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A Quadro Avaliativo - (Os Eleatas)

Por:   •  31/10/2021  •  Pesquisas Acadêmicas  •  4.292 Palavras (18 Páginas)  •  158 Visualizações

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Fontes Primárias da Filosofia.  Prof. Maria Dulce Reis.

ATIVIDADE AVALIATIVA

NOMES DOS Alunos (as) [DIGITAR NOME COMPLETO; CADASTRAR O GRUPO NO MOMENTO DE POSTAGEM NO CANVAS):

Brunely Cristovão da Fonseca

Lucas Tonini da Silva

Matheus Rodrigues Gomes Amaro

Paulo Henrique Farias Silva

Victor Olímpio de Camargos

Obs: O fragmento é acompanhado de sua fonte. Ex: DK11A9. Ou: Platão, Fedro 82c. Na interpretação, identifique qual ideia está sendo afirmada pelo Filósofo, de acordo com um estudioso (comentador) da Filosofia Antiga. No comentário sobre os fragmentos, após debate em pequenos grupos, digite qual foi o aprendizado do grupo a respeito das ideias filosóficas presentes nesses fragmentos.

Filósofo

Ideias principais (pré-socráticos)

Quadro Jônicos e Itálicos

Tales

Fragmentos:

Os primeiros filósofos pensaram que os princípios, sob a forma de matéria, foram os únicos princípios de todas as coisas... (...) Contudo, sobre o número e a forma desta espécie de princípio nem todos estão de acordo; mas [Ele], o fundador deste tipo de filosofia, diz que é a água (e por consequência declarou que a terra está sobre a água), tendo talvez formulado esta suposição por ver que o alimento de todas as coisas é úmido... e os embriões de todas as coisas terem uma natureza úmida, sendo a água o princípio natural das coisas úmidas. [Aristóteles Met. A 3, 983 b 6]

Interpretação por um comentador:

[...] mais propriamente mitológicas do que racionalistas, mas podem, não obstante, ser consideradas como significativos prelúdios das tentativas para explicar o mando, tentativas essas que tiveram o seu início com Tales. (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD, 2010, p.1)

A sua teoria de que a terra flutua na água foi derivada, segundo parece, dos mitos cosmogónicos do Próximo-Oriente, talvez directamente; a água como origem das coisas fazia também parte desses mitos, mas fora já mencionada num contexto grego muito antes de Tales. O desenvolvimento que Tales deu aeste conceito pôde, em si mesmo, apresentar-se aos olhos de Aristóteles como garantia suficiente para afirmar que Tales considerava a água como àgyjj, no sentido peripatético de substrato permanente. (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD, 2010, p.96)

Digitar qual foi o aprendizado do grupo a respeito destes fragmentos:

Tales é considerado um filósofo que trabalha com a “physis”, podendo ser chamado naturalista ou físico. Ele concretiza sua teoria observando que a umidade seria a base para a criação de todas as coisas, portanto, a terra seria um disco flutuando sobre a água e tudo que sob esse disco advém precisaria da água para viver. A ausência dessa matéria significaria a não existência. É a água, portanto, a arché para Tales. Podemos fazer uma analogia, Tales coloca a água como princípio de tudo, que nos leva a pensar a grande necessidade que temos dela nos dias de hoje, como já foi observado há alguns anos e o que sua falta provoca na sociedade.

Referência bibliográfica completa (ABNT) consultada:

KIRK, Geoffrey; RAVEN, J. E.; SCHOFIELD, Malcom; Título: Os Filósofos Pré-socráticos, História Crítica com Selecção de Textos; Tradução de Carlos Alberto Louro Fonseca; 7ª Edição; Local da publicação: Av. Berna / Lisboa; Editora: Fundação Calouste Gulbnkian - Serviço de Educação e Bolsas; 2010.

