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O MITO E CIÊNCIA – PRÉ-HISTÓRIA

Por:   •  30/12/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.691 Palavras (15 Páginas)  •  666 Visualizações

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EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO SOCIAL

Textos :

             1. As Ciências Humanas, José  de Sousa Teodoro Jr.

      2. A Sociologia como produto histórico, Arnaldo LemosFilho

             In Lemos Filho, Arnaldo et alii. Sociologia Geral e do Direito.2ªedição. Campinas, Ed. Alínea,  2005

I- INTRODUÇÂO

      O pensamento social é um produto histórico, ou seja, é o resultado de uma evolução ao longo do processo histórico desde o tempo da pré-história, passando pelo mundo antigo, pela Idade Media, pela Idade Moderna até à Idade Contemporânea. A Sociologia, a ciência da sociedade, surge no contexto do conhecimento científico no processo de formação e desenvolvimento da sociedade capitalista. Para entender seu nascimento, é necessário entender a evolução do pensamento social.

II – MITO E CIÊNCIA – PRÉ-HISTÓRIA

  1. Mitos são histórias narradas de geração em geração, como forma de fortalecer a identidade cultural de um povo e, ao mesmo tempo, expressar sua concepção de mundo.
  2. Estas narrativas foram recolhidas e conservadas, sendo hoje uma fonte histórica para entender os povos da pré-história.
  3. Revelam uma forte carga pedagógica, pois as narrativas contem ensinamentos sobre o modo como as pessoas vivem e concebem o mundo. Ex. O mito de Pandora.
  4. O relato mítico revela o modo como o imaginário coletivo representava sua concepção sobre o surgimento do homem no mundo, como respostas às perguntas que sempre aparecem : quem somos nós ? qual a nossa origem?  Por que vivemos assim ?  Formular perguntas sobre o sentido das coisas é característica tipicamente humana.
  5. As representações míticas projetavam modelos antropomórficos e divinizados das relações humanas sobre os fenômenos naturais.
  6. O imaginário projetava a idéia da superioridade do homem sobre a mulher, como uma coisa natural e divina. O mesmo se pode dizer do mundo do trabalho: o trabalho como castigo.
  7. O senso comum de hoje pode chegar à conclusão de que o mito é um estado de infantilidade da humanidade. Não é verdade. O mito é o estado de consciência de um povo sobre si mesmo e sobre a realidade que o circunda. Ele se manifesta como verdade , de origem intuitiva, pré-reflexiva, não havendo  comprovações crítica e racionais.
  8. Não pode ser apresentado como uma primeira forma de “ciência”, por ser de natureza pré-reflexiva. Mas é parte do saber acumulado de um povo, numa determinada época.

2. FILOSOFIA E CIÊNCIA – IDADE ANTIGA ( ATÉ 476 d.C)

  1. Com a formação das cidades gregas e fim da organização tribal, aparece uma sociedade mais complexa, há o desenvolvimento do comercio, o aparecimento da moeda. A utilização da escrita e a base econômica assentada no trabalho escravo.
  2. Isto tudo criou condições para o aparecimento de pessoas ricas e liberadas do trabalho produtivo que podiam dedicar-se, “dar-se ao luxo” à cultura letrada.
  3. A busca de explicações para a realidade trouxe o avanço dos conhecimentos matemáticos, astronômicos, criando modelos de racionalidade. As formas míticas de representação não davam mais conta de “explicar” a complexa teia sócio-política-econômica da vida humana. As explicações começaram a ser racionais e não divinas ou do senso comum. Nasce a Filosofia – no século V  a. C., considerada pelos historiadores como a primeira forma de “ciência” (conhecimento).
  4. Exemplo : a filosofia de Aristotelis preocupada em explicar o movimento das coisas, não movimento como deslocamento de um corpo no espaço, mas como toda e qualquer alteração da realidade. Queria saber não como o movimento ocorria mas porque ocorria. Elaborou teoria das quatro causas.
  5. Toda a contribuição da filosofia grega foi um avanço em termos de sistematização racional em face do antigo paradigma mítico, mas não permitiu uma verificação empírica, o que tornava as conclusões desprovidas de utilidade prática para o conhecimento.
  6. Todo conhecimento é um produto histórico, pois é construído num determinado momento e expressa o modo de pensar daquele tempo. A filosofia grega revela um conteúdo ideológico relativo aos costumes e interesses sociais da época ao refletir o desprezo pelo trabalho manual.
  7. A base aristocrática e escravagista do “modus vivendi” das elites helênicas explica o porquê de a “ciência” da época ser voltada para a especulação teórica e não ter desenvolvido a técnica.
  8. As tentativas de explicação da sociedade eram influenciadas pela filosofia que propunha  normas para melhorar a sociedade de acordo com seus princípios.Os estudos sobre a vida social tinham sempre por objetivo propor formas ideais de organização da sociedade mais do que lhe compreender a organização real. Eram normativos (buscavam estabelecer regras e normas) e finalistas (propunham uma finalidade para a organização social).
  9. Exemplos :  Platão (427/347 a.C.) escreveu Republica

                         Aristotelis (384/322 a. C.) escreveu Política

            Esses estudos eram fragmentários e o fator político sob o

    domínio de um interesse puramente ético tinha prioridade sob o

    fator social

3. TEOLOGIA E CIÊNCIA - IDADE MÉDIA ( DE 476  a 1453)

  1. Séculos depois, com a desagregação do império romano e as invasões bárbaras, a Europa fechou-se sobre si mesma. Guerra e saques mais o avanço muçulmano no Mediterrâneo tornaram o comercio inviável. As crises levaram a direção da economia para uma economia de subsistência: feudos
  2. A Igreja Católica tornou-se a instituição mais bem estruturada no período. Com economia voltada para a agricultura, o que restou de livros e artes foi reunido e conservado em mosteiros da Igreja que começou a ter o monopólio do saber.
  3. A “ciência” medieval tornou-se teocêntrica, preocupada com as questões espirituais. Tudo era interpretado à luz da fé. Tudo o que não fosse ligado à fé cristã, era falso. A Igreja era a detentora da verdade. A teoria astronômica geocêntrica de Aristóteles pode ser assimilada porque era compatível com o criacionismo cristão: a concepção teológica monoteísta de um Deus infinito e criador do universo.
  4. A noção grega de verdade, enquanto coerência lógico-racional cedeu lugar à idéia de verdade revelada pela fé, o que colocava a Igreja em posição social privilegiada. Os filósofos não precisavam se dedicar à busca da verdade, pois ela já havia sido revelada por Deus aos homens. Restava-lhes apenas demonstrar racionalmente as verdades da fé.
  5. A “ciência”(conhecimento) é um produto histórico, continua distanciada da técnica e da experimentação. As elites (nobreza e clero) levavam vida aristocrática, valorizavam o ócio, desprezavam as atividades práticas. O corpo era desprezado, castigado. A preocupação fundamental era a salvação da alma.

Exemplos : Santo Agostinho (354/430) escreveu A Cidade de Deus :  os homens viviam na cidade onde reinava o pecado e deveriam caminhar para a cidade da graça, a cidade de Deus.

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