superou diversas teorias consideradas preconceituosas. Por exemplo, a crença de que os costumes e comportamento do ser humano era determinado por um fator genético ou de que o clima e a composição geográfica eram determinantes para a diversidade cultural há muito já foram descartadas pelos antropólogos, por não apresentarem nenhuma confirmação científica. (LARAIA, 2001).

Ainda assim, pensamentos etnocentristas de que a nossa cultura é a “certa” e todas as outras são uma tentativa falha de ser como a nossa ainda persistem em algumas pessoas. Como Roque Laraia descreveu em Cultura: um conceito antropológico sobre o livro O crisântemo e a espada de Ruth Benedict “a cultura é uma lente através da qual o homem vê o mundo”, ou seja, cada povo vai ter uma visão diferente do mundo de acordo com a sua cultura.

Sem conseguir enxergar a diversidade culturalcom olhos relativistas, para muitos ainda é um desafio aceitar os costumes de outros povos.Muitas sociedades tentam impor a sua cultura para as demais, escolarizar os povos de culturas diferentesseria uma forma de “evoluí-las” até o nível em que estão as delas. Mas o processo de escolarização, como ainda é adotado, segue um modelo desde o início dos tempos modernos, que foi estruturado segundo os costumes, subjetividades e ambições de uma cultura específica, a cultura ocidental.

Paula Sibilia, em Redes ou Paredes, descreve que o pensamento Kantiano acerca desse modelo de escolarização ocidentaltinha um objetivo muito claro: a disciplinarização. A intenção era preparar os cidadãos para ummodelo de disciplina tradicional que seria aplicado em todas as instituições das quais fizesse parte: a família, a escola, a fábrica, o Exército e a prisão. Com isso, essa “doutrina” seria reforçada ao longo de toda a vida do indivíduo.

O modelo de educação capitalista não é compatível com todas as culturas, principalmente no que diz respeito às mais afastadas do centro ocidental.Esses povos possuem o seu próprio sistema de sobrevivência e, segundo Laraia, a brusca ruptura com os seus costumes e tradições podem fazê-los abandonar e desacreditar em suas próprias crenças e valores, condição psicológica classificada por ele como apatia.

O filme Escolarizando o mundo, produzido em 2010 com direção de Carol Black, aponta que a cultura e a tradição dos povos estão sendo substituídas pelos ideais capitalistas dos países ocidentais. O processo de educação ocidental está sacrificando a existência das culturas locais, que já existem há milhares de anos de maneira sustentável.E a ideia de que todos podem alcançar o sucesso dos países industrializados de primeiro mundo através da educação convencional é uma ilusão. No filme, ainda há um questionamento sobre esse sistema não funcionar de forma homogênea nem mesmo nos países padrão do modelo britânico de escolarização. De fato, Paula Sibilia, na obra, traz a hipótese desse modelo de ensino ter se tornado obsoleto por, aparentemente, não estar mais se “encaixando” no contexto atual. Prova disso seria a crise em que as escolas se encontram.

Já Stuart Hall, no livro A identidade cultural na pós-modernidade, percorre todo um caminho para explicar que não necessariamente a globalização sacrifica a cultura em prol da educação.

Apesar de destacar a importância da cultura nacional na formação da identidade cultural, Hall desconstrói a ideia de que a identidade cultural nacional que é criada não é tão homogênea e integrada assim. Para ele, apesar da ideia de identidade nacional ser unificar (em termos de classe, gênero ou raça) os seus membros, não é assim que verdadeiramente funciona.

Para Hall, o nascimento do sujeito pós-moderno trouxe com elea grande crise de identidade. Ele aponta que as identidades dos sujeitos da modernidade tardia estão sendo fragmentadas, entre outros avanços, pelo impacto do processo de globalização. O contato

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