Anaximandro

Fragmentos:

O indeterminado (ápeiron) não tem princípio ... é este que parece ser o princípio das outras coisas, e abarcá-las e dirigi-las a todas elas, como afirmam todos os que não admitem outras causas, como o espírito ou a amizade, acima e para além do indeterminado. E é isto o divino, por ser imortal e indestrutível, como diz (Ele) e a maioria dos fisiólogos. [Aristóteles Fís. r 4, 203 b 7]

Interpretação por um comentador:

[...] Anaximandro de Mileto, afirmava que o princípio e elemento é o Indefinido, sem distinguir o ar ou a água ou qualquer outra coisa. (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD.2010.p.99)

[...] foi o primeiro que ousou desenhar o mundo habitado numa tábua; (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD.2010.p.103)

[...] Todos os físicos fazem do infinito uma propriedade de uma outra natureza inerente aos chamados elementos, tais como a água ou o ar ou o seu intermédio. ” (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD.2010p. 108)

[...] Não há um só destes elementos [fogo, ar, água, terra] de que derivem todas as coisas; e não há certamente nenhuma outra coisa além destes, algo de intermediário entre o ar e a água, ou entre o ar e o fogo, que seja mais densa do que o ar e o fogo, e mais subtil que os demais: pois isso será, simplesmente, ar e fogo com oposição dos contrários; mas um dos dois contrários é uma privação — de modo que é impossível ao elemento intermédio existir alguma vez isolado, como pretendem alguns a respeito do infinito [apeiron] e do circundante.”  (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD.2020.p.110)

[...] que a substância primária «tudo contém e tudo dirige», é atribuída aos que, segundo Aristóteles, postulavam uma substância primária infinita, mas nenhuma causa separada do movimento. [...] A expressão «tudo dirige» reproduz claramente a terminologia pré socrática, e toda a frase «contém todas as coisas e tudo dirige» pode formar uma só unidade rítmica. O seu autor podia ter sido Anaximandro, mencionado mais abaixo em conexão com outra frase que se refere ao mesmo assunto. [...] Contudo, não é fácil de divisar que género de domínio podia ser exercido sobre todas as coisas pelo Indefinido de Anaximandro. A expressão grega não significa necessariamente que o acto de governar seja devido ao de conter — ambas as propriedades, independentemente uma da outra, são naturais para algo concebido como divino — , mas provavelmente é essa a ideia implícita. Além disso, a metáfora de governar com o leme não implica necessariamente um agente cônscio e inteligente, pois o governo de um navio pode ser considerado como um processo puramente mecânico, com referência a mudanças de rumo impostas pelo mecanismo do leme e não pelos desígnios do timoneiro (KIRK;RAVEN;SCHOFIELD.2010.p.115)

Digitar qual foi o aprendizado do grupo a respeito destes fragmentos:

Anaximandro diz que o princípio de todas as coisas é indefinido, infinito e invisível, que não existe um elemento definido como percebemos nos fragmentos de Tales. Todavia, para ele essa origem das coisas era esse infinito também chamado de ápeiron. Ele elabora uma explicação para o mundo, pois desde os pré-socráticos existia a pergunta de como era o mundo, para Tales ele flutuava na águam enquanto Anaximandro ousou desenhar o mundo em uma tábua sendo o primeiro a traçar um contorno para a terra e para mar dando a ideia de uma “planicidade” da Terra.

Referência bibliográfica completa (ABNT) consultada:

KIRK, Geoffrey; RAVEN, J. E.; SCHOFIELD, Malcom; Título: Os Filósofos Pré-socráticos, História Crítica com Selecção de Textos; Tradução de Carlos Alberto Louro Fonseca; 7ª Edição; Local da publicação: Av. Berna / Lisboa; Editora: Fundação Calouste Gulbnkian - Serviço de Educação e Bolsas; 2010.

Anaxímenes

Fragmentos:

(Ele) disse que o ar infinito era o princípio, do qual provêm todas as coisas que estão a gerar-se, e que existem, e que haverão de existir, e os deuses e as coisas divinas, e o resto proveniente dos seres por ele produzidos. A forma do ar é a seguinte: quando ele é muito igual, é invisível à vista, mas é revelado pelo frio e pelo calor e pela humidade e pelo movimento. O ar está sempre em movimento: é que as coisas que mudam, não mudam a menos que haja movimento. Com o aumento da densidade ou da rarefacção, o ar toma diferentes aspectos... [Hipólito Ref. I, 7, 1]

Interpretação por um comentador:

Anaxímenes ... disse que o ar infinito era o princípio (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD, 2010, p. 147)

Para Anaxímenes, a substância originadora era explicitamente a forma básica da matéria do mundo diferenciado, visto ele ter concebido um processo segundo o qual essa substância podia converter-se noutros componentes do mundo, como mar ou terra, sem perder a sua própria natureza. Tratava-se simplesmente da sua condensação ou rarefacção — isto é, da alteração da sua aparência conforme a quantidade que dela havia num determinado lugar. Esta ideia ia ao encontro da objecção que Anaximandro pode bem ter sentido contra a água de Tales (105 e pp. 112 e s.), e que o encorajou a postular uma matéria originadora indefinida. Para Anaxímenes, o ar era, também, indefinidamente vasto em extensão — rodeava todas as coisas (108 e 160), e foi, assim, descrito como ãneigov, infinito, por Teofrasto. (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD, 2010, p.148)

Anaxímenes [...] atribuiu todas as causas das coisas ao ar infinito, e não negou a existência de deuses, ou passou sobre eles em silêncio; contudo, acre­ ditou, não que o ar fosse feito por eles, mas que foram eles que surgiram do ar. (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD, 2010, p.153)

Digitar qual foi o aprendizado do grupo a respeito destes fragmentos:

Anaxímenes como pré-socrático naturalista traz também a ideia de um elemento como arché, neste caso o ar, que sendo origem de tudo, origina também deus ou os deuses de acordo com sua existência. Ele teve grande importância no desenvolvimento das teorias sobre a suspenção da terra, a relação do ar com as coisas e suas transformações. Podemos também a partir deste filósofo ver a mutabilidade das coisas e seu movimento, que compondo a natureza do mundo também faz parte da nossa vida.

Referência bibliográfica completa (ABNT) consultada: 

KIRK, Geoffrey; RAVEN, J. E.; SCHOFIELD, Malcom; Título: Os Filósofos Pré-socráticos, História Crítica com Selecção de Textos; Tradução de Carlos Alberto Louro Fonseca; 7ª Edição; Local da publicação: Av. Berna / Lisboa; Editora: Fundação Calouste Gulbnkian - Serviço de Educação e Bolsas; 2010.

Pitagóricos

Fragmentos:

(Ele) Todos os chamados acusmata se dividem em três categorias: uns indicam o que uma coisa é, outros o que é o mais importante, outros o que se deve ou não fazer. Exemplos da categoria «o que é?» são: O que são as Ilhas dos Bem-Aventurados? O Sol e a Lua. O que é o oráculo de Delfos? A tetractys: que é a harmonia em que cantam as Sereias. Exemplos da categoria «O que é o mais ...?» são: Qual é a coisa mais justa? Fazer um sacrifício. O que é mais sábio? O número; mas, em segundo lugar, o homem que deu nomes às coisas. Entre nós,q ual é a coisa mais sábia? A medicina. Qual é a mais bela?A  harmonia. Qual é a mais poderosa? O conhecimento. Qual a melhor? A felicidade. Que de mais verdadeiro há no que se diz? Que os homens são perversos. [lâmblico Vita P. 82]

Interpretação por um comentador:

Número e harmonia. (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD, 2010, p.242)

O significado da tetractys, como o do oráculo, carece de interpretação (cf. Heraclito 244); damos, a seguir, uma sugestão do seu significado: a partir destes quatro números é possível construir as razões harmónicas da quarta, da quinta e da oitava (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD, 2010, p.242)

A harmonia ou «afinação» tinha para eles um significado genérico, certamente cósmico. (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD, 2010, p.243)

[...] Todas as coisas são como o número», e por vezes proferir o seu mais poderoso juramento: «Não, por aquele que nos deu a tetractys, que contêm a fonte e a raiz da inexaurível natureza.» Com a expressão «aquele que deu» referem-se a Pitágoras (pois o deificaram): e por «a tetractys», a um número que, sendo composto dos quatro primeiros, produz o número mais perfeito, como por exemplo o dez (já que um mais dois, mais três, mais quatro fazem dez), Este número é a primeira tetractys, e é chamada «fonte da inexaurível natureza», do mesmo modo que todo o universo é ordenado segundo uma afinação, e a afinação é um sistema de três acordes, o de quarta, o de quinta e o de oitava, e as proporções destes três acordes encontram-se nos quatro números acabados de mencionar— no um, no dois, no três e no quatro.) (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD, 2010, p.243)

Digitar qual foi o aprendizado do grupo a respeito destes fragmentos:

Os pitagóricos ensinavam aos homens o significado da vida e da morte. Sendo assim, praticaram um estilo de vida baseado na crença de que a alma é prisioneira do corpo e que dele se libera com a morte. Os pitagóricos também acreditavam que todo universo é ordenado segundo uma afinação, um sistema de três acordes. Pitágoras observou o som e o comprimento de uma lira, revelando uma escala musical matemática. Essa ideia do número como “princípio” constava do juramento pitagórico: “Não, por aquele que nos deu a tetractys, que contém a fonte e a raiz da inexaurível natureza“. A tetractys é um número que, sendo composto dos quatro primeiros, produz o número mais perfeito, que é o dez.

Referência bibliográfica completa (ABNT) consultada:

KIRK, Geoffrey; RAVEN, J. E.; SCHOFIELD, Malcom; Título: Os Filósofos Pré-socráticos, História Crítica com Selecção de Textos; Tradução de Carlos Alberto Louro Fonseca; 7ª Edição; Local da publicação: Av. Berna / Lisboa; Editora: Fundação Calouste Gulbnkian - Serviço de Educação e Bolsas; 2010.

Heráclito

Fragmentos:

Dando ouvidos, não a mim, mas ao Logos, é avisado concordar em que todas as coisas são uma. [Hipólito  Ref. IX, 9, 1] E como uma mesma coisa, existem em nós a vida e a morte, a vigília e o sono, a juventude e a velhice: pois estas coisas, quando mudam, são aquelas, e aquelas, quando mudam, são estas. [Pseudoplutarco Cons. ad. Apoll. 10, 106 e] Esta ordem do mundo, não a criou nenhum dos deuses, nem dos homens, mas sempre existiu e existe e há de existir: um fogo sempre vivo, que se acende com medida e com medida se extingue. [Clemente Strom. v, 104, 1]

Interpretação por um comentador:

[...]o Logos é, entre outras coisas, o constituinte das coisas que as torna contrárias, e que garante que a mudança entre os contrários seja, a todos os títulos, proporcional e equilibrada. Afirma-se, pois, que deus é o elemento comum de ligação entre todos os extremos, precisamente como o fogo é o elemento comum dos diferentes vapores (visto serem estes concebidos como um composto de fogo com diferentes espécies de incenso). (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD, 2010, p.108)

O resultado da disposição segundo um plano ou medida comuns consiste no facto de todas as coisas, apesar de aparentemente múltiplas e totalmente distintas, estarem realmente unidas num complexo coerente (196), de que os próprios homens são uma parte, e cuja compreensão é por isso logicamente necessária para a actuação adequada de suas próprias vidas. (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD, 2010, p.194)

Por vezes, Logos foi, provavelmente, concebido por Heraclito como um verdadeiro constituinte das coisas, e, em muitos aspectos, é coextensivo com o constituinte cósmico primário, o fogo. (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD, 2010, p.194)

Digitar qual foi o aprendizado do grupo a respeito destes fragmentos:

Heráclito usa a termo Logos como a lei universal que regula todos os acontecimentos entre a razão, discurso, palavra e até mesmo doutrina. A partir dele temos uma unidade de todas as coisas, ele é princípio que reuni tudo em si, dando o equilíbrio entre todas as coisas, tornando as coisas contrarias. O filosofo também apresenta o fogo com arché, ou seja, elemento que compõe a existência do cosmo, está em seu cerne

Referência bibliográfica completa (ABNT) consultada:

KIRK, Geoffrey; RAVEN, J. E.; SCHOFIELD, Malcom; Título: Os Filósofos Pré-socráticos, História Crítica com Selecção de Textos; Tradução de Carlos Alberto Louro Fonseca; 7ª Edição; Local da publicação: Av. Berna / Lisboa; Editora: Fundação Calouste Gulbnkian - Serviço de Educação e Bolsas; 2010.

Quadro Eleatas

Xenófanes

Fragmentos:

Homero e Hesíodo atribuíram aos deuses tudo quanto entre os homens é vergonhoso e censurável, roubos, adultérios e mentiras recíprocas. [Fr, 11, Sexto adv. math. ix, 193] Mas os mortais imaginam que os deuses foram gerados e que têm vestuário e fala e corpos iguais aos seus. [Fr. 14, Clemente Strom, v, 109, 2] Um só deus, o maior entre os deuses e os homens, em nada semelhante aos mortais, quer no corpo quer no pensamento. [Fr. 23, Clemente Strom. v, 109, 1]

Interpretação por um comentador (seu nome, ano, página):

As críticas de Xenófanes são bastante claras: em primeiro lugar, os deuses de Homero e Hesíodo são com frequência imorais — o que é manifestamente verdade; em segundo lugar, e ainda mais importante, não há nenhuma boa razão para pensar que os deuses sejam de modo algum antropomórficos. (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD. p.173)

“Permanece sempre no mesmo lugar, sem se mover; nem é próprio dele ir a diferentes lugares em diferentes ocasiões, mas antes, sem esforço, tudo abala com o pensamento do seu espírito.” (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD. p.174)

Todo ele vê, todo ele pensa, e todo ele ouve. (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD. p.174)

O deus uno difere dos homens em corpo e pensamento — tem, por isso (e também em face do excerto 172), um corpo; mas é imóvel, pela curiosa razão de ser «impróprio» dele mover-se de um lado para o outro. (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD. p.176)

Xenófanes chegou ao conceito do deus uno por reacção contra o politeísmo antropomórfico de Homero; Parménides chegou à esfera do Ser por uma inferência lógica a partir de um axioma puramente existencial. (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD. p.176)

Digitar qual foi o aprendizado do grupo a respeito destes fragmentos:

Decerto que os pré-socráticos buscavam encontrar respostas para a origem do mundo e dos homens nos elementos e fenômenos da natureza. Segundo Xenófanes, o ser humano era composto de terra e água. Diante disso, criticou o antropomorfismo (forma humana) e os deuses da mitologia grega. Xenófanes não conseguia acreditar na ideia de proximidade entre Deus e o homem. Portanto, para ele era incoerente a ideia de que Deus fosse descrito com características humanas (físicas e psicológicas).

O interessante dos fragmentos é que podemos associar a crença religiosa onde nós cristãos acreditamos que fomos criados a imagem e semelhança de Deus. Esses pensamentos também podemos atribuir um pouco de crença religiosa, onde Deus permanece em um lugar onipotente, que Ele pode mover tudo e fazer tudo o que quiser. Ele pode nos vê, nos ouve e pensa em tudo.

Ele disseminou a importância do saber, que segundo ele, era mais importante que a aparência. De acordo com Xenófanes, o progresso somente seria conquistado pela sabedoria dos homens.

Nesses fragmentos percebo ao mesmo tempo que a capacidade de pensamento deles é muito boa, de pensar um Deus supremo e onipotente, conseguem atribuir uma coisa imaginável, onde diz que o sol nasce de pequenas porções de fogo. Mas isso não tira dele seu brilhantismo, pois em seu tempo pensar em como o sol é formado, nos dá informações para o nosso pensamento de hoje.

Referência bibliográfica completa (ABNT) consultada:

KIRK, Geoffrey; RAVEN, J. E.; SCHOFIELD, Malcom; Título: Os Filósofos Pré-socráticos, História Crítica com Selecção de Textos; Tradução de Carlos Alberto Louro Fonseca; 7ª Edição; Local da publicação: Av. Berna / Lisboa; Editora: Fundação Calouste Gulbnkian - Serviço de Educação e Bolsas; 2010.

Parmênides

Fragmentos:

(Ele) De um só caminho nos resta falar: o do que é. Neste caminho há indícios em grande número de que o que é ingénito e imperecível existe, por ser completo, de uma só espécie, inabalável e perfeito. [Simplício in Phys. 78, 5; 145, 1] Mas, imobilizado nos limites de potentes grilhetas, existe sem começo ou interrupção, já que geração e destruição se transviaram para muito longe, e a convicção verdadeira as repeliu. Ao manter-se o mesmo e no mesmo lugar, em si mesmo repousa e assim firme há de permanecer. Pois a forte Necessidade o retém nas grilhetas de um limite, que de ambos os lados o encerra. [Simplício in Phys. 145, 27]

Interpretação por um comentador (seu nome, ano, página):

312 Deste modo, segundo a crença, estas coisas se criaram e agora existem, e, uma vez atingida a maturidade, chegarão ao seu termo depois disto no futuro; e a elas os homens puseram um nome para as distinguir uma por uma.

313 Mas olha para as coisas que, apesar de distantes, estão firmemente presentes ao teu espírito; pois não separarás o que é da sua ligação com o que é, nem dispersando-se, de qualquer modo por toda a parte, com ordem [i.e. ordem cósmica], nem reunindo-se. E possível que a deusa tenha concluído a sua exposição do conteúdo das opiniões dos mortais (aperfeiçoada em 312) com a obscura exortação para contemplar a verdade. O motivo que teria levado Parménides a concluir no poema esta elaborada exposição continua a ser um mistério: a deusa procura salvar os fenómenos na medida do possível, mas sabe e diz-lhe que tal projeto é impossível. Talvez Parménides não tenha sido simplesmente capaz de resistir à oportunidade de exprimir a versatilidade que era proporcionada pela ideia de «dizer muitas falsidades com aparência de verdade, e de proclamar verdades, quando o desejarmos». (KIRK; RAVEN; SCHOFIELD, 2010, p.273)

Digitar qual foi o aprendizado do grupo a respeito destes fragmentos:

O ser é e o não ser não é”, frase proferida por Parmênides, indica que o ser (o que existe) é, pois é idêntico a si mesmo e indica a si mesmo. O não ser não é, pois não existe, não possui identidade. As identidades são as definições de uma lógica rudimentar já utilizada por Parmênides, mas ainda muito próximas a uma metafísica.

A teoria do imobilismo universal, já iniciada por Xenófanes e aperfeiçoada por Parmênides, foi em grande medida utilizada pelo cristianismo para justificar a ideia de um Deus único, eterno e imutável.

Referência bibliográfica completa (ABNT) consultada:

KIRK, Geoffrey; RAVEN, J. E.; SCHOFIELD, Malcom; Título: Os Filósofos Pré-socráticos, História Crítica com Selecção de Textos; Tradução de Carlos Alberto Louro Fonseca; 7ª Edição; Local da publicação: Av. Berna / Lisboa; Editora: Fundação Calouste Gulbnkian - Serviço de Educação e Bolsas; 2010.

Zenão

Fragmentos:

(Ele) Ao demonstrar, uma vez mais, que, se há muitas coisas, estas mesmas são limitadas e ilimitadas, (ele) escreve textualmente o seguinte: «Se há muitas coisas, força é que elas sejam tantas quantas existem, e nem mais nem menos do que estas. Mas se são tantas quantas existem, terão de ser limitadas. «Se há muitas coisas, são ilimitadas as coisas existentes; pois há sempre outras entre as coisas que existem, e de novo outras no meio delas. E assim as coisas que existem são ilimitadas.» [Simplício in Phys. 140, 28] Este (seu) livro é uma réplica aos que acreditam na pluralidade; paga-lhes na mesma moeda. [Platão Parménides 128 c]

Interpretação por um comentador (seu nome, ano, página):

322 o segundo argumento é o chamado 'AQUILES' e consiste no seguinte: numa corrida, o corredor mais rápido jamais consegue ultrapassar o mais lento, visto o perseguidor ter de  primeiro atingir o ponto de onde partiu o perseguido, de tal forma que o mais lento deve manter sempre a dianteira. Este argumento é, em princípio, o mesmo que o que depende da bissecção, se bem que difira dele no facto de as grandezas adicionadas não serem divididas em metades. ( KIRK;RAVRN; SCHOFIELD 2020.p284.)

Enquanto que ao corredor de 318-19 se exigia que alcançasse uma sucessão de pontos intermédios, Aquiles tem de atingir o ponto donde partiu a tartaruga, e em seguida, o ponto que a tartaruga tinha atingido, quando ele alcançou o ponto de partida desta, e assim por diante , ad infinitum. Se assumirmos  que perseguidor e perseguido correm a velocidade uniformes, então a série de corridas de Aquiles constitui, uma vez  mais, uma progressão geométrica que converge para zero. Como Aristóteles comenta (239 b 24-5), o Aquiles é simplesmente uma versão teatral do estádio. ( KIRK;RAVRN; SCHOFIELD 2020.p.285)

Digitar qual foi o aprendizado do grupo a respeito destes fragmentos:

O filósofo elaborou diversos paradoxos, sendo que o mais importante é aquele que ficou conhecido como “Paradoxo de Zenão”, sem dúvida seu principal pensamento.

Esse conceito estava relacionado com a impossibilidade do movimento defendido por Heráclito. Para isso, Zenão utiliza como metáfora, uma corrida de Aquiles contra uma tartaruga.Com isso, ele quis demonstrar a inexistência do movimento bem como do espaço, do tempo e da velocidade.

A partir da lógica, ele comprovou o equívoco das coisas, o que nos leva a uma conclusão errônea, que por sua vez, parece ser verdadeira. Ou seja, a ilusão geraria esse pensamento errôneo sobre o mundo. Assim, procurou demostrar o absurdo e a falsidade gerada pelas impressões humanas. A partir da dialética, ele criou diversos argumentos demostrando a inexistência do movimento. Foi contra o pensamento desenvolvido pelos pitagóricos, em que a multiplicidade do ser e do mundo fora explicada através dos números.

Sendo assim, Zenão acreditava na unidade do ser em detrimento da pluralidade. Nas palavras do filósofo: “O verdadeiro é apenas o um, todo o resto é não-verdadeiro”.

Referência bibliográfica completa (ABNT) consultada:

KIRK, Geoffrey; RAVEN, J. E.; SCHOFIELD, Malcom; Título: Os Filósofos Pré-socráticos, História Crítica com Selecção de Textos; Tradução de Carlos Alberto Louro Fonseca; 7ª Edição; Local da publicação: Av. Berna / Lisboa; Editora: Fundação Calouste Gulbnkian - Serviço de Educação e Bolsas; 2010.

Melisso

Fragmentos:

Sempre era o que era e sempre há de ser. Pois se se gerou, necessário é que nada fosse antes de se ter gerado. Ora, se nada era, de modo algum podia o que quer que fosse nascer do nada. [Fr. 1, Simplício in Phys. 162, 24 ] O todo é infinito... [DK30A5]

Interpretação por um comentador (seu nome, ano, página):

Tal como Parménides, Melisso começa a sua dedução das propriedades consequentes da existência com uma demonstração de que, se algo existe, não pode ter nascido. Do mesmo modo que Parmênides, argumenta que nascer requer uma não-existência prévia, e que nada podia nascer do que não existe. E permite-nos, também, construir uma prova isomórfica contra a destruição." ( KIRK;RAVRN; SCHOFIELD 2020.p.422)

Digitar qual foi o aprendizado do grupo a respeito destes fragmentos:

Melisso infere sobre as propriedades oriundas da existência como uma demonstração de que se algo existe é porque não pode ter nascido. Tal como Parmênides parte do pressuposto que o nascer requer uma previa inexistência e infere que nada também não poderia gerar o que quer que fosse. Melisso com isso introduz sentido de que a existência é eterna porem inteligível. Ao afirmar isso estabelece a novidade do ser infinito, onde o ser como tudo se estabelece também como infinito. Ajudando na compreensão da realidade e das explicações de Parmênides.

Referência bibliográfica completa (ABNT) consultada:

KIRK, Geoffrey; RAVEN, J. E.; SCHOFIELD, Malcom; Título: Os Filósofos Pré-socráticos, História Crítica com Selecção de Textos; Tradução de Carlos Alberto Louro Fonseca; 7ª Edição; Local da publicação: Av. Berna / Lisboa; Editora: Fundação Calouste Gulbnkian - Serviço de Educação e Bolsas; 2010.

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